08 outubro 2010

Simpósio interdisciplinar reúne especialistas do Brasil e Japão em MS

Das cidades brasileiras, Campo Grande é a terceira com o maior número de japoneses e descendentes em todo o Brasil. Não apenas isso, também é a porta de entrada para o Pantanal, um dos mais ricos biomas do mundo e fruto de uma série de pesquisas acadêmicas e empreendimentos inovadores. Com isso em mente, a Associação Brasil-Japão de Pesquisadores (SBPN) decidiu trazer para a capital de Mato Grosso do Sul a terceira edição do Simpósio Brasil-Japão em Sustentabilidade: Um Desafio da Humanidade.
 Com parceria da Japan International Cooperation Agency (Jica), Sebrae, Fundação Kunito Miyasaka e Banco Real, o Simpósio vai reunir especialistas em diversas áreas do conhecimento, todas voltadas para a solução de problemas em busca do desenvolvimento sustentável.
Segundo o gestor do projeto Nikkei/Dekassegui, do Sebrae, Jorge Veneza, o evento também favorece as relações econômicas e comerciais e a troca de conhecimento acadêmico e empresarial entre Brasil e Japão. “Acreditamos neste intercambio para promover mais inovações tecnológicas e gerar novas oportunidades de investimentos em ambos os países”, avalia.
Na programação, as apresentações mesclam convidados brasileiros e japoneses, como o ex-ministro da economia do Japão, Heizo Takenaka, que faz uma reflexão sobre o papel da Economia e da Ásia no contexto mundial. Outro palestrante internacional será Hiroshi Shumizu, criador do Eliica, o Super Carro Elétrico. O modelo experimental possui oito rodas e foi desenvolvido em 2004. Diferente das outras versões já existentes deste tipo de veículo, cuja velocidade máxima é inferior a 80 km/h, o Eliica possui a capacidade de alcançar até 370 km/h. Além da performance, o fato do combustível ser o lítio minimiza a emissão dos gazes causadores do efeito estufa.
Outra alternativa para a diminuição da emissão do gás carbônico é fornecida pelo professor adjunto da UFMS, Edson Matsubara, que palestra sobre Inteligência Artificial durante o simpósio. “Uma possibilidade seria desenvolver sistemas de injeção eletrônica com IA, para que ele consiga regular melhor a quantidade de saída de combustível”. Matsubara trabalha com tratamento de dados, atuando em soluções empresariais, detecções de fraude e reconhecimento de sistemas de segurança. Ainda assim, essa é apenas uma das muitas áreas dos estudos de inteligência artificial. E é um pouco desse conceito, sem aprofundar em academicismos, que o professor transmite durante a sua fala no evento.
Simplificar a explicação de sua pesquisa também é o que busca o pesquisador Marc Boncz, que financiado pelo CNPq executa uma pesquisa de geração de energia na UFMS. “Basicamente, a proposta é utilizar os resíduos das usinas de cana para a geração de biogás e biodiesel”, relata. O aproveitamento do gás é uma prática relativamente comum, mas para o combustível natural ainda está no laboratório. O processo consiste em desenvolver no resíduo da cana uma cultura de algas – organismos compostos quase que 50% de óleo vegetal – e depois extraí-lo em uma mini-usina. De acordo com Boncz, para produzir um metro cúbico de etanol, as usinas produzem 12 vezes essa quantidade em resíduo. Esse dejeto, poderia ser utilizado para produzir em torno de 60 litros de biodiesel.
Além das palestras, o Simpósio terá exposição de trabalhos científicos e a mostra de negócios Nikkei/dekassegui com a participação de empresários sul-mato-grossenses. Também algumas atividades culturais, como a oficina de dança de salão/samba e forró com o grupo Bailah, da UFMS, e apresentação de musical com a concertista japonesa Yoko Nishi.
Serviço - O Simpósio Brasil-Japão 2010 acontece entre os dias 08 e 10 de outubro no Sebrae/MS, a partir das 8h. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas pelo site www.japao.org.br/simposio onde também é possível encontrar a programação detalhada do evento. Mais informações pelo telefone 0800-570-0800.
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