18 dezembro 2010

Sustentabilidade é destaque no II Fórum Copa Bahia 2014

 
 

Fazer um balanço do primeiro ano de atuação do Estado na preparação para a Copa 2014 e apresentar diretrizes para os próximos anos, tendo como um dos principais eixos a sustentabilidade.

Esses e outros assuntos foram tratados nesta quarta-feira (15), no Grand Hotel Stella Maris, em Salvador, palco do II Fórum Copa Bahia 2014.

Promovido pela Secretaria Extraordinária para Assuntos da Copa do Mundo (Secopa), o evento reuniu especialistas internacionais, que, além de trocar experiências, puderam conhecer o projeto Cidade Bicicleta: Mobilidade para Todos.

Numa capital em que 48% dos deslocamentos são feitos a pé e por bicicleta, a rede cicloviária, com 140 quilômetros, inclui ciclovias, ciclofaixas, bicicletários e pontos de parada.

A diretora de Equipamentos e Qualificação Urbanística da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), Lívia Gabrielli, informou que a rede representa uma integração do sistema não-motorizado e motorizado. “Essa é uma mobilidade de transporte que vai envolver investimentos em torno de R$ 30 milhões. Vamos incluí-la no plano diretor da Copa 2014 e buscar a captação dos recursos”.

Para atender alguns pré-requisitos de preservação e zelo com o meio ambiente, a Secopa levantou com esse viés questões como a gestão das arenas e estabeleceu um acordo com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) para a anulação da emissão de carbono durante o evento.

Esse método se dá através da solicitação às instituições especializadas, que calculam a quantidade do gás carbônico emitido por automóveis, aviões e outras formas de geração desse gás, para que, a partir desse dado, sejam estabelecidas parcerias e ações que resultem na plantação equivalente de árvores que anulem o volume de CO² emitido.

De acordo com o gerente-geral de Marketing da Fifa, Jay Neuhaus, o governo e a prefeitura têm se preocupado com a questão da sustentabilidade, seja com os cuidados com os resíduos provocados pela implosão da Fonte Nova, seja com a utilização de materiais na obra. “Até agora, a comunicação entre as esferas de governo e a Fifa tem sido muito boa e há um avanço do projeto. As ações de marketing estão no mesmo caminho. Vamos deixar um legado sustentável para um país que demonstra interesse sobre o assunto”.

Segundo o secretário da Secopa, Ney Campello, em função do evento e da vinda de palestrantes estrangeiros, todo o impacto gerado vai resultar num compromisso do plantio de 160 árvores, “o que corresponde à anulação de produção da poluição”.

Ele destacou que 12 cidades baianas pleiteiam a condição de centros de treinamento, para que as seleções venham no período de aclimatação e para treinamento que antecede ao evento.

Pensar mobilidade urbana como sistema intermodal

A apresentadora do programa Aventuras, da ESPN Brasil, e também ativista do transporte em bicicletas, Renata Falzoni, afirmou que a partir dos investimentos na rede cicloviária, a Bahia vai ganhar com a organização do espaço urbano. “Há um modelo brasileiro que só encara como centro do movimento nas cidades o veículo automotor, que na maior parte das vezes só tem uma pessoa dentro, pesa uma tonelada, ocupa 50, 60 até 100 metros quadrados para se locomover e para todas as cidades”.

Ela explicou que o modelo usado por todo o mundo é de uma mesma autoridade que legisla sobre trem, ônibus, metrô, sobre o espaço público, criando rotas de pedestres sinalizadas, com preferência sobre todos os outros veículos, e fomenta através da mobilidade em bicicleta e a pé uma concorrência para pequenas distâncias.

O secretário disse que é necessário ainda pensar a mobilidade urbana como sistema intermodal. “A bicicleta ainda não é um produto de referência de respeito maior. Ainda não existe uma linha de financiamento específica para ciclovias e ciclofaixas. Salvador tem menos ciclovias e ciclofaixas do que Aracaju e Teresina”.
 
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