Estado deve receber Copa das Confederações sem obras de mobilidade
A conclusão das obras para melhorar o trânsito de Salvador - principal problema da cidade para a Copa do Mundo de 2014 – irá atrasar ao menos sete meses.
O governo da Bahia agora prevê o fim dos trabalhos para o início de 2014 – a previsão anterior era o primeiro semestre de 2013.
Com o atraso, a cidade não concluirá as obras de mobilidade urbana para a Copa das Confederações, entre junho e julho de 2013. A capital baiana é candidata a ser uma das cinco sedes do torneio – uma espécie de prévia para 2014, sobretudo em termos de organização - e também almeja a abertura da Copa.
a informação sobre o novo prazo foi transmitida pelo governo Jaques Wagner (PT) nesta terça-feira (21), após uma entrevista convocada para divulgação do novo modelo de transporte coletivo escolhido para a região metropolitana da cidade.
De acordo com a administração estadual, o sistema será misto – uma parte sobre trilhos e outra em ônibus.
A divulgação do novo sistema, contudo, foi confusa. Inicialmente prevista para segunda-feira (20), foi adiada de última hora pelo governo, sob a justificativa de que a discussão havia “se prolongado por além do previsto”.
Também não houve escolha definitiva do modelo. O governo apenas anunciou que parte do sistema será sobre trilhos – em metrô ou monotrilho (espécie de metrô sobre viga) – e outra em ônibus – convencionais ou BRT (com corredores exclusivos).
O governo havia convocado um concurso público de propostas, denominado PMI (Procedimento de Manifestação de Interesse), uma etapa pré-licitação, para que empresas interessadas apresentassem suas opções de modelos de transporte. Sete empresas ou consórcios tiveram projetos aceitos, e a administração havia anunciado que decidiria por um projeto, o que não ocorreu.
A discussão sobre o novo sistema de transporte mobiliza setores empresariais, de governo e a imprensa na Bahia.
A Prefeitura de Salvador, administrada por João Henrique Carneiro (PP), defende o BRT, mesma proposta do sindicato das empresas de ônibus do município. O governo Wagner evita a defesa do modelo e diz que a disputa não pode se tornar um “Ba-Vi”, referência ao clássico do futebol local, entre Bahia e Vitória.
o metrô soteropolitano tem apenas seis quilômetros concluídos, sem condições de operação. Segundo o Ministério Público Federal, irregularidades na licitação e na execução causaram prejuízo superior a R$ 100 milhões.
Fonte Nova
A gestão Wagner também enfrenta obstáculos nas obras do estádio da nova Fonte Nova.
O Tribunal de Contas do Estado resiste a autorizar a liberação integral do financiamento de R$ 323 milhões contratado para a obra no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), alegando falta dos projetos básico e executivo.
O governo alega que a exigência não cabe para uma obra em regime de PPP (Parceria Público Privada) e recorreu à Justiça para conseguir a liberação dos recursos. O consórcio privado responsável pela obra já diz que o atraso pode comprometer o andamento dos trabalhos.
O governo também está em meio a uma divergência com a a CGU (Controladoria Geral da União). Há duas semanas, o órgão federal divulgou nova estimativa de custos para as obras do estádio, apontando aumento de 35% - de R$ 591 milhões para R$ 799 milhões. A gestão Wagner contesta o cálculo e enviou pedido de esclarecimentos ao órgão.