27 março 2011

7 dicas para evitar congestionamentos de trânsito

Sete estratégias usadas por pequenas e médias empresas para não perder tempo e dinheiro com o trânsito caótico e os engarrafamentos nas grandes cidades


Perder tempo no trânsito pode ser um bocado dispendioso para uma pequena ou média empresa. Segundo um estudo da Fundação Dom Cabral, os congestionamentos nas grandes cidades brasileiras causam perdas de até 5% na produtividade de um negócio.

Em São Paulo, o combustível consumido e o desgaste nos veículos parados nos engarrafamentos custam mais de 33 bilhões de reais ao ano, de acordo com a Fundação Getulio Vargas, que fez outra pesquisa na área — sem contar as horas de trabalho desperdiçadas pelos funcionários e os problemas com os clientes que ficam à espera de produtos e serviços que dificilmente chegam na hora marcada.

Para aumentar a velocidade no trânsito, muitos empreendedores têm colocado em prática medidas de baixo custo para poupar tempo e dinheiro nas ruas e avenidas das cidades. Eis alguns exemplos. 

1-Encontrar atalhos na internet

Uma das grandes dificuldades do trânsito das grandes cidades é que raramente dá para prever com precisão quanto tempo leva para chegar até o destino — um pequeno acidente no meio do caminho ou uma chuva mais forte capaz de alagar um cruzamento já são suficientes para causar atrasos.

Um modo de evitar esse tipo de problema é usar ferramentas que estão disponíveis na internet — às vezes, até de graça — para alterar o trajeto. Sites como o Google Maps e o Apontador ajudam a indicar quase em tempo real em que pontos do caminho há problemas e quais as rotas alternativas para seguir viagem.

Na Ipojucatur, que opera linhas de ônibus fretados em São Paulo, nos dias de chuva os motoristas pedem socorro aos fun­cionários que ficam no escritório da empresa. “Eles monitoram o trânsito pela internet e sugerem atalhos”, diz Danilo Tamelini, dono da Ipojucatur. “Diminuímos os atrasos em até 50%.”  

2-Evitar os dias piores

Até recentemente, a carioca Rosana Peixoto quase enlouquecia às sextas-feiras. Era o dia em que ela mais escutava reclamações dos clientes por causa de atrasos nas entregas de sua empresa, a Peixoto Planejados, rede com quatro lojas de móveis com sede em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro. “O trânsito fica péssimo nesse dia”, diz Rosana.

“Muita gente pega a estrada para passar o fim de semana fora e todos querem sair de casa de carro”. Rosana resolveu o problema concentrando as entregas de segunda a quinta-feira — as sextas, agora, são usadas para cuidar da manutenção dos caminhões. “Antes, os veículos iam para a oficina um de cada vez, ao longo da semana”, diz Rosana. “Agora, aproveitamos melhor o tempo.”

3-Andar no contrafluxo

Dono da ADS, empresa que faz coleta de pilhas e baterias usadas, o empreen­dedor Adalberto Panzam encontrou uma maneira de poupar as horas perdidas por seus funcionários no trânsito da cidade de São Paulo. Ele planejou as rotas de seus carros para evitar os piores horários em cada trajeto. “Não precisamos ir do centro para o bairro na hora que todo mundo estiver indo”, diz ele.

“Fazer o caminho no sentido contrário ao maior fluxo de carros é muito mais vantajoso.” Panzam também orientou seus motoristas a fugir das vias principais utilizando caminhos alternativos. “Mesmo que isso aumente a distância, ganhamos em produtividade”, afirma. “Em muitos casos, dobramos o número de coletas que um motorista consegue fazer no mesmo dia.”

4-Usar táxis para cortar caminho

Muitas vezes, é possível recorrer a meios de transporte capazes de aproveitar melhor os atalhos existentes em meio ao trânsito congestionado. O paulista Manuel Dias, dono da Vision, empresa de logística paulistana, vez ou outra, troca os furgões por táxis para conseguir cumprir os prazos de entrega num dia de trânsito caó­tico na cidade.

“Os táxis conseguem andar mais rápido e são mais fáceis de estacionar”, afirma Dias. “Uma vez, contratei 40 motoristas numa central de radiotáxi para fazer as entregas de um cliente.”    Nessas situações, Dias consegue diminuir em até 40% o tempo despendido no trânsito para fazer as entregas. Em algumas grandes cidades, como São Paulo, os táxis com passageiros podem circular pelos corredores de ônibus, evitando os piores engarrafamentos. 

5-Caminhar em vez de dirigir

Dono da rede de lavanderias Wash, de São Paulo, o empreendedor Alaor Chiodin tinha um problema para entregar a roupa limpa aos clientes. “Perdíamos muito tempo no trânsito, e não só nos engarrafamentos”, afirma Chiodin. “Às vezes, era preciso rodar várias vezes numa quadra até achar onde estacionar.”

Em janeiro deste ano, ele começou a testar uma nova solução. Chiodin contratou funcionários que vão caminhando fazer as entregas para os clientes que moram a até quatro quadras de uma das lavanderias. “A pé, os funcionários conseguem fazer duas vezes mais entregas do que um motorista de furgão”, afirma Chiodin. Agora, os veículos são utilizados somente para levar a roupa de quem mora longe das lojas.   

6-Mandar pelo correio

Em alguns casos, documentos e pequenos volumes podem ser entregues pelo correio, liberando os funcionários e os carros de uma empresa para realizar outras tarefas. O empreendedor Adalberto Panzam, da ADS, costuma usar o Sedex. “Para entregas na mesma cidade, a encomenda postada no início da manhã chega no mesmo dia”, diz Panzam. “Dependendo da distância, sai mais barato do que mandar um motoboy.”  

7-Enviar documentos por e-mail

Muitos empreendedores perdem bastante tempo entregando para clientes ou fornecedores documentos impressos que poderiam muito bem ser encaminhados por e-mail, como recibos, canhotos e comprovantes de depósito. Para não desperdiçar tempo sem necessidade, Manuel Dias, da Vision, tem recorrido aos meios eletrônicos para enviar boa parte dos documentos que precisam ser entregues aos clientes. “Digitalizamos tudo e mandamos por e-mail”, diz ele.

http://exame.abril.com.br/revista-exame-pme/edicoes/0034/noticias/velocidade-maxima?page=1&slug_name=velocidade-maxima

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