06 abril 2011

Governo vive impasse

Agecopa se isenta da escolha de modelo de transporte e diz
que vai avaliar VLT em 30 dias, mas decisão será do governador


O presidente da Agecopa (Agência de Execução dos Projetos para a Copa do Mundo), Yênes Magalhães, isentou a autarquia da responsabilidade da escolha do sistema de transporte em Cuiabá para o Mundial de 2014 e afirmou que a opção pelo BRT (Bus Rapid Transit) foi uma decisão de governo tomada em 2008, antes da criação da agência.

O debate a respeito da responsabilidade da Agecopa na escolha pelo BRT começou depois que o presidente da Assembleia Legislativa, deputado José Riva, disse que o dever pela seleção do sistema de transporte não deve ser da autarquia. “A Agecopa não decidiu pelo BRT em hipótese alguma. A decisão por esse sistema foi tomada em 2008, pelo governo do Estado, com apoio da Assembleia Legislativa e aval da Ager e prefeituras de Cuiabá e Várzea Grande”, disse Magalhães ontem, durante entrevista coletiva.

O dirigente negou que não tivesse havido abertura para debate sobre outros sistemas de transporte e disse que o governador do Estado, Silval Barbosa, deu prazo de 30 dias para analisar as propostas das empresas TG+ e Viaponte sobre o VLT (Veículo Leve Sobre trilhos) como alternativa ao BRT. “Esses estudos deveriam ter sido apresentados até o dia 31 de março. Mas, no dia 23, representantes das duas empresas enviaram carta dizendo que os estudos que nós temos são adequados”, disse Magalhães. Ainda de acordo com o dirigente, as informações contidas no Plano de Mobilidade de Cuiabá e Várzea Grande indicam que o preço da tarifa do VLT será 102% mais caro do que o do BRT nos municípios.

Em relação às desapropriações necessárias para o BRT, Magalhães disse que o número estimado de imóveis que deverão ser desocupados é de aproximadamente 1,2 mil, mas o valor gasto com as indenizações ainda é desconhecido. Ele rebateu a afirmação do deputado José Riva de que o sistema VLT exigiria quantidade muito menor de desapropriações. “Os dois sistemas vão exigir número parecido. Isso, se o VLT não precisar de mais desapropriações”.

Sobre o estudo comparativo entre VLT e BRT apresentado na terça-feira pela empresa TTrans, de São Paulo, Magalhães disse que a Agecopa vai apreciar o documento, mas que a palavra final não é da instituição. “Quem vai decidir isso é o governador Silval Barbosa”.

O Estado já assinou contrato com a Caixa Econômica Federal, instituição financiadora dos projetos dos corredores BRT em Cuiabá. Caso o sistema VLT seja o escolhido, o contrato será cancelado.

BRT x VLT – Enquanto o BRT é um sistema de canaletas exclusivas para ônibus articulados rápidos, o VLT é uma espécie de trem urbano, que pode ser movido a diesel ou eletricidade, cujo tamanho descarta necessidade de pista exclusiva.

Arquivo INFOTRANSP