A partir desta semana, os passageiros do metrô terão direito a um novo sistema de bilhetagem eletrônica. Os cartões podem ser adquiridos gratuitamente mediante cadastro, feito nas bilheterias ou pela internet. Por meio da rede, os usuários do transporte subterrâneo ainda poderão agendar a entrega dos documentos nas estações. A Companhia do Metropolitano (Metrô-DF) espera que até abril seus 150 mil passageiros se adequem ao novo sistema, que irá tornar obsoletos os bilhetes tradicionais de papel.
O projeto de bilhetagem eletrônica tem sido desenvolvido pelo Metrô-DF desde 2005, mas somente em 2009 foi possível a realização de licitação para substituir os três subsistemas usados atualmente pelos passageiros dos trens. A companhia ressalta que o novo cartão — baseado nos modelos de países como EUA, Inglaterra, Japão e França — está preparado para a futura integração do transporte público de Brasília. “Nosso sistema está adequado ao sistema da Secretaria de Transporte, mesmo porque o Metrô participou do desenvolvimento desse projeto. Então não vai haver necessidade de fazer um novo cartão”, declarou Paulo Eduardo Medeiros Moura, chefe do Departamento Comercial do Metrô-DF.
Mesmo antes de concluída a integração, usuários do sistema podem se beneficiar da nova bilhetagem. A compra dos créditos para o cartão múltiplo, que antes era feita apenas nas bilheterias, agora também pode ser on-line. Após renovar o cadastro para o novo sistema, o usuário poderá emitir o boleto bancário no site do Metrô DF. Assim que o sistema acusar o pagamento, ele poderá recarregar o cartão em um dos totens de autoatendimento em qualquer uma das estações. Por enquanto, apenas a de Águas Claras conta com a ferramenta, mas a companhia garante que até o fim da próxima semana todas terão ao menos dois pontos de recarga. A ideia é expandir até o fim do ano a instalação dos totens para diferentes locais públicos, como shopping centers.
Quem optar por trocar o bilhete de ocasião pelo cartão nominal terá ainda outras vantagens. Em caso de perda ou furto do documento, o passageiro não fica sem os créditos adquiridos. Basta bloquear o cartão e pedir a transferência dos dados para outro — o cartão sobressalente, porém, tem o custo de R$ 10. O Metrô-DF ainda espera, no futuro, estipular descontos de acordo com o horário de uso do sistema. A passagem do período de pouco movimento, por exemplo, seria mais barata que a do horário de pico.
Prazo curtoCom o início das aulas da rede pública de ensino programado para a próxima semana, os alunos que quiserem começar o semestre letivo com o novo cartão não podem perder tempo. Os cerca de 50 mil estudantes que já estão cadastrados no sistema antigo podem usá-lo pelos próximos meses, mas, como a migração é inevitável, aconselha-se fazer o cadastro deste ano no novo cartão.
Wasley da Silva Placedino, 22 anos, passou todo o mês tentando fazer o cadastro no site do Metrô-DF, mas só conseguiu concluir o processo na última sexta-feira. Ainda assim, o agendamento não foi tão prático quanto esperava. “No sistema dizia que eu devia vir às 13h20, mas o formulário só dizia que era à tarde”, explicou o estudante de direito. O site ainda determinou a entrega dos documentos na estação Galeria, e não em uma das estações de Ceilândia, onde mora o universitário. A viagem custou alguns minutos e R$ 6. Wesley chegou ao local marcado antes do horário determinado, mas não conseguiu fazer o cadastro imediatamente: era necessário levar uma foto, item não listado no formulário. O cartão só foi recebido depois que o estudante foi à rodoviária tirar as fotos necessárias. “Liguei mais cedo para confirmar e disseram que não precisava”, reclamou.
O Metrô-DF admitiu que o site não fazia o agendamento corretamente na semana passada, mas assegurou que agora está em pleno funcionamento. De acordo com a companhia, o agendamento poderá ser feito para seis estações, de acordo com a preferência do passageiro.
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