Negócio de US$ 220 milhões é a primeira exportação da empresa para a América Latina
Em cerimônia realizada na China, o governo do Rio recebeu na semana passada o primeiro dos 34 trens comprados para renovar a frota urbana da região metropolitana da capital.
O fabricante dos trens é a empresa CNR, que avalia a instalação de uma fábrica no Rio de Janeiro. Trata-se da primeira vez que a CNR, sediada em Changchun (1.000 quilômetros ao norte de Pequim), vende trens para a América Latina.
Os vagões são maiores do que os usados atualmente no Rio e estão equipados com câmeras de vigilância, telas de LCD, painéis eletrônicos e ar-condicionado regulado a 230C.
Participante do evento, o presidente da Supervia (a operadora dos trens urbanos controlada pela Odebrecht), Carlos José da Cunha, afirmou que a compra faz parte de um processo de modernização dos trens urbanos do Rio, que praticamente dobrará, até 2014, a capacidade de transporte (atualmente em cerca de 520 mil passageiros por dia).
A Supervia deve começar em breve um novo processo de concorrência para a compra dos outros 60 trens previstos no contrato.
O restante — 30 novas composições — deve ser encomendado pela empresa, que além dos 124 trens novos também se comprometeu em modernizar 73 dos 160 trens que possui. “Hoje, a idade média da nossa frota é de 35 anos.
Os novos trens vão permitir que cheguemos em 2014 com uma frota de 211 trens, todos com ar-condicionado e com uma idade média de 16 anos. A partir daí, a gente espera estar com um serviço de boa qualidade”, afirmou Cunha.
A SuperVia pretende lançar dentro de alguns dias uma série de ações que comecem a gerar benefícios imediatos para os usuários. Entre as medidas previstas está um novo sistema de comunicação dentro dos trens, que deixará de ser feito pelo maquinista e ficará a cargo do Centro de Operações. Além disso, o vagão feminino terá nova identificação visual e o transporte de bicicletas será permitido nos fins de semana.
O trem entregue na semana passada deve entrar em operação em agosto - só a viagem até o Brasil levará 45 dias. As últimas unidades ficarão prontas em março de 2012.
A compra custou US$ 220 milhões, dos quais 90% foram financiados pelo Banco Mundial, segundo o secretário de Transportes, Julio Lopes. Com os trens chineses, serão renovados cerca de 20% da atual frota de trens urbanos.
A estatal CNR tem cerca de 10 mil funcionários e já exportou para diversos países, entre os quais Austrália, Coreia do Norte e Irã.
http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=65074
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