26 janeiro 2011

RJ: mapa digital faz diagnóstico do trânsito para intervenções

mapa trânsito digital geogit. Foto: Reprodução/O Dia
Cada ponto vermelho no mapa representa um acidente, com data e hora e até motivo registrados pela PM

Um programa de computador é, desde o início deste mês, novo aliado da Secretaria Municipal de Transportes do Rio de Janeiro para planejar melhorias no trânsito da cidade. O "Geogit" reúne o histórico de acidentes nas vias do Rio, proporcionando um diagnóstico que orientará futuras intervenções, como instalação de sinais, diminuição de fluxo de veículos em alguns trechos e aumento de guardas municipais em determinadas vias.
 
O sistema consiste em um mapa digital onde cada ocorrência vira um ponto vermelho. Ao clicar em cada ponto, os técnicos da CET-Rio conseguem ver dia e horário daquela colisão, se houve vítimas e, em alguns casos, até mesmo o motivo da batida. "Não é apenas um sistema para fazer diagnóstico. Mas também para auxiliar a implementar medidas e acompanhar o que for feito a partir do que descobrirmos com o cruzamento de informações", explicou o diretor de Desenvolvimento da CET-Rio, Ricardo Lemos.
 
Detalhes nas ruas

O banco de dados do sistema é abastecido pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), que repassa mensalmente todas as informações registradas pelos policiais militares nas ruas. A tecnologia do software permite, ainda, o recorte de situações específicas, como descobrir quantos acidentes ocorreram no entorno de escolas e creches municipais, em um dia de temporal na cidade ou em determinada rua. "Pode fazer um estudo, por exemplo, focando o Rock in Rio, levantando dados para saber se nas saídas dos shows houve aumento de acidentes", informou Lemos.

A cada três meses, os dados ficarão à disposição de técnicos da Gerência de Informações de Trânsito. "Usamos o sistema este ano. Fazemos ajustes, mas em breve já teremos diagnósticos", diz a gerente de Informações de Tráfego da CET-Rio, Cláudia Baptista.
 
Três vias recordistas de acidentes, na Barra e Centro

Mesmo ainda sem o estudo fechado, três vias já encabeçam a lista das recordistas de acidentes: as avenidas Ayrton Senna e das Américas, na Barra da Tijuca, e Presidente Vargas, no Centro. Nas duas primeiras, o problema se deve a alto volume de tráfego, problemas de sinalização e ao fato de serem vias de mão dupla.
Já no caso da Presidente Vargas, as ocorrências quase sempre estão ligadas à imprudência de pedestres.
 
"Você tem ali uma série de pólos que as pessoas vão buscar: trem, metrô, terminal de ônibus. Há uma quantidade muito grande de gente, de veículos, e uma via com várias pistas a serem vencidas, o que resulta num grande número de atropelamentos", disse Cláudia.
 
As ocorrências de 2008 até 2010 já estão no banco de dados do Geogit. As atualizações de 2011 são feitas sempre no fim de cada mês. "A implementação da Lei Seca foi fator determinante de redução de vítimas. Mas nossa meta é sempre reduzir os números", afirmou Ricardo Lemos.
 

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