21 outubro 2010

Homens não respeitam vagões exclusivos para mulheres no Rio

19/10/2010

A lei diz que as empresas devem destinar um vagão só para mulheres.
Não há punição para o passageiro que descumpre a determinação.

Do RJTV

A lei que destina vagões exclusivos para mulheres nos horários de maior movimento não é respeitada nos trens e metrôs do Rio.

Na estação de trem da Central do Brasil, no Centro, um adesivo rosa colado na porta do vagão indica que ele é de uso exclusivo para mulheres. Mas, os homens ignoram o aviso e viajam nos vagões, sem respeitar a lei.

As passageiras pedem maior fiscalização para que haja maior conforto durante o trajeto. "Ter mais fiscalização. A população também ter um pouco mais de consciência.Teria que ter um programa educacional.

Alguns homens também defendem a lei. “As mulheres realmente se sentem constrangidas”, disse um passageiro, que estava no vagão exclusivo para as mulheres.

A lei estadual que destina vagões exclusivos para mulheres nos trens e nos metrôs foi sancionada em março de 2006, mas segundo as passageiras, há pelo menos dois anos não existe fiscalização nos vagões. "Acho que eles deixam para trás. Eles não controlam mais. Todo mundo entra, os homens entram e é indiferente” contou uma das passageiras.

Um funcionário da SuperVia diz que a supervisão deveria ser feita antes de os passageiros chegarem à plataforma. “Eu não tenho como combater isso. Isso tem que ser a SuperVia mesmo arrumar um sistema. Alguma coisa tem que fazer”, disse ele.

No metrô, também na Central, a fiscalização é mais rigorosa. "Aqui o metrô faz a parte dele. A gente não tem como saber por que lá não funciona. Aqui funciona por que alguém faz, aqui o pessoal se empenha”, contou um funcionário.

Não há punição para passageiros

A lei não deixa claro quem deve fazer a fiscalização nem que punição deve ser aplicada a quem não respeita. Só estabelece punição a empresa que não destinar um vagão para as mulheres.

A SuperVia informou, em nota, que cumpre rigorosamente a lei estadual, mas reconhece que o funcionamento dos vagões exclusivos não está em sua plenitude e por isso vêm fazendo campanhas educativas.

Já a Polícia Militar informou que atua em parceria com a SuperVia e que quem se sentir desrespeitado deve procurar um dos policiais ou agentes da concessionária que circulam nas plataformas.

O Metrô Rio diz que reforçou recentemente a sinalização nas entradas dos vagões femininos com adesivos cor de rosa, que também vem fazendo campanhas educativas e que os 400 agentes de segurança são treinados para orientar os passageiros.

O deputado Jorge Picciani, autor da lei, informou que pretende propor uma punição para a concessionária que não fizer campanhas educativas e que também não der orientação ao usuário.

O conselheiro federal da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio (OAB/RJ), Dr. Claudio Pereira de Souza diz que o funcionário deve chamar o passageiro e pedir pra ele se retirar. Caso ele não saia, a polícia deve ser chamada. Segundo o conselheiro, nesta situação, a concessionária está representando o Estado.

http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2010/10/homens-nao-respeitam-vagoes-exclusivos-para-mulheres-no-rio.html

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