O Cartão Legal Cidadão, sistema de bilhetagem eletrônica de São Bernardo, está funcionando abaixo das expectativas da Prefeitura. Até o início da semana, após três meses do início da operação, foram emitidos apenas 5.487 cartões, quando 30 mil eram esperados. O tíquete eletrônico funciona em moldes semelhantes aos do Bilhete Único, da Capital. O tempo para integração gratuita é de 90 minutos.
A modalidade Cidadão é destinada a passageiros que não têm vale-transporte ou acesso a gratuidades ou descontos - como estudantes, idosos, portadores de necessidades especiais.
Para o secretário municipal de Transportes e Vias Públicas, Oscar Silveira Campos, faltou divulgação do bilhete comum. "No início estava bom, mas depois não conseguimos mais atingir a população. Vamos nos reunir para definir novas estratégias", revela.
Campos informa que a expectativa da administração era que, neste momento, cerca de 30 mil cartões estivessem nas mãos dos passageiros. A meta final é alcançar 50 mil bilhetes.
As modalidades especiais, diz o secretário, foram distribuídas de forma satisfatória. Até ontem, haviam sido entregues 27.807 cartões de vale-transporte e 13.151 de passe escolar, além de 57.356 gratuidades.
Os passageiros que possuem o cartão Cidadão fizeram, em três meses, mais de 147 mil viagens com o bilhete, sendo 62 mil com integração (42%) e 85 mil sem, o que representa cerca de 58% do total.
EXTENSÃO
Na opinião do secretário, um dos motivos que fazem com que as viagens com integração ainda não sejam maioria é a longa extensão das linhas municipais. Desta forma, o usuário consegue chegar ao destino final utilizando apenas uma linha, sem precisar fazer baldeação. "Precisamos rever isso, temos trajetos muito compridos. Não é interessante", comenta.
Outro fator que Campos pretende rever é o itinerário dos ônibus. Segundo o secretário, 85% das linhas municipais passam pela Avenida Brigadeiro Faria Lima ou pela Rua Jurubatuba, ambas no Centro - e é preciso criar mais opções.
A Pasta tem planos de criar três terminais, nos bairros Alvarenga, Rudge Ramos e Baeta Neves. Com as estações, as linhas da cidade teriam trajeto mais curto, pois fariam a ligação entre os bairros e esses espaços.
No futuro, o terminal Alvarenga fará interligação com o VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos), que irá oferecer conexão com a estação Tamanduateí do Metrô, na Capital.
Mauá também possui bilhete único
Além de São Bernardo, a única cidade da região que possui sistema de integração gratuita por meio de cartões em todas as linhas é Mauá. Com o cartão DaHora, o passageiro pode fazer baldeação em um período de até uma hora.
Em Diadema, a baldeação gratuita é feita apenas no interior dos dois terminais municipais. A Prefeitura diz que, após a implantação do chamado Bilhete Simples, iniciará a integração fora das estações.
São Caetano possui bilhete único, mas que funciona em apenas três linhas. O tempo para transferência sem custo adicional também é de uma hora.
O transporte municipal de Santo André oferece integração gratuita apenas para usuários do cartão estudante - distribuído a alunos, professores e funcionários de instituições de ensino. Não há previsão de expansão do programa. Segundo a Prefeitura, 15.800 viagens são feitas mensalmente com o bilhete eletrônico sem custo extra.
Em Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não há sistemas de integração entre as linhas municipais