Incentivo ao trem de alta velocidade ligando São Paulo, Campinas
e Rio de Janeiro pode ser anunciado
O polêmico projeto do trem-bala estará no pacote de concessões que a
presidente Dilma Rousseff pretende anunciar na próxima quarta-feira (15), na
tentativa de aumentar o investimento privado e combater as baixas taxas de
crescimento econômico do País.
Para vender os projetos, ela caprichou na lista
de convidados, incluindo nela várias empresas internacionais. Dilma quer
dinheiro estrangeiro na infraestrutura nacional.
O pacote a ser anunciado na semana que vem inclui mais de 5 mil quilômetros
de rodovias e 8 mil de ferrovias, neles incluído o trem-bala.
Numa segunda etapa, deverão ser anunciadas as concessões de aeroportos e dos
portos. Somados, os projetos de logística de transporte envolverão investimentos
superiores a R$ 80 bilhões e inferiores a R$ 90 bilhões, segundo dados que
circulavam ontem no governo.
Além do trem de alta velocidade ligando São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro,
deverão ser oferecidos à iniciativa privada investimentos no Ferroanel de São
Paulo e na Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico), no trecho que sai de
Lucas de Rio Verde (MT) e se integra à Ferrovia Norte-Sul em Campinorte
(GO).
Em rodovias, estão na lista empreendimentos como as BR-040 e BR-116 em Minas
Gerais. "Todos os trechos são de interesse das empresas", disse o presidente da
Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), Moacyr Servilha
Duarte.
Ele acredita que, desta vez, o governo deverá exigir um volume maior de
investimentos ao fazer as concessões.
Os leilões de aeroportos, que estão na fila de anúncios, poderão envolver uma novidade: Parcerias Público-Privadas (PPPs).
Os leilões de aeroportos, que estão na fila de anúncios, poderão envolver uma novidade: Parcerias Público-Privadas (PPPs).
O governo federal até hoje não utilizou essa forma de concessão na qual
a participação do setor público é maior do que numa concessão tradicional.
Os
editais deverão também trazer novas exigências para os candidatos à concessão,
pois o governo quer atrair operadores de aeroportos com maior experiência do que
os que venceram os leilões de Guarulhos, Viracopos e Brasília.
O pacote de portos está um pouco mais atrasado, dada a complexidade do
assunto. O anúncio por etapas das concessões em infraestrutura atende também à
necessidade do governo de gerar uma agenda positiva ao longo do mês.
Em seguida, será a vez da desoneração da eletricidade, um conjunto de medidas
que deverá baixar a tarifa em cerca de 10%. É possível que o anúncio ocorra só
em setembro.
Outras medidas aguardadas pelos empresários, como a ampliação das
desonerações tributárias e a reforma do PIS-Cofins, dependem de uma avaliação
sobre a evolução das contas públicas.
http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=100835