01 outubro 2012

Projeto tenta substituir carro por meios alternativos de transporte

Patrocinado pelo Banco Mundial, piloto está sendo implantado em 23 empresas de dois centros comerciais da zona Sul de São Paulo.
 
Cerca de 1.000 trabalhadores de 20 empresas instaladas em dois centros comerciais do Itaim Bibi, na zona Sul de São Paulo, estão participando de um projeto piloto de substituição do carro por meios alternativos de transporte como ônibus fretado, transporte público, bicicleta e carona, além da adoção do trabalho em casa.
 
 O objetivo do Projeto Piloto de Mobilidade Corporativa é envolver as empresas privadas nos esforços para melhorar o trânsito. 
 
A meta é diminuir o número de pessoas dirigindo sozinhas para o trabalho e, assim, reduzir a emissão de gases do efeito estufa e a poluição, e melhorar a mobilidade na cidade. 
 
A experiência será apresentada na sexta-feira, durante a 12ª Conferência Internacional da LARES (da sigla em inglês Latin American Real Estate Society), que ocorrerá de 19 a 21, em São Paulo.
 
Ela é uma iniciativa do Banco Mundial, que selecionou os conjuntos comerciais Centro Empresarial Nações Unidas (CENU) e World Trade Center (WTC), na região da Avenida Luís Carlos Berrini, para implantar a fase piloto.
 
“A escolha se deu pela grande concentração de empresas na região e pelo fato de, segundo a pesquisa Origem/Destino do Metrô de 2007, a área da Berrini ter o maior número de pessoas dirigindo sozinhas em São Paulo em horário de pico”, explica Andréa Leal, coordenadora do projeto.
 
 “O Banco Mundial oferece gratuitamente assistência técnica para que as empresas sediadas no CENU e no WTC desenvolvam planos de mobilidade para seus funcionários, com o objetivo de incentivá-los a usar meios alternativos de transporte.”
 
Segundo Andréa, a ideia de implantar esse piloto em São Paulo surgiu da percepção de que a cidade precisava de medidas de curto prazo e baixo custo para melhorar a mobilidade urbana.
 
 “O Banco Mundial tem mais de US$ 1bilhão em investimentos nas Linhas 4 e 5 do Metrô de São Paulo e no sistema da CPTM, com o objetivo de melhorar o transporte no Estado e na cidade”, diz.“Mesmo assim, investimentos como esses, feitos na oferta de transporte, são caros e demandam muito tempo para serem concluídos. 
 
Outra possibilidade, ainda pouco explorada no Brasil, mas já bastante utilizada nos Estados Unidos e na Europa, é investir em projetos para gerir a demanda, que são menos custosos, e que podem ser implementados muito mais rapidamente, como é o caso desse piloto.”
 
Experiências como essa visam mudar as escolhas dos usuários de transporte, estimulando-os a utilizar meios alternativos e fazer os deslocamentos fora do horário de pico. 
 
“O Banco Mundial pretende mostrar que os empregadores podem ajudar a melhorar a mobilidade na cidade de São Paulo, e, ao mesmo tempo, o meio ambiente, a qualidade de vida dos funcionários e cortar custos - os três pilares da sustentabilidade”, explica Andréa.“Já para o poder público municipal e para o setor imobiliário, o objetivo é demonstrar que ao adotar programas como esse, denominados estratégias de Gestão de Demanda de Viagens, a cidade pode substituir a exigência mínima de vagas de estacionamento em novos empreendimentos pelo desenvolvimento de planos de mobilidade, que desestimulem o uso do carro.”
 
Nesse sentido, o piloto pretende verificar se programas de mobilidade corporativa funcionariam em São Paulo. 
 
Para fazer essa demonstração, o Banco preparou uma pesquisa que foi enviada aos funcionários das empresas participantes do projeto, para mapear que meios de transporte eles utilizam para se locomover ao trabalho e que alternativas eles gostariam de usar se pudessem.
 
 “Com base nos dados dessa pesquisa, as empresas deverão incentivar seus funcionários a usar pelo menos duas alternativas de transporte, e, depois de três meses, a pesquisa será enviada novamente, para verificar o impacto da experiência”, diz Andréa. 
 
“A primeira fase da pesquisa foi encerrada em agosto. Agora, em setembro, as empresas começarão a implantar as alternativas de transporte. 
 
Os resultados da iniciativa serão medidos até o final deste ano.”
 
Serviço: A 12ª Conferência Internacional da Latin American Real EstateSocietyestá sendo realizada no Centro Brasileiro Britânico (Rua Ferreira de Araújo, 741 - São Paulo – SP) até sexta-feira (21/9). 
 
 O evento reúne especialistas para discutir os principais desafios e tendências do mercado imobiliário. Mais informações: http://lares.org.br/.
 
Sobre a LARES – A LARES (Latin American Real EstateSociety) é uma entidade sem fins lucrativos que busca incentivar a comunicação e o intercâmbio entre acadêmicos, pesquisadores e profissionais do mercado que desenvolvam pesquisas de alto nível em real estate. 
 
Por meio de sua afiliação à IRES (International Real EstateSociety) – entidade que congrega as real estatesocieties regionais dos EUA, Europa, Ásia, África, Oriente Médio e Pacífico – a LARES encoraja a troca de informações e pesquisas em todo o mundo.
 

Arquivo INFOTRANSP