14 outubro 2012

Uma mão (de tinta) contra o barulho - METRÔ SP

Editora Globo
Créditos: Samuel Rodrigues
Clique aqui para ler o gráfico.
Se a superlotação do Metrô de São Paulo parece longe de um fim, o calor nos vagões e o barulho já são combatidos com uma pincelada tecnológica. 
A companhia começou a aplicar uma camada de tinta spray hi-tech na parte interna dos vagões de trens antigos para fazer o isolamento térmico e acústico do ambiente. 

Como os veículos vão ganhar ar-condicionado, a tinta deve dificultar a entrada de calor externo e abafar o barulhão que o simples passar do trem pelos túneis produz. “Isso graças a uma espécie de ‘efeito Suflair’”, diz Antônio Carlos Storani, químico da Nanotech, empresa que desenvolveu a tecnologia a pedido do Metrô. 
A tinta é composta por milhares de bolinhas de ar — como as do chocolate, mas microscópicas. 
Como o ar é um condutor de calor ruim, a pintura dificulta que a temperatura externa seja transferida ao interior do trem pela parede metálica. 
O mesmo acontece com o som: a estrutura faz as ondas sonoras perderem sua intensidade. 

Isolamento térmico e acústico não é novidade, mas normalmente é feito com materiais como as espumas que cobrem as paredes de estúdios de gravação. 
O isolamento por tinta spray só foi feito em um dos trens da linha vermelha de São Paulo (a ideia é pintar mais 16 unidades até 2014), mas já traz bons resultados.
 Após a aplicação, o nível de ruídos dentro do vagão diminui 33% e a sensação térmica num trem lotado, que poderia chegar aos 32 oC, agora se mantém entre 23 oC e 25 oC. 
O material usado é caro: R$ 30 o metro quadrado de pintura. 
Mas se o custo cair, talvez no futuro consigamos reduzir o barulho da rua com uma simples mãozinha extra de tinta na parede de casa.

Arquivo INFOTRANSP