28 março 2011

Pânico da "tarifa cara" com VLT não resiste breve pesquisa de preço

Com piso baixo e movido a energia elétrica, o VLT tem capacidade de transporte de mais de 400 passageiros por veículo

O argumento mais ruidoso apresentado até o momento pelos diretores da Agência Executora da Copa do Mundo no Pantanal, a Agecopa, contra o Veículo Leve de Transporte, o VLT como transporte de massa em mobilidade urbana de Cuiabá, não sustenta a uma breve pesquisa. A questão da inviabilidade do sistema por conta do preço da passagem aos usuários padece ao se observar que em qualquer das cidades  onde há projetos e instalações de Veículo Leve sobre Trilhos, o VLT, nacional ou estrangeiro, o custo estimado da tarifa  não superou o do ônibus convencional. Com um detalhe: a cidade e população passaram a contar com o círculo virtuoso da sustentabilidade.

A presidente da Associação dos Usuários de Transporte Coletivo de Mato Grosso  (ASSUT-MT), Marleide Oliveira Carvalho, explica que o preço da passagem deve ser acessível para todos. “Não tem nada a ver com o preço de custo do transporte, e sim depende da aplicação das políticas sociais nos três níveis de Governo, atendendo a definições da Constituição e Lei Orgânica de Cuiabá" – observa. 

Marleide aponta que a previsão da Agecopa de R$ 18,00, ou outra tarifa neste patamar, atribuída à implantação do VLT “é, portanto, incorreta”.

Um dos elementos usados pela Agecopa para "vender" a idéia de que o VLT seja inviável para a população se baseia na quantidade de passageiros transportados nos corredores entre Cuiabá e Várzea Grande e do Coxipó até a região central da cidade. Não se levou em conta dois aspectos: primeiro, a capacidade maior de transporte do VLT, de 400 passageiros por veículos; segundo, a incorporação de novos usuários ao sistema, que abominam a idéia de subir em um ônibus, atualmente.

Em Brasília, no Distrito Federal, segundo a Companhia do Metropolitano do DF, a planilha projeta para o sistema VLT uma tarifa compatível com o atual custo de passagem de metrô e ônibus convencional naquela localidade, na faixa de  R$ 3,00. Os passageiros poderão ainda integrar passagens de ônibus e metrô.

Em Maceió, nas Alagoas, a planilha registra valor de R$ 1,00 para passageiros do VLT.  E para o próximo aumento de preço a projeção estimada define que a tarifa ficará 75% mais barata que o valor de passagem do ônibus convencional. Para complementar no Cariri, VLT nacional, a passagem inteira é R$ 1,00 e meia R$ 0,50.

Mas, o pânico instalado pelas informações distorcidas sobre o preço da tarifa para o VLT surtiram efeitos. Ao conhecer os dois modelos, avaliar os pros e contras,aA estudante e usuária de ônibus coletivo Andressa Martins, 23 anos não tem dúvidas em apontar o VLT como a melhor opção, mas, em seguida, questiona as notícias de aumento da passagem, “queria seria péssimo para todos nós”.

A estudante atribui ao transporte coletivo da capital “baixa qualidade e ineficiência”. Ela relata que as pessoas “vão para o trabalho e escola, e voltam para casa em desconforto total e até constrangimentos por causa da superlotação”. E completa que a melhor opção é mesmo comprar carro e moto.  “Não há, de jeito nenhum, qualquer possibilidade de um morador de Cuiabá preferir sair de ônibus a se locomover de carro ou moto. E isso, com certeza, piora mais ainda o trânsito, que já não é fácil”.


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