20 março 2011

Agecopa "condena" VLT e monotrilho na mobilidade para a Copa


As empresas de transportes coletivos parecem ter ganhado mesmo a queda de braço na disputa pelo esquema da mobilidade urbana como principal obra visando a Copa de 2014 em Cuiabá.

O presidente interino do Agência Executora das Obras da Copa do Pantanal, Yenes Magalhães, garantiu que o transporte de massa a ser escolhido será mesmo o BRT, sigla que significa pomposamente Bus Rapid Transit, mas que, na verdade, é um meio bastante antigo e já quase em desuso nos centros populacionais mais avançados.

O ônibus de via rápida, na tradução clara de BRT, será licitado nos próximo dias. Magalhães, que vem enfrentando duras críticas dentro da Assembléia Legislativa, explicou que o problema crucial dos outros concorrentes, como o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), está no alto custo final da tarifa a ser paga pelos usuários do sistema.

O apelo da redução das desapropriações a serem pagas pelo Estado não convencem o executivo. Segundo ele, o foco está no preço da passagem.

Na explanação que fez na quinta-feira na Câmara de Cuiabá, Magalhães justificou que, em termos comparativos, o VLT é como se fosse um ‘metrô’ de superfície, diferentemente do BRT, uma espécie de ônibus ‘sanfonado’, com capacidade maior que os atuais.

“Quem paga é o trabalhador. Vários aspectos têm de ser analisados, mas o BRT é mais viável. O VLT é inviável pelo custo da tarifa para a população” -  explica ele. Yênes aponta que, desde o início da escolha de Cuiabá como uma das cidades-sede do Mundial de 2014, o BRT foi o modelo de transporte público estudado para a reestruturação do sistema de transporte público da capital matogrossense.

A posição dos dirigentes da Agecopa – em especial de Magalhães – contraria as próprias palavras do governador Silval Barbosa. No final de fevereiro, Barbosa se reuniu com um grupo de empresários que apresentaram o pedido para fazer estudos de viabilidade econômica para implantação de VLT.

Eles garantiram que os estudos serão realizados no menor espaço de tempo para apresentar ao governador. Na semana passada, a equipe começou a fazer os levantamentos. Porém,  para nada. A decisão já está tomada.

Na ultima quarta-feira, dia 16,  executivos das empresas  CR Almeida e Brascomi, se reuniram também com Silval Barbosa e obtiveram a permissão para apresentar estudos para implantação do Monotrilho como opção de transporte de massa.

O monotrilho é um sistema de metrô suspenso já utilizado em vários países e é tido como uma espécie de atração, pois se aprecia, do alto, o percurso da viagem.

Crítico dessa postura dos diretores da Agecopa, o presidente do Legislativo de Mato Grosso, José Riva (PP), já mencionou a existência de um “lobby” das empresas de transportes coletivos que operam em Cuiabá.

Sem custos, eles ganhariam condições mais adequadas de seguir explorando o sistema. Riva chegou a levantar suspeitas de eventuais envolvimentos de diretores da agência com as empresas de transporte.
Para garantir as indenizações e executar as obras do corredor, o  Governo do Estado conseguiu, R$ 454 milhões, junto à Caixa Econômica Federal para a implantação do BRT. Ou seja: quase meio bilhão, que serão pagos pelos próprio contribuintes.

Ao dar sua explicação, Yenes Magalhães disse que o BRT irá funcionar em ‘dois eixos’: o primeiro, partindo do Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, até a Avenida do CPA, que passará pela área central de Cuiabá e finalizará no Centro Político Administrativo (CPA). O segundo trecho será do Coxipó até á área central da cidade, passando pela Avenida Fernando Corrêa da Costa, em direção ao Centro.

A obra também inclui terminais e estações de transbordo pela avenida, que diminuiriam com a implantação do VLT.

Arquivo INFOTRANSP