Faltando pouco mais de um mês para a entrega dos envelopes para a licitação do Trem de Alta Velocidade (TAV), o governo estuda flexibilizar exigências do edital para atrair mais empresas interessadas no negócio.
Uma delas é o patrimônio líquido mínimo exigido das participantes. Hoje, para cada 1% de fatia em um consórcio, o consorciado precisa ter um patrimônio mínimo de R$ 100 milhões.
Após conversas com investidores, a avaliação do governo é de que a regra atual inviabiliza a participação de empresas menores. "Isso vai criar facilidade em atrair mais empresas de pequeno porte para reforçar os grupos atuais", contou o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Bernardo Figueiredo, com exclusividade ao Brasil Econômico.
A previsão atual é que três grupos façam ofertas no leilão: um liderado pelos coreanos da Hyundai, outro por um pool de construtoras de grande porte como Camargo Corrêa, Odebrecht, Queiroz Galvão e Andrade e Gutierrez, e outro pela Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas (Apeop), formado por construtoras menores.
A mudança na regra não deverá atrair a formação de novos grupos, mas sim acrescentar participantes aos consórcios. "Os que estão aí são os que vão estar na disputa e não vejo espaço para novidades", diz Figueiredo.
AlteraçõesOutra mudança possível é na escolha das companhias que serão as receptoras de tecnologia. Segundo o diretor, o formato previsto no edital é "draconiano". Segundo a regra atual, o governo escolherá a empresa receptora, ou "agente local", sem que ela tenha espaço para sugerir formatos: "É uma construção ao longo dos próximos seis anos. As empresas precisam de flexibilidade para dizer o que funciona ou não", avalia.
Em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a ANTT estuda outras alterações pontuais no projeto. Mas Figueiredo garante que não haverá mudanças nas previsões de demanda ou no modelo financeiro.
RiscoUma das dificuldades dos consórcios é atrair as fornecedoras de peças e equipamentos de forma que elas também assumam o risco do negócio. Segundo representantes dos grupos interessados, elas querem apenas fornecer conhecimento e equipamentos para os grupos vitoriosos. Entre as que hesitam, estão a francesa Alstom e a alemã Siemens, relatam fontes inteiradas das negociações.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Alstom disse apenas que está interessada no trem-bala e que tem uma equipe no Brasil "totalmente dedicada a analisar o edital". Segundo executivos do mercado, ela já teria conversado com consórcios distintos. Procurada, a Siemens disse apenas estar interessada em "fornecer sua tecnologia e experiência acumuladas com inúmeros projetos em alta velocidade".
Figueiredo confirma a tendência: "Isso é verdade. Tirando o grupo coreano, que se coloca como investidor, as estrangeiras detentoras de tecnologia estão mais na linha de serem fornecedores que investidores".
Um dos argumentos usados para convencê-las é que a tecnologia que constará da proposta vencedora será a mesma utilizada em futuras expansões do trajeto do trem posteriormente.
"Se elas acharem que não vale a pena, abrem mão do mercado Brasil. Na medida em que compreenderem isso, pode ser que a situação seja revertida", completa Figueiredo.
Uma delas é o patrimônio líquido mínimo exigido das participantes. Hoje, para cada 1% de fatia em um consórcio, o consorciado precisa ter um patrimônio mínimo de R$ 100 milhões.
Após conversas com investidores, a avaliação do governo é de que a regra atual inviabiliza a participação de empresas menores. "Isso vai criar facilidade em atrair mais empresas de pequeno porte para reforçar os grupos atuais", contou o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Bernardo Figueiredo, com exclusividade ao Brasil Econômico.
A previsão atual é que três grupos façam ofertas no leilão: um liderado pelos coreanos da Hyundai, outro por um pool de construtoras de grande porte como Camargo Corrêa, Odebrecht, Queiroz Galvão e Andrade e Gutierrez, e outro pela Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas (Apeop), formado por construtoras menores.
A mudança na regra não deverá atrair a formação de novos grupos, mas sim acrescentar participantes aos consórcios. "Os que estão aí são os que vão estar na disputa e não vejo espaço para novidades", diz Figueiredo.
AlteraçõesOutra mudança possível é na escolha das companhias que serão as receptoras de tecnologia. Segundo o diretor, o formato previsto no edital é "draconiano". Segundo a regra atual, o governo escolherá a empresa receptora, ou "agente local", sem que ela tenha espaço para sugerir formatos: "É uma construção ao longo dos próximos seis anos. As empresas precisam de flexibilidade para dizer o que funciona ou não", avalia.
Em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a ANTT estuda outras alterações pontuais no projeto. Mas Figueiredo garante que não haverá mudanças nas previsões de demanda ou no modelo financeiro.
RiscoUma das dificuldades dos consórcios é atrair as fornecedoras de peças e equipamentos de forma que elas também assumam o risco do negócio. Segundo representantes dos grupos interessados, elas querem apenas fornecer conhecimento e equipamentos para os grupos vitoriosos. Entre as que hesitam, estão a francesa Alstom e a alemã Siemens, relatam fontes inteiradas das negociações.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Alstom disse apenas que está interessada no trem-bala e que tem uma equipe no Brasil "totalmente dedicada a analisar o edital". Segundo executivos do mercado, ela já teria conversado com consórcios distintos. Procurada, a Siemens disse apenas estar interessada em "fornecer sua tecnologia e experiência acumuladas com inúmeros projetos em alta velocidade".
Figueiredo confirma a tendência: "Isso é verdade. Tirando o grupo coreano, que se coloca como investidor, as estrangeiras detentoras de tecnologia estão mais na linha de serem fornecedores que investidores".
Um dos argumentos usados para convencê-las é que a tecnologia que constará da proposta vencedora será a mesma utilizada em futuras expansões do trajeto do trem posteriormente.
"Se elas acharem que não vale a pena, abrem mão do mercado Brasil. Na medida em que compreenderem isso, pode ser que a situação seja revertida", completa Figueiredo.
http://www.railbuss.com.br/noticias/123049052015a.html