24 junho 2012

Empréstimo de bikes ganha força nas universidades

De segunda a quinta, o estudante de engenharia química Reginaldo da Silva, 20, corre para pegar uma das bicicletas amarelas que ficam embaixo de uma marquise da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).


Sem o equipamento, o trajeto de Reginaldo até outro edifício do campus, onde tem aulas no período da tarde, leva 15 minutos. Com a bicicleta, são menos de cinco.

O empréstimo de bicicletas começa a se disseminar por universidades brasileiras.

A maioria das iniciativas surgiu dos estudantes. Em Campinas (a 93 km de SP), são eles que assumirão a nova etapa do projeto, que funciona há um ano em fase experimental.


Lucas Lima/Folhapress
Tiago Sossai, 21, estudante da Unicamp é um dos responsáveis pelo projeto na universidade
Tiago Sossai, 23, estudante de engenharia da Unicamp é um dos responsáveis pelo projeto na universidade

Nove alunos vão desenvolver um sistema de engate dos equipamentos e um controle automático de identificação dos usuários por meio do reconhecimento do chip no cartão universitário.

Em seguida, devem projetar a própria bicicleta --a ideia é passar de dez para 150 até o fim do ano que vem.

"Queremos diminuir o peso e usar um material mais sustentável", diz Tiago Henrique Sossai, 23, aluno de engenharia mecânica. A universidade liberou R$ 50 mil para os protótipos, que contam como trabalho de iniciação científica.

"Queremos fazer também um aplicativo que permita saber, pelo celular, qual o número de bicicletas disponíveis em cada ponto e qual deles está mais perto", diz o estudante Sylvio Cardoso, 21.

Hoje, só há um ponto parar retirar e devolver as bikes, uma das principais queixas dos alunos --a outra é a necessidade de manutenção, o que reduz o número de bicicletas. "Parece legal.

Mas toda vez que eu cogitei usar, não tinha mais [bicicleta disponível]", diz a aluna Sarah Rossetti Machado, 21.

Editoria de Arte/Folhapress
EMPURRÃOZINHO

Em São Paulo, são 16 bicicletas disponíveis para empréstimo.

Na Furg, em Rio Grande (RS), alunos têm 50 bicicletas para usar por uma hora. Segundo a pró-reitora de assuntos estudantis, Darlene Pereira, a ideia é dobrar o número de bikes e aumentar os pontos no segundo semestre.

"Além de facilitar o acesso e a locomoção, incentiva o hábito saudável", diz.

As bicicletas também devem voltar a circular em breve na UnB, em Brasília. Lá, o equipamento, que era doado, ficava espalhado em vários pontos da universidade --era só passar e pegar.

Mas o projeto derrapou por causa do vandalismo.

Segundo o voluntário Douglas Paignez, várias peças das bikes foram furtadas.
Agora, alunos estudam reorganizar o empréstimo através de uma parceria com os centros acadêmicos. "Queremos fazer um contrato para que cada um deles seja responsável. Assim podemos ter mais controle", afirma.



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