Patrocinado pelo Banco Mundial, piloto está
sendo implantado em 23 empresas de dois centros comerciais da zona Sul de São
Paulo.
Cerca de 1.000 trabalhadores de 20 empresas
instaladas em dois centros comerciais do Itaim Bibi, na zona Sul de São Paulo,
estão participando de um projeto piloto de substituição do carro por meios
alternativos de transporte como ônibus fretado, transporte público, bicicleta e
carona, além da adoção do trabalho em casa.
O objetivo do Projeto Piloto de
Mobilidade Corporativa é envolver as empresas privadas nos esforços para
melhorar o trânsito.
A meta é diminuir o número de pessoas dirigindo sozinhas
para o trabalho e, assim, reduzir a emissão de gases do efeito estufa e a
poluição, e melhorar a mobilidade na cidade.
A experiência será apresentada na
sexta-feira, durante a 12ª Conferência Internacional da LARES (da sigla em
inglês Latin American Real Estate Society), que ocorrerá de 19 a 21, em São
Paulo.
Ela é uma iniciativa do Banco Mundial, que
selecionou os conjuntos comerciais Centro Empresarial Nações Unidas (CENU) e
World Trade Center (WTC), na região da Avenida Luís Carlos Berrini, para
implantar a fase piloto.
“A escolha se deu pela grande concentração de empresas
na região e pelo fato de, segundo a pesquisa Origem/Destino do Metrô de 2007, a
área da Berrini ter o maior número de pessoas dirigindo sozinhas em São Paulo em
horário de pico”, explica Andréa Leal, coordenadora do projeto.
“O Banco Mundial
oferece gratuitamente assistência técnica para que as empresas sediadas no CENU
e no WTC desenvolvam planos de mobilidade para seus funcionários, com o objetivo
de incentivá-los a usar meios alternativos de transporte.”
Segundo Andréa, a ideia de implantar esse
piloto em São Paulo surgiu da percepção de que a cidade precisava de medidas de
curto prazo e baixo custo para melhorar a mobilidade urbana.
“O Banco Mundial
tem mais de US$ 1bilhão em investimentos nas Linhas 4 e 5 do Metrô de São Paulo
e no sistema da CPTM, com o objetivo de melhorar o transporte no Estado e na
cidade”, diz.“Mesmo assim, investimentos como esses, feitos na oferta de
transporte, são caros e demandam muito tempo para serem concluídos.
Outra
possibilidade, ainda pouco explorada no Brasil, mas já bastante utilizada nos
Estados Unidos e na Europa, é investir em projetos para gerir a demanda, que são
menos custosos, e que podem ser implementados muito mais rapidamente, como é o
caso desse piloto.”
Experiências como essa visam mudar as escolhas
dos usuários de transporte, estimulando-os a utilizar meios alternativos e fazer
os deslocamentos fora do horário de pico.
“O Banco Mundial pretende mostrar que
os empregadores podem ajudar a melhorar a mobilidade na cidade de São Paulo, e,
ao mesmo tempo, o meio ambiente, a qualidade de vida dos funcionários e cortar
custos - os três pilares da sustentabilidade”, explica Andréa.“Já para o poder
público municipal e para o setor imobiliário, o objetivo é demonstrar que ao
adotar programas como esse, denominados estratégias de Gestão de Demanda de
Viagens, a cidade pode substituir a exigência mínima de vagas de estacionamento
em novos empreendimentos pelo desenvolvimento de planos de mobilidade, que
desestimulem o uso do carro.”
Nesse sentido, o piloto pretende verificar se
programas de mobilidade corporativa funcionariam em São Paulo.
Para fazer essa
demonstração, o Banco preparou uma pesquisa que foi enviada aos funcionários das
empresas participantes do projeto, para mapear que meios de transporte eles
utilizam para se locomover ao trabalho e que alternativas eles gostariam de usar
se pudessem.
“Com base nos dados dessa pesquisa, as empresas deverão incentivar
seus funcionários a usar pelo menos duas alternativas de transporte, e, depois
de três meses, a pesquisa será enviada novamente, para verificar o impacto da
experiência”, diz Andréa.
“A primeira fase da pesquisa foi encerrada em agosto.
Agora, em setembro, as empresas começarão a implantar as alternativas de
transporte.
Os resultados da iniciativa serão medidos até o final deste
ano.”
Serviço: A 12ª Conferência Internacional da
Latin American Real EstateSocietyestá sendo realizada no Centro Brasileiro
Britânico (Rua Ferreira de Araújo, 741 - São Paulo – SP) até sexta-feira (21/9).
O evento reúne especialistas para discutir os principais desafios e tendências
do mercado imobiliário. Mais informações: http://lares.org.br/.
Sobre a LARES – A LARES (Latin American Real
EstateSociety) é uma entidade sem fins lucrativos que busca incentivar a
comunicação e o intercâmbio entre acadêmicos, pesquisadores e profissionais do
mercado que desenvolvam pesquisas de alto nível em real estate.
Por meio de sua
afiliação à IRES (International Real EstateSociety) – entidade que congrega as
real estatesocieties regionais dos EUA, Europa, Ásia, África, Oriente Médio e
Pacífico – a LARES encoraja a troca de informações e pesquisas em todo o
mundo.