O 1º Encontro sobre Transporte e Mobilidade Sustentável discutiu durante toda a sexta-feira, 20, no Cidec-Sul (Campus Carreiros da Furg) alternativas para a mobilidade urbana. O principal tema dos debates foram os trens regionais. Pela manhã, o engenheiro Rodolfo Philippi, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), apresentou os resultados de estudos de viabilidade técnica, financeira, econômica, ambiental e social realizados na implantação do serviço de trens regionais de passageiros entre Maringá e Curitiba, no Paraná, e entre Caxias do Sul e Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul.
Para viabilizar a implantação desses serviços, Philippi explica que uma solução para o trecho Caxias-Bento é o aproveitamento das ferrovias anteriormente utilizadas para o transporte de cargas. O exemplo, segundo o pesquisador, pode ser utilizado no transporte de passageiros em linha de trem regional entre Capão do Leão e Rio Grande. “São regiões diferentes, mas os estudos são os mesmos. A maioria das ferrovias antigas pode ser recuperada, o que aqui, como a região é plana, teria menos problemas”, afirma. No caso de Maringá-Curitiba, ele revela que os estudos apontam para a construção de ferrovias paralelas às ainda utilizadas para o transporte de cargas.
A UFSC será a responsável por verificar a viabilidade da ferrovia Capão do Leão-Rio Grande e a previsão para contratação desse estudo é para final de junho. A informação foi repassada no evento pelo consultor especial da Trensurb, empresa responsável pela coordenação executiva do projeto, Paulo Timóteo. Ele explica que já foi feito o levantamento do traçado histórico e que o novo estudo faria uma avaliação técnica, econômica e ambiental sobre a implantação. Isso incluiria entrevistas com a população, a partir de convênios que permitiriam a atuação de acadêmicos na aplicação dos questionários. “O que apontaria, por exemplo, a demanda origem-destino e qual o traçado ideal para o futuro”, explica.
O encontro foi uma realização do Grupo de Estudo de Trânsito e Transportes (Getrans) da Furg. À tarde, o coordenador do Getrans, professor Heitor Vieira, apresentou proposta de linha de transporte público de média capacidade para a cidade de Rio Grande e o professor Carlos Félix, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), abordou os desafios da mobilidade urbana. Na programação, que se estendeu até as 18h, também foram abordadas a geografia da mortalidade em acidentes de trânsito, com Jorge Tiago Bastos, doutorando da USP, e a epidemiologia de acidentes envolvendo bicicletas, com professor Giancarlo Bacchieri