19 novembro 2010

Atirador do metro e amigo apanhados na estação da Baixa

Lisboa
Atirador do metro e amigo apanhados na estação da Baixa
O brasileiro que  disparou sobre um cabo-verdiano no metro está referenciado por assaltos. A arma foi apreendida pela PJ

Diz-se que um criminoso não volta ao local do crime. Não foi o caso. O cidadão brasileiro que na terça--feira à noite disparou sobre um jovem cabo-verdiano, na estação de metro de Arroios, foi interceptado pelas brigadas CP/Metro da PSP anteontem às 18.30, precisamente numa estação de metro, a de Baixa-Chiado. Tem 27 anos e está referenciado na secção de roubos da Polícia Judiciária por crimes com recurso a arma de fogo, nomeadamente assaltos à mão armada. O seu amigo brasileiro, que forçou a porta da carruagem na estação de Arroios para o comparsa disparar - segundo relatou uma testemunha à PSP -, também foi interceptado.

A arma de fogo utilizada no crime foi também apreendida.

Os dois suspeitos e a arma foram entregues à Polícia Judiciária, que é quem tem a competência para investigar crimes com armas de fogo. No caso, o disparo que feriu na clavícula, do lado direito, o jovem cabo-verdiano de 27 anos configura um homicídio tentado.

O jovem continua internado no Hospital de S. José, depois de já ter sido submetido a uma cirurgia. O seu estado é considerado grave. O ferido e o amigo cabo-verdiano de 21 anos que o acompanhou estão referenciados por crimes de roubo com coacção física, como já noticiou o DN. Segundo confirmaram fontes policiais, os três cabo-verdianos não conheciam os dois brasileiros de parte alguma e vice-versa. Também não houve qualquer tentativa de assalto prévia ao disparo. Os motivos para o disparo terão sido fúteis.

Os três amigos cabo-verdianos estavam ainda no cais da estação de Arroios quando um deles, alcoolizado, começou a falar com os dois brasileiros. Até à discussão irada foi um passo. A videovigilância do metro captou os três homens a descer as escadas em acalorada discussão. Chegou o comboio, entraram para a carruagem e, quando as portas estavam a fechar-se, um dos brasileiros forçou a entrada e o outro sacou da arma e disparou. O homem de 27 anos que foi baleado no peito não seria a vítima que os dois brasileiros queriam atingir.

O alvo seria o outro amigo dos dois cabo-verdianos, o provocador alcoolizado, que, naquele momento, já tinha desaparecido de cena. Nem foi identificado. Os dois brasileiros estavam ontem a ser ouvidos pelo juiz de instrução criminal

http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1714456&seccao=Sul

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