ZH avaliou o tempo de deslocamento na Região Metropolitana com carro, moto, ônibus e trem
Tempo gasto para cumprir a viagem de carro aumentou em 44 minutos Foto: Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Motoristas e passageiros enfrentam um trânsito cada vez pior no principal trecho viário do Estado — onde se encontram os 35 quilômetros que separam São Leopoldo da Capital pela BR-116.
Zero Hora repetiu nesta segunda-feira um teste realizado em maio de 2008 e verificou que o tempo gasto para cumprir essa viagem aumentou bastante.
O prazo anterior de uma hora para vencer o trajeto de carro foi ampliado em mais 44 minutos, o equivalente a um acréscimo de 73%.
A lentidão no horário de pico, que já era grande, também foi maior andando de ônibus ou moto. Apenas o trensurb manteve o ritmo.
Há cinco anos, quatro repórteres partiram de onde funcionava à época a prefeitura de São Leopoldo, na Praça Tiradentes, deslocando-se de carro, moto, ônibus ou trem rumo à prefeitura da Capital.
O exame foi refeito a partir das 7h15min desta segunda-feira, com resultados que demonstram o entupimento de um dos principais eixos viários do país.
Embora a rodovia tenha recebido melhorias como o viaduto próximo à Unisinos e a inclusão de uma terceira faixa em Canoas, isso não foi suficiente para amenizar um tráfego impulsionado pelo aumento de 29,9% na frota do Estado desde 2008.
Um alívio maior deverá ser trazido apenas pela conclusão da via alternativa BR-448, prevista para o que vem.
— A rodovia está em melhores condições graças a obras que foram feitas.
O que pode explicar esse resultado é o aumento da frota ou pequenos acidentes que podem acontecer num lugar e ter reflexo bem longe — acredita o engenheiro supervisor da unidade de São Leopoldo do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Carlos Pitta.
Outra razão para o inchaço é o progressivo abandono do ônibus.
O trajeto feito nesta segunda-feira explicita o cenário do transporte coletivo na rodovia: a viagem foi demorada, com 33 paradas, e em nenhum momento todos os bancos foram ocupados.
No final, o repórter foi o único passageiro a descer no Viaduto da Conceição.
O penúltimo, o metalúrgico Daniel Santos Vargas, 47 anos, havia descido na Avenida Farrapos.
— Tem que ter persistência para fazer esse trajeto todo dia. Tem colegas meus que descem e pegam o trensurb — comentou Vargas.
O diretor de Transporte Metropolitano da Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan), Marcus Antonio Mirandola Damiani, lembra que muitas linhas estão sendo enxugadas devido à falta de usuários.
— A cada ano diminui mais o uso do ônibus.
O problema é que quem troca o transporte coletivo pelo carro não volta mais — revela, ainda que o custo da viagem de automóvel chegue hoje perto de R$ 8, R$ 1,10 mais caro do que há cinco anos.
No final de 2011, havia 112 linhas entre São Leopoldo e Porto Alegre. Em março de 2013, o número caiu para 105.
Com o trecho Sapucaia do Sul-Porto Alegre ocorreu o mesmo, passando de 62 para 30 linhas no mesmo período.
Parte desses usuários migrou para o trensurb, que no mesmo período ampliou a demanda em mais de 20%, conforme a Metroplan.
Devido a isso, o número de trens em circulação passou de 19 para 22, mas ainda assim os vagões lotam em algumas estações, como ZH comprovou.
Porém, outros usuários desistiram dos ônibus em favor dos carros e motos que inundam diariamente um dos principais trechos rodoviários do Estado.
http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/geral/transito/noticia/2013/05/carros-e-onibus-ainda-sao-os-transportes-mais-demorados-para-se-usar-pela-br-116-4151572.html