29 outubro 2010

Bahia avança em negociações de investimentos para a Copa 2014

De volta a Bahia após viagem a China, onde esteve para tratar de futuros investimentos no estado para a Copa 2014, o secretário Extraordinário para Assuntos da Copa – Secopa, Ney Campello, conversou com o Portal Vermelho e pontuou as principais perspectivas de parcerias comerciais e de transferência de tecnologia junto a empresários chineses. Confira:

Vermelho – Qual o balanço dessa viagem a China?

Ney Campello – É um balanço muito positivo. A ida teve, basicamente, dois objetivos: a visita à Expo Xangai, considerado o maior evento do mundo, que reuniu 70 milhões de visitantes, e o Brasil, inclusive, estava lá representado com seu pavilhão; e a missão técnica composta por mim e pelo secretário de Agricultura, Eduardo Salles, com o propósito de divulgar os produtos da economia baiana e o evento Copa 2014. Nesse evento de Xangai, nos reunimos com mais de 100 empresários chineses e, particularmente, o assunto Copa gerou grande interesse. A China, em 2010, investiu no Brasil algo em torno de 10 bilhões de dólares, o que significa um crescimento de mais de 1.000% em relação ao que se investia nos últimos anos. E é nosso interesse que a China possa fazer o mesmo, aumentando o fluxo de comércio com a Bahia. No caso da Copa, nos interessava as áreas de mobilidade urbana, de meio ambiente e sustentabilidade, e de tecnologia e espetáculo. Outro grande resultado foi a instalação do escritório da Copa em Pequim, quando estivemos reunidos com o “Time da China”, que é exatamente o conjunto de empresas que realizaram a abertura e o encerramento das Olimpíadas de 2008 em Pequim. Conseguimos, com isso, um fato pioneiro para as 12 sedes, pois somos o primeiro estado a instalar um escritório da Copa fora do Brasil e num país que é, hoje, a locomotiva da economia mundial e com grande capacidade de atração, portanto, de investidores e investimentos para a organização de 2014. A Secopa vai funcionar no escritório da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos), que é uma agência de fomento vinculada ao Ministério da Indústria e Comércio.

Vermelho – Ficou estabelecida alguma perspectiva de quando o escritório entrará em funcionamento?

NC – O escritório já existia como vinculado à Secretaria Estadual de Agricultura (Seagri). Então, assinamos um protocolo de intenções entre a Secopa e a Seagri, no qual a Seagri cedeu o funcionamento do escritório já instalado, com toda infra-estrutura e, portanto, automaticamente, já passa a funcionar. O que nós vamos fazer agora é um plano de trabalho para a ativação desse escritório. Já temos uma representação nossa lá, contratada pelo Governo do Estado desde maio de 2009, e que vai passar a responder, também, pela Secopa. É uma profissional, portanto, que representa o Governo da Bahia em Pequim, e a intenção é que ela faça esse trabalho de interlocução.

Vermelho – E a respeito da reunião com o grupo de empresários chineses, firmou-se alguma parceria comercial ou intenção de acordos futuros?

NC – Nós tivemos uma conversa acerca da Copa de 2014 na Bahia e eles demonstraram interesse; inclusive apresentaram um book, traduzido do Mandarim para o Português, em que situam as possibilidades de atuação no estado. E nós demonstramos igual interesse na transferência dessa tecnologia. Então, ficou formulado um convite para que eles viessem em dezembro, por conta da 2ª edição do Fórum Copa Bahia 2014, na primeira semana do mês. Ainda vamos encaminhar o convite oficialmente. A intenção, em eles vindo para cá no fim do ano ou em outra data oportuna, é assinarmos o “Memorando de Entendimentos”, que é uma sinalização de um compromisso recíproco do estabelecimento da transferência dessa tecnologia para 2014. Isso tem uma importância grande em função do nosso pleito de sediar a abertura da Copa e, se confirmando isso, nós poderíamos reproduzir, em Salvador, um evento da dimensão da abertura dos Jogos de Pequim.

Vermelho – Em termos práticos, o quê a aplicação dessa tecnologia chinesa representa para as áreas de tecnologia de espetáculo, mobilidade urbana e meio ambiente?

NC – Na área de tecnologia de espetáculo, é você associar um grau de tecnologia que ainda não é conhecido na Bahia. Por exemplo, tecnologia no uso de equipamentos audiovisuais de ultima geração e telões Led, que é um tipo de iluminação moderna e mais eficiente, de consumo infinitamente menor com uma durabilidade muito maior. É trazer tecnologias mais modernas, associando ao nosso patrimônio, às nossas festas e à nossa cultura. Do ponto de vista de mobilidade, os chineses têm algumas empresas com expertise em desenvolvimento de equipamentos e insumos relacionados a sistemas de transporte. Só para se ter uma noção do grau de avanço nas tecnologias de construção, em quatro anos, eles fizeram quase 50 km de metrô em Xangai. Na área meio ambiente, os chineses têm muitos equipamentos e invenções que atuam nesse campo da sustentabilidade, relacionados a monitoramento do ar, à conservação e redução de energia elétrica. Então, tem muita novidade tecnológica em termos de equipamento e de processos dos chineses que nos interessa, porque a Copa tem esse objetivo “Verde”, e nos interessa que possa ser aplicada ao nosso estádio, as obras de mobilidade urbana e outras relacionadas com finalização da cidade

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