23 junho 2013

Sem metrô, São Paulo deixaria de produzir 6,15 bi por ano e poluição seria 30% maior

 

Sem metrô, São Paulo deixaria de produzir 6,15 bi por ano e poluição seria 30% maior

Um estudo apresentado na sexta-feira, 7 de junho, mostrou que se o metrô paulistano deixasse de existir, a economia local perderia R$ 6,15 bilhões por ano, o equivalente a 1,7% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no município) da capital paulista. 

O estudo fez parte de um workshop promovido na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (USP), em que foram mostradas pesquisas sobre os impactos da existência do metrô no município sob vários aspectos, como economia, acessibilidade e saúde.

Segundo o professor Eduardo Haddad, coordenador da pesquisa, os cálculos foram baseados na infraestrutura ligada à mobilidade e no modo como ela afeta a produtividade dos trabalhadores. 

“Isso, por sua vez, afeta a competitividade das firmas, e, por meio de relações de renda, produtivas e comerciais, afeta toda a economia brasileira”, destacou à Agência Brasil Haddad, que é professor do Departamento de Economia da USP e diretor de pesquisas da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Com as pessoas que usam o transporte público demorando mais a chegar ao trabalho, elas tornam-se menos produtivas e as empresas obtêm menos lucro, fazendo com que o governo arrecade menos, destaca a pesquisa.

 Outro ponto levantado na consulta foi que a redução do bem-estar proporcionado pelo metrô faria o consumo das pessoas cair e, com isso, diminuiria a arrecadação governamental.

Além disso, como a capital paulista é um grande polo econômico, a inexistência do metrô geraria impacto negativo na economia nacional – o país perderia R$ 19,3 bilhões por ano, o correspondente a 0,6% do PIB. “Apesar de ser uma infraestrutura local, o metrô [de São Paulo] causa impacto sobre toda a economia brasileira”, concluiu Haddad.

Problema de mobilidade

Ao longo de 74 quilômetros e 64 estações, o metrô paulistano transporta diariamente 4 milhões de passageiros, o equivalente a 20% das viagens no transporte público.

 De acordo com Haddad, o valor de R$ 19,3 bilhões ao ano (impacto no país) corresponde a 65% dos custos da construção de toda a rede do metrô. 

A despesa com cada quilômetro do metrô fica em torno de R$ 300 milhões.

Na opinião do pesquisador, o exemplo da capital paulista pode ser pensando para outros municípios. “Isso é importante não apenas para São Paulo, mas, quando se pensa em mobilidade em outras grandes cidade brasileiras, esse problema também se coloca”.

Mais poluição

Já o ar na capital paulista seria, em média, 30% mais poluído caso o metrô, que transporta diariamente 4 milhões de passageiros, não existisse.

 O resultado foi obtido por meio de uma simulação feita pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que mostra aumento nas concentrações dos poluentes no ar, principalmente de material particulado.

Responsável pela pesquisa, a professora do departamento de ciências exatas e da terra da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Simone Georges Miraglia, explicou que esse percentual foi obtido em determinadas condições meteorológicas, que podem variar conforme o dia.

Arquivo INFOTRANSP