21 maio 2011

Obras do Metrofor

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Para evitar acidentes, foi adotada a redução da velocidade dos trens em um trecho de 700 metros
Por conta do aumento do tempo de viagem e da mudança na grade de horários, usuários optam por outros transportes
As obras da estação central Xico da Silva, da Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos (Metrofor), no Centro, têm gerado apreensão entre usuários e funcionários dos trens da Linha Oeste, que liga Fortaleza e Caucaia. O receio, afirmam funcionários do Metrofor, é de que o terreno ceda com a passagem dos trens, os quais têm transitado pelo canteiro de obras a uma velocidade aproximada de dez quilômetros por hora, resultando em aumento do tempo de viagem.

A grade de horários das viagens também foi alterada na última semana.

De acordo com empregados da Companhia que preferiram não se identificar, a proximidade entre a cratera onde os trabalhos estão sendo realizados e o espaço destinado à passagem do trem, perto do Cemitério São João Batista, tem provocado o medo de que o terreno que sustenta o trilho acabe cedendo.

Perigo
Há cerca de um mês, contou um dos funcionários, o temor se concretizou, quando um maquinista, ao percorrer o trecho, percebeu que cerca de dois metros do trilho estavam completamente suspensos, já que a areia sob a armação havia deslizado.

Sem a areia, afirmou, o trilho poderia não ter aguentado o peso do trem. "Se um vagão daqueles caísse, arrastava todo o resto para o buraco".

Conforme o funcionário, embora aquele tenha sido um incidente isolado, o medo de que situações do tipo ocorram permanece entre os maquinistas.

Outro empregado, que também optou por ter sua identidade preservada, garantiu que, durante as chuvas mais intensas dos últimos meses, algumas viagens de trem foram canceladas. "Mas, pelo menos até onde eu soube, não houve nenhum acidente. Alguns acham até que não precisa passar tão devagar por lá", considerou.

Entre os usuários, alguns passageiros também demonstram receio. "Faz um pouco de medo na gente. Colocaram umas escoras ao lado do trilho, mas a gente nunca sabe", afirmou a artesã Evelese Rodrigues.

A principal reclamação da usuária, contudo, foi relacionada à mudança de horários das viagens dos trens. Ontem, por volta das 11 horas, ao se dirigir à Estação João Felipe, Centro de Fortaleza, foi informada de que o próximo trem só sairia 50 minutos depois.

Não interessada em esperar tanto tempo, acabou optando por pegar um ônibus, cuja passagem custa o dobro do preço. "No final, a gente acaba gastando um pouco mais", comentou.

Outra usuária, a recepcionista Gleyciane Brito, relatou que foi perceptível o aumento do tempo de viagem desde que os veículos passaram a transitar mais lentamente pelo trecho. "Antes, eu demorava uns 15 minutos ou menos pra chegar onde eu desço, no Padre Andrade. Agora, demoro uns 20 a 25 minutos", observou.

O pedreiro Francisco Pedro Silva, 35, também reclama da demora no tempo de viagem. "Os problemas sempre sobram para nós, os usuários. Eles não conseguem resolver as dificuldades e nós somos prejudicados".

Precaução
De acordo com a assessoria de comunicação do Metrofor, por conta das obras de construção da estação Xico da Silva, foi adotada a redução de velocidade em um trecho de 700 metros, o qual conecta o canteiro de obras à Estação João Felipe. Além disso, informou, foram colocadas canaletas de drenagem para escoamento da água da chuva e a estrutura da obra e da linha férrea foram reforçadas.

A Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos negou o incidente em que a areia sob o trilho teria deslizado, provocando medo entre os maquinistas e passageiros.

Tempo de viagem
Por conta da redução da velocidade, o tempo de viagem foi ampliado em quatro minutos. De acordo com a assessoria de comunicação do Metrofor, para evitar que fossem registrados atrasos por conta do acréscimo de tempo, a grade de horário das viagens dos veículos foi readequada na última semana.

As mudanças estão disponíveis nas estações ferroviárias de Fortaleza e Caucaia, além do site da Companhia - http://www.metrofor.ce.gov.br/

Em janeiro último, uma grua - veículo de guindaste - de 17 toneladas tombou e caiu dentro de um buraco onde estão sendo realizadas as obras da estação central Xico da Silva. À época, a assessoria de comunicação do Metrofor informou que o incidente foi causado por precipitações intensas e pelo entupimento da rede de drenagem da Rua Castro e Silva, no Centro, o que ocasionou acúmulo de água e consequente erosão de parte do terreno destinado à construção da estação.

Arquivo INFOTRANSP