20 dezembro 2013

Entenda o novo sistema de transporte público de Teresina

           
Licitação é apenas uma parte do processo que pode transformar a Capital
               
A alteração sobre a possibilidade de que, após a licitação, ocorra uma demissão em massa de trabalhadores das empresas que atualmente operam o serviço, questão inclusive superada pela previsão de que motoristas e cobradores serão absorvidos pelos futuros vencedores da licitação, ofuscou o fato principal: o novo sistema de transporte coletivo desenhado pela Prefeitura de Teresina.
Para entender mais o assunto e descobrir se o Plano apresentado é capaz de solucionar os problemas de mobilidade enfrentados pela cidade, a reportagem do Capital Teresina verificou os pontos principais que serão alterados após a licitação. Pode-se perceber que o desenvolvimento da capital passa pelo Plano Diretor de Transporte e Mobilidade Urbana de Teresina.
 

Obras de Mobilidade urbana

Para receber recursos federais destinados à mobilidade urbana, os municípios devem estar cumprindo a Lei 12.587/12 – Lei da Mobilidade Urbana. Teresina ainda não está. Sem a licitação de Transportes Coletivos, o município fica impedido de obter recursos do Plano Nacional de Mobilidade Urbana.
Teresina já tem previsto R$ 104 milhões em orçamento para mobilidade através do PAC Mobilidade Grandes Cidades. Além desse valor, outros R$ 64 milhões são esperados pelo CPAC. Estes recursos, somados ao  financiamento e outros recursos federais, serão suficientes para a construção de 8 terminais de integração, três estações de transbordo, uma ponte na avenida Gil Martins que, segundo os técnicos da Prefeitura Municipal de Teresina, PMT, criará um corredor de tráfego alternativo à própria Frei Serafim.
Sobre o atraso para a elaboração da licitação do transporte público de Teresina, o vereador Edson Melo disse que “tentar adiar a licitação é atrasar o desenvolvimento de Teresina em todos os sentidos, tanto urbanístico como econômico”.
Com o recurso, a prefeitura prevê a duplicação da avenida Rio Poti e a implantação de corredores exclusivos e semi-exclusivos para o transporte coletivo.
Pang Yen, superintende municipal de transporte e trânsito, afirma que PMT “alcançou soluções inteligentes que realmente trazem efeitos e soluções efetivas ao trânsito de Teresina com base em estudo científico”.

Mobilidade e desenvolvimento

Um outro benefício alcançado através do novo sistema de transporte coletivo é o preenchimento de áreas urbanas vazias pela ausência de um fluxo de pessoas necessário para trazer investimentos privados e crescimento imobiliário. “A ponte da avenida Gil Martins por exemplo. Toda aquela área é vazia, sem ocupação, com a criação do corredor de tráfego que interligará aquela região, vai crescer. É a deixa para novos centros comerciais, residenciais, escolas...", disse Ricardo Freitas, diretor de transporte público da Superintendência de Transporte e Trânsito de Teresina, STRANS.
A expectativa da PMT é que o redesenho do fluxo de pessoas pelas chamadas linhas inteligentes levem também o desenvolvimento a diversas regiões. “São as pessoas que movimentam a cidade. Se o fluxo é livre, contínuo, ocorre a irrigação de novas áreas”. Complementou Ricardo.

O exemplo de Curitiba

O que está sendo previsto pela Prefeitura ocorreu em outras cidades do Brasil, como em Curitiba. A capital do Paraná planejou utilizar a mobilidade como fator indutor do desenvolvimento. Houve um ordenamento onde os imóveis próximos ao corredor seriam obrigados a ter uma altura mínima, condizente com a facilidade de transporte, de modo que ao longo dos anos transformou as áreas adjacentes aos corredores de tráfego em regiões economicamente mais ativas. O mesmo pode ocorrer com Teresina.

Transporte mais eficiente

Segundo Pang Yen, um benefício imediato do novo sistema é o ganho de tempo que os usurários do transporte público alcançarão. O superintendente deu como exemplo alguém que mora na Vila Irmã Dulce onde, no modelo atual, demora quase uma hora para chegar ao centro da cidade. No novo sistema, tronco-alimentando, um morador da Irmã Dulce economizaria 20 minutos no percurso, quer duraria cerca de 30 minutos, bem menos que os 50 (média atual).
Para Pang isso é qualidade de vida: "Uma das maiores reclamações dos usuários é o tempo de espera. No redesenho do sistema há um ganho significativo de tempo. Os ônibus demoram menos, o usuário ganha tempo. Isso é mais qualidade de vida", finaliza.
 

Arquivo INFOTRANSP