06 abril 2011

Metrô obriga usuário a sair para dar espaço a outros

Passageiros descem no meio do trajeto para composição seguir até estação onde há mais demanda
Uma tática usada pelo Metrô em momentos de superlotação ou quando há problemas operacionais está se tornando mais comum nos horários de pico. É a de obrigar passageiros que estão num determinado trem a descer para que a composição siga vazia até uma plataforma lotada, segundo o Jornal da Tarde.

A estratégia é uma das várias para tentar atender ao fluxo cada vez maior no sistema, que chega a 3,7 milhões ao dia.

Os horários de pico no Metrô são das 6h30 às 9h e das 17h às 19h30. Pela manhã, usuários da Linha 1 - Azul que saem do Jabaquara (zona sul) com destino ao Tucuruvi (zona norte) podem ser obrigados a descer na estação São Bento (centro) e aguardar o próximo trem. O mesmo pode ocorrer com os usuários da Linha 2 - Verde, que podem ter de descer na estação Ana Rosa para que a composição possa receber os passageiros que estão na estação Paraíso.

No período da tarde, a mesma situação pode ocorrer na Linha 3 - Vermelha. Quem sai da Barra Funda (zona oeste) com destino à zona leste pode ter de saltar em estações intermediárias, como Penha ou Tatuapé, e esperar o próximo trem.

Na Barra Funda, há revezamento. A cada trem que sai lotado, outro vai vazio.

Outras medidas

Outras táticas estão sendo usadas pelo Metrô para poder controlar o fluxo de passageiros nas plataformas. Em horários de pico nas estações Barra Funda, Anhangabaú, República, Sé, Luz e Paraíso, o Metrô tem desligado escadas rolantes e reduzido a quantidade de catracas liberadas para a entrada de passageiros, de modo a tentar controlar o fluxo.

A empresa também comprou composições com portas mais largas, com 1,60 metro cada (antes era 1,30 metro), que não possuem assentos perto das portas.

'Estamos operando no limite técnico máximo'

O diretor de operações do Metrô, Mário Fioratti, afirmou ao Jornal da Tarde que a companhia está operando no limite técnico máximo.

"Não é que não temos mais trens para colocar em circulação. Não temos mais espaço dentro das margens de segurança rigorosa com que trabalhamos", disse.

A única forma de conseguir atender mais passageiros é reduzir o intervalo de circulação entre os trens. Para isso, a empresa quer adotar em toda a malha um novo sistema de sinalização, o CBTC (sigla para controle de trens baseado em comunicações).

Ele permite um maior controle da localização da primeira composição e avisa aos demais. Com isso, fornece dados como distância entre eles, velocidade de operação e o tempo em que para em cada plataforma.

A partir disso, é possível reduzir ainda mais o espaço entre os trens sem interferir na segurança. Ele já opera entre Tamanduateí e Vila Prudente, trecho da Linha 2 - Verde. Se adotado em todo o sistema, a redução do intervalo poderá chegar a 20%.

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