20 setembro 2011

Modelo de concessão inibe investimentos em ferrovias no País

São Paulo - O atual modelo de concessão vigente no setor nacional de transporte ferroviário de carga induz as empresas a investirem muito em material rodante e pouco na construção de novas linhas férreas. É o que acusa estudo do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos) segundo o qual houve queda da condução de carga via trem no Brasil entre os anos de 2008 e 2010 (de 19,90% para 19,49%). Já o modal rodoviário ampliou sua fatia na matriz de transporte brasileira.

Maurício Lima, do Ilos, observa que as concessionárias só conseguem recuperar o dinheiro que colocam em novos trens e vagões. Eventuais ferrovias por elas construídas se tornam propriedade do governo ao fim da concessão. Rodrigo Vilaça, diretor-executivo da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), frisa que as empresas têm obrigação de recuperar e manter as linhas já existentes, mas não a de abrir novas.

O levantamento do Ilos informa ainda que o Brasil teve em 2010 o total de R$ 391 bilhões em custos logísticos, 10,6% de seu Produto Interno Bruto (PIB). Os Estados Unidos gastaram o equivalente a R$ 2,08 trilhões com este item no mesmo período, 7,7% do PIB americano. Se o País tivesse uma matriz de transportes semelhante à dos EUA (que privilegia ferrovias, não rodovias), economizaria R$ 90 bilhões ao ano.

Neste domingo começou nos EUA a maior feira metroferroviária daquele país, que pela primeira vez conta com um pavilhão brasileiro.
http://www.dci.com.br/-Modelo-de-concessao-inibe-investimentos-em-ferrovias-no-Pais-7-391500.html

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