08 junho 2013

Wi-Fi com velocidade para transmitir sete filmes Blu-ray por segundo

Se você acha que a conexão Wi-Fi da sua casa é rápida, é melhor rever seus conceitos. Cientistas estão trabalhando em uma nova forma de transmissão de dados sem fio e chegaram agora a uma velocidade de transferência de incríveis 2,5 terabits por segundo.

Vamos pensar de outra forma: esse número é mais de 8 mil vezes mais rápido do que a conexão à internet mais veloz do provedor americano Verizon, FiOS, com capacidade de escassos 300Mbps. Ou, para colocar em termos mais reais, é o mesmo que transmitir sete filmes em Blu-Ray por segundo. Basicamente, é ultrarrápida!

Mas como é que eles conseguiram? A equipe, formada por pesquisadores americanos e israelenses, aplicou um conceito engenhoso, em que as ondas eletromagnéticas que normalmente carregam os dados são “retorcidas” em feixes de vórtices.  

A ExtremeTech descreve o conceito mais claramente:

Esses sinais retorcidos usam o momento angular orbital (OAM) para acomodar a maior quantidade de dados em um único sinal. 

Nos mais avançados protocolos de transmissão de hoje (WiFi, LTE, COFDM), nós modulamos apenas o momento angular rotativo (SAM) das ondas de rádio e não o OAM. Usando o exemplo da Terra, o SAM seria o nosso movimento de rotação e o OAM é o movimento de translação. Basicamente, a grande inovação é que os pesquisadores criaram um protocolo de redes sem fio que usa tanto o OAM quando o SAM.

A combinação dos dois permite possibilidades incríveis. Até agora, os pesquisadores da Universidade do Sul da Califórnia, o Laboratório de Propulsão a Jato da NASA e a Universidade de Tel Aviv, conseguiram retorcer oito feixes de dados, cada um deles operando a 300Gbps, para chegar a uma velocidade-recorde de 2,5 terabits por segundo. 

No momento, eles só transmitiram sinais a uma distância de 1 metro. 

Esse limite deve ser excedido em pouco tempo, ainda que os pesquisadores admitam que o limite máximo não deve passar de 1km.

O mais interessante de tudo é que a técnica pode ser usada para retorcer também várias conexões de dados mais lentas.

 Os pesquisadores, que publicaram os resultados do estudo na Nature, explicam que, teoricamente, deve ser possível retorcer centenas ou até milhares de sinais LTE convencionais, agrupando-os em um só feixe. 

A descoberta deverá ser de grande ajuda para a iminente crise de banda de transmissão.

Claro, o objetivo dessas equipes de estudiosos agora é desenvolver a tecnologia a ponto de ser utilizada em escala comercial – e não se sabe quando isso poderá acontecer.

Arquivo INFOTRANSP