29 setembro 2010

Viagem Teresina – Altos, o passeio de metrô que não terminou

29/09/2010
 
Por Anselmo Moura 
Fotos:Marcelo Cardoso
Foi realizada nesta quarta-feira (29) a viagem experimental da linha do metrô que liga as cidades de Teresina a Altos. A ida para o interior do Piauí aconteceu de forma tranquila, apesar de demorada (um trecho de 38 quilômetros foi feito em aproximadamente 1h40).
De acordo com os engenheiros da CMTP (Companhia Metropolitana de Transportes Públicos), a demora se deve ao estado da linha férrea, deteriorada pelo tempo e pela passagem de trens de carga, que com seu peso acabam por danificar a via.

Na chegada à cidade de Altos muita festa para receber a comitiva, composta pelo presidente da CMTP, Marcos Silva, pelo secretário estadual de Planejamento, Sérgio Miranda, pelo prefeito de Altos, José Batista Fonseca, engenheiros ligados à CMTP e à empresa responsável pela recuperação dos trens e das linhas, além de jornalistas e convidados.
Debaixo de fogos de artificio, aplausos e gritos vindos de uma multidão que aguardava ansiosa pela chegada dos vagões do metrô. Bastante animada, a senhora Maria José, que mora a poucos metros da estação de Altos e tem um filho que trabalha na capital, comemora a criação da nova linha do metrô.
“A vinda do metrô até Altos vai ser muito bom para todos nós. Meu filho trabalha em Teresina. Todo dia ele vai e volta ônibus. Só com passagem ele gasta R$ 180,00. Com o trem mais ficar mais barato e ele vai acabar economizando”.

Após uma pausa de certa de 20 minutos na cidade de Altos a comitiva partiu rumo à capital piauiense. Na volta algumas das autoridades decidiram não usar mais o metrô. Sérgio Miranda retornou de carro próprio e Marcos Silva seguiu de automóvel para a cidade de Parnaíba. Ambos perderam a maior emoção da viagem.

O péssimo estado da linha férrea, com dormentes (peça feita de madeira que mantém a distancia regular entre cada trilho) estragados e muitos afundados na terra, grampos de linha (espécie de pregos que ligam o trilho aos dormentes) enferrujados e soltos, sendo possível até retirar alguns deles com as mãos, o metrô balança muito e em uma das curvas da estrada, um dos vagões acabou descarrilando.
Muitos passageiros acabaram se assuntando no momento do descarrilamento. Graças à perícia do maquinista e da baixa velocidade desenvolvida pelo veículo, o metrô não demorou muito a parar. Por sorte, ninguém saiu ferido no incidente.

Após o susto inicial, um a um os integrantes da comitiva começaram a descer do metrô e procurar abrigo no meio do mato, já que o Sol castigava a todos. Engenheiros e funcionários da CMTP começaram a analisar as causas do fato e foi solicitada a ajuda de outros funcionários da companhia.
Debaixo de Sol forte, cerca de 50 pessoas aguardavam a chegada do resgate, que foi feito em duas pequenas locomotivas. Todos os passageiros foram levados para a cidade de Altos. A chegada à “Capital da Manga” aconteceu por volta das 12h30. Para muitos, o que parecia ser um alívio, tornou-se uma verdadeira agonia.
Cansados, com fome e sem ter como retornar a Teresina, todos aguardavam uma definição de como seria a viagem para a capital do estado. Várias hipóteses foram levantadas, ônibus escolares, carros de reportagem de veículos de comunicação e até mesmo uma Veraneio (antiga caminhoneta) foram cogitados como forma de locomoção.

A definição sobre o retorno dos passageiros da viagem experimental do metrô só aconteceu por volta das 15h. O engenheiro Mário Brígido, da empresa responsável pela recuperação dos metrôs, pagou do próprio bolso as passagens em um ônibus da empresa Barroso e todos puderam enfim retornar a Teresina.

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