06 janeiro 2013

Escassez de mão de obra qualificada é maior no Nordeste e em Brasília

A escassez de mão de obra qualificada para dar conta de obras de infraestrutura é mais grave em Recife, em Brasília e em Fortaleza, revela estudo recente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

Nas regiões metropolitanas dessas capitais, novos engenheiros, geólogos, arquitetos e designers estão ganhando mais do que os que estão saindo do mercado para se aposentar. 

O comportamento é inusitado, pois inverte a lógica da experiência --quanto mais experiente, maior é o salário de um profissional. Além disso, indica um mercado de trabalho extremamente aquecido.

Segundo o pesquisador do Ipea Paulo Meyer, autor do estudo, nas oito maiores capitais do país a diferença entre o salário dos que estão se aposentando e dos que estão chegando vem se reduzindo para as carreiras de engenharia e construção desde 2010, dos engenheiros ao "chão de fábrica".

Meyer sugere que essas carreiras sejam alvo de políticas de "importação" de trabalhadores. 

"Neste momento em que se discute a flexibilização de entrada de mão de obra estrangeira, esse estudo ajuda a definir quais ocupações devem ter prioridade na ação dos gestores e em quais locais há maior demanda." 

"O governo pode optar por conceder vistos de trabalho a estrangeiros interessados em atuar nessas regiões", afirma Meyer. 

Em São Paulo e no Rio, o pesquisador detectou maior necessidade de profissionais da base da pirâmide, como marceneiros e mecânicos.

 Em São Paulo, um novato nesses ramos ganha, em média, 5% menos do que um profissional no auge da profissão. 

Em 2003, a diferença superava 15%. 

Meyer usou, como base para o estudo, dados do Ministério do Trabalho, de 2003 a julho deste ano. 

Arquivo INFOTRANSP