26 outubro 2010

Grécia tem greve de trens contra privatização

25/10/2010 

Parlamento deve analisar na terça a venda de 49% da empresa estatal.
Para trabalhadores, isso significaria o fim da companhia.

Da EFE, em Atenas

Trabalhadores da empresa estatal grega de trens fazem greve de três dias a partir desta segunda-feira (25) contra os plano do governo de privatizar a empresa.

A greve paralisou o transporte de passageiros e mercadorias por trem e afeta também as conexões internacionais.

Já na noite de domingo, dezenas de trajetos foram modificados ou cancelados.

O sindicato da empresa de ferrovias (POS) confirmou nesta segunda-feira que não serão cumpridos nem os serviços mínimos, garantindo que o tráfico ferroviário ficará completamente paralisado.

Gato senta nos trilhos próximo à estação central de Atenas, durante a paralisação desta segunda-feira (25).Gato senta nos trilhos próximo à estação central de Atenas, durante a paralisação desta segunda-feira (25). (Foto: AP)
 
A organização se opõe a uma lei que prevê a venda de 49% da empresa estatal e que será votada nesta terça-feira no Parlamento.

As interrupções se prolongarão até quarta. Está previsto que, na quinta, o serviço volte a funcionar, ficando novamente interrompido sexta-feira, desta vez por uma greve de 24 horas.

Aposentados gregos protestam nesta segunda-feira (25), no centro de Atenas, contra as reformas propostas pelo governo.Aposentados gregos protestam nesta segunda-feira (25), no centro de Atenas, contra as reformas propostas pelo governo. (Foto: AP)
 
O POS afirma que a empresa não é competitiva, e que a nova lei, que prevê cortes de pessoal, aumento do preço das viagens e redução dos trajetos, significará "o fim da companhia", segundo fontes sindicadis.

Os trabalhadores atribuem o déficit fiscal da empresa, que tem uma dívida de 10,7 bilhões de euros, ao pagamento de empréstimos para obras de infraestrutura e não aos salários dos empregados (cerca de seis mil).

O governo grego planeja abrir processos de privatização nas empresas estatais que não são competitivas, enquanto o país passa por grave crise de endividamento e déficit público

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