O ar na capital paulista seria, em
média, 30% mais poluído caso o metrô, que transporta diariamente 4
milhões de passageiros, não existisse.
O ar na capital paulista seria, em média, 30% mais poluído
caso o metrô, que transporta diariamente 4 milhões de passageiros, não
existisse.
O resultado foi obtido por meio de uma simulação feita pela
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) que mostra aumento nas
concentrações dos poluentes no ar, principalmente de material
particulado.
Responsável pela pesquisa, a professora do
Departamento de Ciências Exatas e da Terra da Universidade Federal de
São Paulo (Unifesp) Simone Georges Miraglia explica que esse percentual
foi obtido em determinadas condições meteorológicas, que podem variar
conforme o dia.
A pesquisa, intitulada Os Efeitos
Positivos em Saúde devido ao Transporte Urbano sobre Trilhos – Estudo de
Caso para São Paulo, foi apresentada durante workshop promovido hoje
(7) na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da
Universidade de São Paulo (USP).
Foram divulgados também estudos
envolvendo os impactos da existência do metrô na capital paulista sob
vários aspectos, como economia, acessibilidade e saúde.
De acordo com Simone, a análise, feita durante a década de 2000,
comparou a qualidade do ar entre os dias em que o metrô funcionou
normalmente e aqueles em que o transporte foi afetado por greves,
ocorridas em 2003 e 2006.
“O serviço do metrô leva a uma não emissão de
poluentes significativa”, destacou a pesquisadora.
Os levantamentos usaram as medições de qualidade do ar fornecidos
pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), além de dados
do Programa de Aprimoramento das Informações de Mortalidade no Município
de São Paulo (PRO-AIM).
Simone explica que, nos dias em que a cidade fica sem o metrô, há
aumento considerável nos atedimentos em prontos-socorros e nas
internações hospitalares.
“Em qualquer evento em que a gente tem aumento
das concentrações de poluentes atmosféricos, existem diversos efeitos
indesejáveis na saúde, entre eles, aumento da incidência de doenças
respiratórias, cardiovasculares e problemas oftalmológicos”, explica.
Segundo ela, o município também registra elevação do nível de
mortalidade, em decorrência de complicações das doenças que pioram com
poluição do ar.