Entre as medidas há a intenção de reduzir em 20% a emissão de CO2 e aumentar para 69% o uso de energia renovável
A expectativa de queda de 20% na emissão de carbono é parte da Política Estadual de Mudanças Climáticas, criada em 2009. Desde então, admite Lucon, os níveis só aumentaram. Não se baixa lei e acaba com problema. É preciso convencer diversos setores, e isso demora. Segundo o assessor, as medidas que terão maior impacto são aquelas que envolvem o aumento do uso de etanol no setor de transportes.
Para Ricardo Baitello, coordenador de Clima e Energia do Greenpeace, a proposta estadual baseada no aumento do uso de etanol tem boas intenções, mas carece de ações efetivas. As metas têm números positivos, mas fico curioso sobre como o governo vai fazer para colocá-las em prática. Ainda não vimos as emissões estacionarem, a primeira missão é essa.
No cenário atual, dizem os ambientalistas, o planejamento do governo está defasado. Oito anos é muito pouco tempo. As metas, superiores às do governo federal, são positivamente ambiciosa, mas, em dois anos, não serão mais possíveis, diz o consultor e ex-deputado Fábio Feldman. É preciso começar com metas específicas para os setores da indústria.
No setor de saneamento, os níveis de fornecimento de água e coleta de esgoto em todo o Estado estão próximos dos 100% almejados pelo governo paulista. O principal problema, no entanto, está relacionado à proposta de universalização da rede de tratamento. Atualmente, apenas 63% do esgoto que é coletado passa por estações adequadas.
Outra proposta apresentada pelo governo se refere à ampliação dos atuais 17,5% de vegetação nativa no território paulista. Nos próximos oito anos, a meta é chegar a 20%.
Para Marcia Hirota, diretora de Gestão do Conhecimento SOS Mata Atlântica, o tempo é curto e exige altos investimentos. É uma meta ambiciosa e espero que consiga atingir, mas o esforço de restauração florestal é caro. Poderia ser uma regeneração natural, mas neste prazo é difícil, diz Hirota. É necessária uma boa articulação envolvendo vários setores, pois a meta depende de esforço coletivo.
Metrô.
O governo colocou no plano a proposta, também já anunciada, de ampliação de metrô e trem na capital. O objetivo é estender o metrô dos 74,2 km atuais para 244,2 km e o trem, de 260,7 km para 369,0 km.