16 dezembro 2013

'Sociabilidade' do brasileiro propicia crimes virtuais, diz empresa; prejuízo aumenta

 
Você faz uma busca na web por Instagram e esbarra com um aplicativo chamado InstLike, que promete dar milhares de seguidores e de "curtidas", de graça --basta inserir usuário e senha. O golpe, divulgado pela Symantec no mês passado, pode parecer evidente, mas atingiu 100 mil usuários da rede social. 

Parte deles foi além e deu dinheiro ao hacker russo pelo "serviço". Esse tipo de caso, junto com estudos realizados pela empresa, levaram à elaboração de projeções do que deve acontecer no ano que vem no cibercrime. E o cenário não é animador.

"Os criminosos identificaram claramente essa complacência e vão entrar forte nesse segmento, mas apps falsos são só uma das brechas", diz Otto Stoeterau, especialista de segurança da Symantec. 

A sociabilidade on-line do brasileiro facilita a ação de hackers, que usam aqui técnicas mais rudimentares, segundo a empresa. 

Em vez de artifícios complexos como o "ransomware", que sequestra o PC e pede resgate em dinheiro para liberá-lo e está em ascensão no Oriente Médio, os bandidos apostam que o internauta daqui vá clicar em links falsos, compartilhados em redes sociais ou e-mail, mesmo se enviados por estranhos. E, diz a Symantec, eles acertam. 

Cibercriminosos devem se focar, em 2014, nos dispositivos da chamada "internet das coisas" (TV, geladeira, carro conectados) e redes sociais jovens. Isso porque pouco se sabe ou pouco se desconfia de ações nessas frentes. 

DEFESA
 
"O usuário migrou do PC para o smartphone, mas não levou a preocupação com a segurança", diz Stoeterau. "Essa confiança é um erro." 

Alertar as pessoas sobre a excessiva divulgação de dados privados nas redes sociais e a existência de armadilhas é a melhor maneira de se defender, diz a companhia. 

Por outro lado, notícias sobre espionagem neste ano levarão alguns internautas a adotar medidas peculiares para se proteger, como usar nomes falsos em redes sociais, aposta a Symantec. 

Segundo um estudo da empresa feito com 500 brasileiros de 18 a 64 anos, o custo do crime virtual no país foi de cerca de R$ 18,7 bilhões só entre julho do ano passado e agosto deste ano. Mais da metade (60%) dos entrevistados já foi vítima do cibercrime. E isso deve piorar. 

Um relatório divulgado na semana passada pela PwC diz que incidentes de segurança da informação tiveram custo 25% maior neste ano ante 2012. "De modo geral, os custos e a complexidade para responder aos incidentes está aumentando", escreveu Shane Sims, diretor da PwC. 

A causa disso, argumenta a consultoria, é que combate-se "com estratégias de ontem as ameaças de hoje." 

A pesquisa foi feita com 9.600 executivos de 115 países, sendo 16% deles sul-americanos. 

Cerca de 35% dos executivos brasileiros acham que a direção da empresa é o maior empecilho para aumentar a segurança da informação, acima da média global (23%). 

Outros 18% apontam a falta de conhecimento técnico como o problema, e 20% culpam o baixo investimento. 




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