Por ano, a má qualidade do ar é responsável por 17,4 mil mortes no Estado, o dobro do número de óbitos envolvendo acidentes de trânsito, revela estudo
Ameaça nem sempre visível ao olho nu, a poluição
do ar na maior metrópole do país mata mais do que acidentes de
trânsito. Por ano, a má qualidade do ar é responsável por nada menos do
que 17,4 mil mortes no Estado de São Paulo, o dobro do número de óbitos envolvendo acidentes de trânsito, revela um novo estudo.
De acordo com a pesquisa do Instituto Saúde e Sustentabilidade, entre
2006 e 2011, houve 99.084 mortes relacionadas à poluição – é quase uma
cidade de 100 mil habitantes sendo dizimada em 6 anos.
A capital
concentra o maior número de vítimas fatais: 4,6 mil por ano, o triplo de
pessoas mortas em acidentes de trânsito (1.556).
Em 2011, o Estado de São Paulo registrou 68.499 internações atribuíveis
à poluição. Somados, o número de mortes precoces e de internados
representaram um custo de R$ 246.273.436 ao sistema público e privado de
saúde.
Reponsáveis por 90% da poluição do ar no estado, os veículos são os
maiores vilões das mortes e internações.
E quanto maior a lentidão do
trânsito, mais gases poluentes são lançados no ar.
A conta é simples,
mas o perigo nem sempre é visível. Trata-se das micropartículas de
poeira, conhecidas como PM2,5.
Medindo apenas 0,0025mm, elas resultam da combustão incompleta de
combustíveis fósseis utilizados pelos veículos automotores, e formam,
por exemplo, a fuligem preta em paredes de túneis.
Maléficas ao organismo humano, elas podem penetrar nos pulmões e na
corrente sanguínea, causando doenças cardíacas, câncer de pulmão, asma e
infecções respiratórias.
O estudo aponta que as médias anuais de MP2,5
de todos os anos situam-se acima do padrão de 10 μg/m3 , preconizado
pela Organização Mundial da Saúde.
Em 2011, a média para os municípios
foi de 25 μg/m3.
Mas as medidas máximas diárias observadas para os municípios
representaram entre 40 e 140 μg/m3.
Segundo o estudo, se considerarmos
uma medida máxima, por exemplo, de 100 μg/m3 em um dia, significa que o
morador da cidade respirou 4 vezes mais a dose considerada segura
naquele dia, ou a dose possível para 4 dias.