Infraestrutura. 'Vai ter de ser uma taxa boa, para o leilão ser competitivo', disse o presidente da EPL, Bernardo Figueiredo, que acrescentou que as ferrovias terão taxa 'igual ou maior' que as das rodovias, que subiram recentemente de 5,5% para 7,2%
O Trem de Alta Velocidade (TAV) terá a maior rentabilidade entre as
concessões em transportes que o governo está preparando.
Após a Taxa
Interna de Retorno (TIR) das rodovias ter sido elevada de 5,5% para
7,2%, o governo prepara medida semelhante para as ferrovias e o trem que
ligará Rio de Janeiro a São Paulo e a Campinas.
"Vai ter de ser uma taxa boa, para o leilão ser competitivo", disse
ao Estado o presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL),
Bernardo Figueiredo.
Ele acrescentou que as ferrovias terão uma TIR
"igual ou maior" do que as rodovias e disse que o trem-bala, por
envolver um risco mais elevado, dará um retorno ainda mais polpudo ao
investidor.
O número ainda será fechado, mas deverá ficar abaixo dos
10%.
O aumento da rentabilidade das concessões em rodovias teve como
consequência a elevação das tarifas máximas que servirão de referência
para os leilões.
Segundo dados divulgados pela Agência Nacional de
Transportes Terrestres (ANTT), os novos preços ficaram de 33,4% a 62,3%
maiores do que o previsto anteriormente.
"Se com esses pedágios novos os investidores não se animarem, pode
mandar para o psiquiatra", brincou Figueiredo.
Ele acredita que os
leilões de rodovias, que ocorrerão de forma pulverizada entre setembro e
outubro, vão atrair muitos concorrentes. "Vão bombar."
Foi para
garantir uma concorrência mais acirrada que o governo concordou em
elevar a TIR e ofereceu melhores condições de financiamento.
Deságio. O presidente da EPL avalia que as tarifas efetivamente
cobradas dos usuários das rodovias concessionadas ficarão abaixo dos
níveis previstos no edital.
A tendência é que, havendo competição, as
empresas aceitem cobrar menos do que a tarifa máxima. "Essa tarifa é o
teto, mas vai haver deságio", apostou.
Ele explica que as tarifas máximas são ajustadas para garantir a
participação até dos investidores menos competitivos. Quanto mais
apertada é a rentabilidade, menor é o número de participantes do leilão
e, portanto, menor a concorrência.
De acordo com a ANTT, vencerá o leilão e terá concessão por 30 anos a
empresa que concordar em cobrar a menor tarifa a cada 100 km. O lote 1 é
um trecho de 772,3 km da BR-101 na Bahia.
O valor de pedágio máximo a cada 100 km foi elevado para R$ 11,51. O
valor divulgado na audiência pública havia sido de R$ 7,45.
Para o lote 2, que são 376,9 km da BR-262 no Espírito Santo e em
Minas Gerais, o novo preço é R$ 11,38, ante R$ 7,82. No lote 3, que são
751,9 km da BR-153 em Goiás e Tocantins, o pedágio ficou em R$ 9,48,
quando anteriormente era de R$ 5,84 na audiência pública. Esse foi o
maior aumento.
Valor máximo. O lote 4 é um trecho de 425,8 km da BR-050 em Goiás e
Minas Gerais. O valor máximo de pedágio a cada 100 km aumentou para R$
8,17, ante R$ 5,21 na audiência pública. Já o lote 5, 1.176,5 km das
BR-060/153/262 no Distrito Federal, Goiás e Minas Gerais, ficou em R$
5,43, ante R$ 3,36.
No lote 6, 1.423,3 km das BR-163/267/262 em Mato Grosso do Sul, a
tarifa-teto subiu de R$ 7,10 para R$ 9,47. Esse foi o menor reajuste. O
lote 7 é um trecho de 821,6 km da BR-163 em Mato Grosso.
O valor máximo de pedágio a cada 100 km foi elevado para R$ 4,66, ante R$ 3,17 na audiência pública.
Os preços podem sofrer mudanças, pois ainda precisam passar pelo crivo do Tribunal de Contas da União (TCU).