22 junho 2013

Amsterdã sofre com congestionamentos (acredite) de bicicleta

 Eleita a melhor cidade do mundo para andar de bike, a capital holandesa se depara com um efeito colateral no mínimo curioso de seu sucesso - os congestionamentos de magrelas

Hora do rush. O sinal verde abre e você avança alguns metros. Então para novamente. 

Aguarda, aguarda, aguarda...e dá a partida. Para de novo, menos de dez metros à frente. 

Na hora de estacionar, roda, roda e nada de encontrar vaga.

Tão comuns aos centros urbanos abarrotados de carros, cenas como essas não causam surpresa – a não ser pelo fato de ocorrerem em um lugar que carrega o título de paraíso mundial dos ciclistas (veja o top 20 das melhores cidades) e onde as magrelas são o principal meio de transporte para mais da metade da população.

Amsterdã, capital da Holanda, tem enfrentado um efeito colateral no mínimo curioso de seu sucesso: os congestionamentos de bicicletas

O problema é fruto de um descompasso - a expansão da infraestrutura ciclo viária da cidade simplesmente não está dando conta do fluxo cada vez mais crescente de ciclistas.

Numa população citadina de 800 mil pessoas, existem ao todo 880 mil bikes, isso é quase o quádruplo do número de automóveis. 

No país, elas também são maioria, superando em 1,2 milhões a população inteira da Holanda. 

Na capital, desde 1990, as viagens de bicicletas aumentaram 40%, ao passo que os deslocamentos de carro cresceram 22%.

Com tamanha presença, faltam lugares para estacionar as magrelas nas ruas. No ano passado, cerca de 30 mil bicicletas foram “rebocadas” da Estação Ferroviária Central da cidade. 

Outro problema local bem familiar ao "carrocentrismo" é o abandono de veículos nas ruas, no caso, de bicicletas.

Em 2012, pelo menos 12 mil bikes abandonadas ou quebradas foram retiradas do centro da cidade. Há quem reclame.

 Segundo uma pesquisa, 1 em cada 5 moradores de Amsterdã se dizem irritados pelos destroços de magrelas nas ruas.

Risco de acidentes 

Ao longo dos últimos 50 anos, o número de acidentes fatais de trânsito em Amsterdã reduziu consideravelmente, de mais de 100 vítimas por ano para cerca de 15. 

O problema: mais da metade do acidentados (56%) são de ciclistas.

Em 42% dos casos, os acidentes resultam de erros relacionados com o direito de passagem. 

Os dados são de um estudo realizado pelo instituto holandês SWOV, especializado em segurança no trânsito.

Embora se trate de falha humana, existem oportunidades para diminuir ainda mais os ricos, através de uma melhor distribuição da infraestrutura. 

Diminuir o limite de velocidade e sinalizar melhor o direito de passagem nos cruzamentos são duas maneiras de conseguir isso.

Outras causas comuns de acidentes de trânsito, segundo a pesquisa, é o avanço do sinal vermelho. E o erro aqui não é apenas dos ciclistas, mas de outros veículos duas rodas, como motos e scooters.

Atento à questão, o governo local desenhou um plano plurianual que visa a prevenção de acidentes entre ciclistas, ciclomotores e pedestres. 

Além de tornar mais segura a malha cicloviária da cidade, o programa investe na mudança de comportamento, com ações de educação e conscientização, e promete mais fiscalização para evitar infrações.

Trânsito de bicicletas na Holanda
Amsterdã: infraestrutura cicloviária não está dando conta do fluxo crescente de ciclistas

http://exame.abril.com.br/meio-ambiente-e-energia/noticias/amsterda-sofre-com-congestionamento-acredite-de-bicicletas




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