Grupo que publica os jornais Brasil Econômico, O Dia e Meia-Hora inaugura projeto Observatório da Mobilidade, que vai monitorar soluções para as grandes cidades brasileiras
Com os investimentos viabilizados pela Copa do
Mundo e pelos Jogos Olímpicos de 2016, o Brasil e, principalmente, o Rio
de Janeiro têm uma oportunidade única de solucionar problemas
históricos de mobilidade urbana. Com o objetivo de contribuir para este
processo, o Grupo EJESA (responsável pelas publicações Brasil Econômico,
O Dia e Meia-Hora) dá início, nesta semana, ao projeto "Observatório da
Mobilidade".
Além de reportagens para discutir em profundidade a
questão da mobilidade urbana e dos transportes públicos, o projeto vai
promover, uma vez por mês, debates com especialistas e autoridades sobre
temas relacionados ao assunto.
O primeiro encontro discutirá "Os grandes projetos de
transportes no Rio e seus impactos na mobilidade urbana" e reunirá, na
quinta-feira, na sede do Grupo no Rio de Janeiro, o secretário municipal
de Transportes do Rio de Janeiro, Carlos Roberto Osório, o gerente de
Transportes da Empresa Olímpica Municipal, Ronaldo Balassiano, e os
professores Alexandre Rojas, do Centro de Tecnologia da UERJ, e Paulo
Cézar Ribeiro, do Programa de Engenharia de Transportes da Coppe/ UFRJ.
Para o presidente da Associação Nacional dos Transportes
Públicos (ANTP), Ailton Brasiliense, o novo ciclo de investimentos
proporcionados pelos grandes eventos é uma oportunidade para grandes
cidades brasileiras repararem erros do passado. Segundo ele, de 1950 a
2010, a área urbana de São Paulo cresceu duas vezes mais do que a
população. “O resultado disso é que a cidade têm corredores saturados de
automóveis e o tempo médio de viagem para o trabalho passou de 10
minutos para 64 minutos.
Agora, temos a oportunidade de reparar grandes
erros urbanos do passado”, lembra ele.
O gerente de Desenvolvimento Urbano do Instituto de
Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP, na sigla em inglês),
Pedro Torres, ressalta que a sociedade civil precisa entender os
projetos que estão sendo desenvolvidos nas cidades e que iniciativas
como o Observatório são fundamentais.
“Somente as audiências públicas que são
realizadas para o licenciamento dos projetos não são suficientes, pois
são pouco divulgadas.
A sociedade precisa participar mais desse
processo”, afirmou Torres.
Os principais projetos de transporte público que estão em
desenvolvimento no Rio de Janeiro, como as quatro linhas de BRT, o
Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), a Linha 4 do Metrô, a modernização do
sistema ferroviário, somam investimentos de quase R$ 18 bilhões, além de
obras viárias, como o arco rodoviário.