25 setembro 2010

Eléctricos rápidos e metro de superfície em estudo

Sexta-Feira 24/09/2010

Rede integrada a pensar no futuro

A cidade de Lisboa poderá ter daqui a uns anos uma rede de Transporte Colectivo em Sítio Próprio (TCSP) com eléctrico rápido, metro de superfície ou trólei, se vingar a sugestão que a autarquia faz na proposta de revisão de PDM.

Ainda que reconheça os seus "condicionalismos de intervenção e participação" nos processos de planeamento das redes e modelos de exploração dos operadores de transportes (Metropolitano e Carris), o documento ontem apresentado por António Costa e Manuel Salgado sublinha que isso não deve impedir a autarquia de apresentar as propostas que defende e os modelos que entende serem aqueles que melhor se integram na sua estratégia de mobilidade.

Nesse pressuposto, essa nova rede de transportes colectivos integra várias linhas/ligações, entre as quais Algés-Praça da Figueira, Falagueira-Santa Apolónia, Cais do Sodré-Parque das Nações, Algés-Alcântara e Alta de Lisboa-Entrecampos. É igualmente proposta nesta rede uma ligação entre a Estação do Oriente e Sete Rios (via Avenida do Brasil) e as linhas Portela-Alta de Lisboa, Alta de Lisboa-Benfica e Oriente-Sete Rios (via Bela Vista). A proposta, como sublinhou o vereador do Urbanismo, assenta também na ligação da linha ferroviária de Cascais à linha de cintura, fazendo com que os passageiros provenientes de Cascais possam viajar directamente até à Gare do Oriente sem qualquer transbordo.

A rede de TCSP que a autarquia propõe deverá ser desenvolvida "em articulação com a expansão da rede do Metropolitano de Lisboa", quer seja até ao aeroporto da Portela (extensão já em curso), quer na fusão das linhas verde e amarela (em projecto), e que terá prolongamento até à Estrela e Campo de Ourique, onde um transporte ligeiro de superfície cruzará o vale de Alcântara até à ligação ferroviária (estação do Alvito, anunciada para o Plano Urbanístico de Alcântara).

Esta proposta, refere a autarquia, "procura dar as respostas necessárias a uma mobilidade mais amiga do ambiente e preparar a cidade para os desafios que se adivinham".

Com esta nova rede de transportes colectivos, a Câmara de Lisboa pretende "promover bons padrões de serviço a zonas da cidade ainda não cobertas pela rede estruturante de primeiro nível [Metropolitano e Refer]" ou a zonas que apresentam, ou venham a apresentar, "potenciais de procura que justifiquem a existência de um serviço de transporte de elevada qualidade", refere o documento,

Na proposta de PDM, a câmara refere que não é definida a tecnologia de transportes associada a estas linhas de TCSP por se entender que "ela deve ser escolhida em função da ponderação de critérios claros e objectivos, relacionados com a procura estimada, com as restrições físicas dos corredores e com as características específicas de cada solução tecnológica".

"A escolha da solução que melhor se adequa deve ser antecedida da realização de estudos de procura e de análise custo-benefício que tenham em conta o conjunto da rede", acrescenta a autarquia, reconhecendo, contudo, que dificilmente a rede estará concluída no período temporal em que este PDM irá vigorar.

Contudo, realça a CML, "considerou-se desejável desenhar uma rede integrada e pensada a longo prazo, de modo a que esteja sempre presente a ideia de rede futura a que se pretende chegar e desde já reservar o espaço canal que a viabiliza". PÚBLICO/LusaAntónio Costa admite que a rede não estará pronta no prazo de execução do PDM, mas frisa que é preciso pensar no futuro

Arquivo INFOTRANSP