Muito se fala sobre mobilidade urbana sustentável. Na literatura especializada, há uma vasta abordagem sobre o assunto, principalmente em países europeus. Naqueles em desenvolvimento ou emergentes, inclusive o Brasil, o tema está mais no nível dialético do que no prático.
Convém familiarizar-se um pouco mais sobre este assunto. Afinal, em maior ou menor tempo, ter-se-á que colocar em prática os princípios da mobilidade urbana sustentável, se a sociedade quiser “sobreviver”. Apresenta-se, aqui, alguns desses princípios, a partir da doutrina do Institute for Transportation and Development Policy, com sede em Nova York.
Esses princípios oferecem suporte para ações visando melhorar a qualidade de vida nas cidades atuais, com vistas à sua viabilidade futura.
Cidades sustentáveis tem como premissa ambientes propícios para os pedestres, pois andar é a forma mais universal de transporte. Bicicletas são adequadas para pequenos deslocamentos, porém exigem a construção de ciclofaixas e ciclovias, sinalização adequada, a redução da velocidade de veículos motorizados, para tornar este meio de transporte mais seguro.
Cidades sustentáveis tem como premissa ambientes propícios para os pedestres, pois andar é a forma mais universal de transporte. Bicicletas são adequadas para pequenos deslocamentos, porém exigem a construção de ciclofaixas e ciclovias, sinalização adequada, a redução da velocidade de veículos motorizados, para tornar este meio de transporte mais seguro.
Paralelamente, buscar que os quarteirões sejam mais conectados, pois diminuem a distância entre os destinos, tornando o andar a pé ou de bicicleta mais atrativos.
Transporte coletivo de qualidade, por sua vez, tem capacidade de movimentar milhares de pessoas de forma rápida e confortável, usando apenas uma parcela do combustível e do espaço viário, normalmente requeridos pelos automóveis. Não se pode ser ingênuo em pensar que nenhuma viagem será feita por automóvel. No entanto, há que se controlar o uso desses veículos, além de incentivar o seu uso compartilhado (car sharing). No Brasil, a média de ocupação é de apenas 1,5 pessoas/veículo. As cidades podem minimizar os problemas de trânsito, criando mais espaços para pedestres, ciclistas e transporte coletivo.
A logística urbana de cargas não pode ser desprezada. As novas cidades precisam desenvolver mecanismos e incentivos para o uso de veículos de cargas mais compactos, com menor emissão de poluentes, mais silenciosos, e que circulem em com menos velocidade.
Cidades sustentáveis, cheias de vida, precisam conjugar empreendimentos comerciais no pavimento térreo, com residências e escritórios nos andares superiores, para que as ruas sejam vibrantes diuturnamente. Como exemplo contrário, tem-se o Calçadão da Batista, completamente ermo durante a noite, com ociosidade dos serviços urbanos disponíveis.
Em geral, as cidades brasileiras tem baixas taxas de adensamento populacional, gerando elevados custos urbanos. Precisa-se edificar nos terrenos vazios e dar melhor destinação a instalações industriais subutilizadas, principalmente nas regiões centrais, para se diminuir o espalhamento urbano.
Transporte coletivo de qualidade, por sua vez, tem capacidade de movimentar milhares de pessoas de forma rápida e confortável, usando apenas uma parcela do combustível e do espaço viário, normalmente requeridos pelos automóveis. Não se pode ser ingênuo em pensar que nenhuma viagem será feita por automóvel. No entanto, há que se controlar o uso desses veículos, além de incentivar o seu uso compartilhado (car sharing). No Brasil, a média de ocupação é de apenas 1,5 pessoas/veículo. As cidades podem minimizar os problemas de trânsito, criando mais espaços para pedestres, ciclistas e transporte coletivo.
A logística urbana de cargas não pode ser desprezada. As novas cidades precisam desenvolver mecanismos e incentivos para o uso de veículos de cargas mais compactos, com menor emissão de poluentes, mais silenciosos, e que circulem em com menos velocidade.
Cidades sustentáveis, cheias de vida, precisam conjugar empreendimentos comerciais no pavimento térreo, com residências e escritórios nos andares superiores, para que as ruas sejam vibrantes diuturnamente. Como exemplo contrário, tem-se o Calçadão da Batista, completamente ermo durante a noite, com ociosidade dos serviços urbanos disponíveis.
Em geral, as cidades brasileiras tem baixas taxas de adensamento populacional, gerando elevados custos urbanos. Precisa-se edificar nos terrenos vazios e dar melhor destinação a instalações industriais subutilizadas, principalmente nas regiões centrais, para se diminuir o espalhamento urbano.
Além disso, é necessário descobrir e vivenciar a história, o ambiente natural e as tradições étnicas de uma comunidade. Ruas e espaços públicos bem projetados, construídos com materiais de qualidade, bem conservados e bem gerenciados, podem durar muitas décadas.
Enfim, somente mudando os paradigmas urbanos hoje prevalecentes pode-se atingir uma mobilidade urbana sustentável. O pensar e agir coletivamente deve sobrepor o individualismo, tão nocivo às cidades atuais. A cidade, como afirma a pensadora italiana Chiara Lubich, é a residência ampliada da sua população. Deve-se cuidar da cidade como se cuida da própria casa.
Enfim, somente mudando os paradigmas urbanos hoje prevalecentes pode-se atingir uma mobilidade urbana sustentável. O pensar e agir coletivamente deve sobrepor o individualismo, tão nocivo às cidades atuais. A cidade, como afirma a pensadora italiana Chiara Lubich, é a residência ampliada da sua população. Deve-se cuidar da cidade como se cuida da própria casa.
O autor, Archimedes Raia Jr., é engenheiro, mestre e doutor em Engenharia de Transportes pela USP, pesquisador e professor do Mestrado e Doutorado em Engenharia Urbana da UFSCar