O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) está participando de
uma iniciativa internacional para a formulação de uma nova geração de
revestimentos orgânicos que combinem a capacidade anticorrosiva de autocura com
propriedades anti-incrustantes para aplicações offshore.
O objetivo do projeto, denominado “Nanomar”, é desenvolver revestimentos que
façam a liberação controlada de inibidores de corrosão e de agentes biocidas a
partir de recipientes nanoestruturados – os chamados nanocontêineres –, em zonas
danificadas de estruturas como plataformas de petróleo e moinhos de vento.
Financiado pelo Seventh Framework Programme for Research FP7, o principal
programa de financiamento da União Europeia para iniciativas de pesquisa e
desenvolvimento, o projeto, com duração de 24 meses, é coordenado pela
Universidade de Aveiro (UAVR), em Portugal.
Além do Laboratório de Corrosão e Proteção do IPT também participam do
projeto a Sociedade Max Planck Society, da Alemanha, e o Instituto de
Cristalografia da Rússia.
Estudos feitos no Departamento de Engenharia Cerâmica e do Vidro na
Universidade de Aveiro confirmaram a possibilidade de incorporar nanopartículas
de características diferentes em um único revestimento anticorrosivo.
A tecnologia possibilita a entrada em ação somente quando um agente externo
atacar uma determinada região – ou seja, um revestimento ‘inteligente’ atuante a
partir do momento do dano, em um processo semelhante ao de autocicatrização da
pele humana, e de dupla função.
Enquanto uma parte das nanopartículas presentes no revestimento irá agir como
inibidora da corrosão, outra terá compostos biocidas para impedir a proliferação
de microrganismos como algas e o desenvolvimento de cracas (crustáceos que se
fixam e proliferam em superfícies duras, como píeres e barcos) nas áreas
submersas, que também colaboram para acelerar o processo de corrosão.
“A estrutura ficará protegida contra dois agentes externos e terá uma maior
vida útil”, disse Célia Aparecida dos Santos, pesquisadora do IPT, que participa
do projeto.
A proteção contra corrosão em aplicações marítimas é feita atualmente com
revestimentos tradicionais, alguns deles contendo cromatos em suas formulações,
que foram proibidos em diversos países e apesar de tóxicos, possuem alto
desempenho.
O desafio do projeto é obter um revestimento que seja tão ou mais eficiente
do que os cromatos, mas sem a presença de metais pesados e não agressivo ao meio
ambiente.
Mais informações: www.ipt.br.
http://info.abril.com.br/noticias/ciencia/ipt-cria-protecao-a-corrosao-de-embarcacoes-maritimas-13082012-22.shl