27 novembro 2010

Trens seriam mais eficientes com investimento na manutenção de ferrovias, diz estudo

Pesquisadores da USP apontam problemas nos trilhos que cortam a região

26/11/2010

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Um estudo da Universidade de São Paulo (USP) de São Carlos mostra que o transporte ferroviário no estado poderia ser mais rápido e eficiente se houvesse investimento maior em manutenção, principalmente dos trilhos.

levantamento foi realizado em grande parte da malha paulista. Os estudos mostram que se a manutenção fosse adequada o volume de cargas poderia aumentar. “Na ordem de 30% em cima dos trens que percorrem o sistema ferroviário do estado”, explicou o pesquisador da USP Cassiano Isler.
No trecho que corta São Carlos, há dormentes destruídos, falta de parafusos e placas fora do lugar. Já em Campinas, os trilhos estão desgastados, o que contribui para a diminuição da velocidade.
Os pesquisadores explicam que quanto mais lento, menos eficiente é o transporte ferroviário. “A velocidade média no percurso Araraquara-São Carlos é de 30 km/h. Na parte norte da malha, em Mato Grosso do Sul, a velocidade é de 80 km/h”, disse o pesquisador da USP João Alexandre Widmer
Em outro trecho, na zona rural de São Carlos, quando o trem passa o dormente se movimenta, o que danifica o trilho. “Se deixar continuamente, daqui alguns meses pode soltar um pedaço de trilho e descarrilar um trem”, disse Widmer.

A América Latina Logística (All) diz que os dados são de 2006 e que, desde então, já investiu R$ 500 milhões na malha paulista. A All explicou que o dinheiro foi aplicado na troca de quase um milhão de dormentes, 600 quilômetros de trilhos e na compra e recuperação de 2,8 mil vagões. O crescimento do transporte ferroviário foi de 75% no período e a participação no porto de Santos mais que dobrou. A empresa ainda informou que está em andamento a duplicação da ferrovia entre Campinas e Santos.

Os pesquisadores reconhecem que a concessionária faz a manutenção, mas apenas a necessária para manter a atual operação. Segundo eles, o problema está na falta de planejamento do governo federal. “Isso é um investimento necessário no plano nacional de logística e transporte. Não existe um volume de recursos apropriado para o resgate dessas malhas ferroviárias que são extremamente necessárias para a nação”, completou Widmer.

Arquivo INFOTRANSP