SÃO PAULO - A pouco mais de dois meses da entrega das propostas para o trem-bala entre Campinas, São Paulo e Rio, as negociações voltam a esquentar entre as empresas. Embora não seja certeza de que vão participar da disputa, as construtoras estão fazendo todos os estudos para analisar a viabilidade do projeto, de R$ 33 bilhões. Além disso, várias conversas foram iniciadas com possíveis parceiros, nacionais e estrangeiros.
"Todo mundo está procurando todo mundo", afirmou uma fonte que estuda o empreendimento. Os contatos mais recorrentes têm sido com os fabricantes de equipamentos existentes no mundo, como franceses, espanhóis e canadenses, que vão transferir a tecnologia para o Brasil. Mas também tem havido conversas com empresas que estavam fora do processo do Trem de Alta Velocidade (TAV) até o ano passado.
O grupo de 16 companhias lideradas pela Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas (Apeop), por exemplo, está em contato com a chinesa CCCC (China Communications Construction Company).
A conversa está sendo intermediada pelo embaixador da China no Brasil, Qiu Xiaoqi. A CCCC é dona de uma empresa que participa de consórcios no Brasil na dragagem dos portos - um deles o de Santos. Além desses contatos, o presidente da Apeop, Luciano Amadio, conta que tem uma reunião marcada dia 9 no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para falar sobre as condições de financiamento do projeto. Em seguida, o executivo pretende falar com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) - ainda sem audiência marcada.
Ele explica que, ao contrário da primeira data para entrega das propostas, hoje já é possível conhecer os principais problemas do trem-bala, como alguns erros no trajeto. Além disso, o grupo já tem alguns orçamentos. "Com esses primeiros dados em mãos, vejo que precisa haver algumas alterações no projeto." Essa também era a reivindicação das grandes construtoras, que até o ano passado não estavam muito interessadas no TAV. "Hoje a situação mudou.
As construtoras estão mais interessadas, comparadas ao segundo semestre do ano passado. Mas ainda não dá para garantir que elas vão participar", diz uma fonte