30 janeiro 2011

Grandes cidades nem sempre são as mais poluentes, diz estudo


Grandes cidades como Nova Iorque, Londres e Xangai emitem menos poluição per capita na atmosfera do que lugares como Denver e Roterdão, informa estudo divulgado na terça-feira (25).

De acordo com um estudo publicado na revista especializada “Environment and Urbanization”, foram examinadas cem cidades de 33 países.

Enquanto as cidades de todo o mundo foram apontadas como culpadas por cerca de 71% das emissões causadoras do efeito estufa, cidadãos urbanos que substituíram os carros por transporte público ajudaram a diminuir as emissões per capita em algumas cidades.

Por exemplo, as emissões per capita da cidade de Denver, no oeste dos Estados Unidos, somam aproximadamente o dobro das emissões de Nova Iorque, onde vivem 8 milhões de pessoas e na qual há um sistema de metro amplamente utilizado.

“Isso pode ser atribuído ao fato de a grande densidade demográfica de Nova Iorque pedir um uso menor do automóvel para a locomoção”, informa o estudo.

As emissões per capita de Denver (21,5 toneladas de carbono equivalente) foram até mesmo superiores às de Xangai (11,2 toneladas), Paris (5,2) e Atenas (10,4).

As cidades chinesas são consideradas separadamente, porque têm médias de emissões bem superiores ao país como um todo. Pequim, por exemplo, emite 10,1 toneladas de carbono equivalente, enquanto a China emite 3,4 toneladas.

“Isso reflete a grande dependência de combustíveis fósseis para a produção de eletricidade, uma base industrial significante em muitas cidades e uma população rural relativamente grande e pobre”, informa o estudo.

Com base nas emissões de gases causadores do efeito estufa pelo PIB, investigadores descobriram que “cidadãos de Tóquio são 5,6 vezes mais eficientes que os canadenses”.

A cidade de Roterdão, na Holanda, teve uma nota negativa devido ao seu porto e por ter uma forte indústria.

“O fato de Roterdão ter um índice de emissão per capita de 29,8 toneladas de carbono contra as 12,67 para a toda a Holanda, reflete o forte impacto do porto da cidade, que atrai indústrias, assim como no abastecimento de navios”, afirma o estudo.

“Esse índice é similar para as cidades com aeroportos muito movimentados e enfatiza a necessidade de ver as emissões das cidades de forma cautelosa.”

O estudo também aponta outras tendências, como as cidades de climas frios terem emissões maiores, e países pobres e de renda média terem emissões per capita inferiores aos países desenvolvidos.
Quando os investigadores olharam para as cidades asiáticas, latino-americanas e africanas, descobriram emissões menores por pessoa.

“A maior parte das cidades na África, Ásia e América Latina tem emissões inferiores por pessoa. O desafio para é manter essas emissões baixas, apesar do crescimento de das suas economias.”

Arquivo INFOTRANSP