27 junho 2012

Metrô evita gasto anual de US$ 18 bilhões com mortes pela poluição

Agência FAPESP – Caso o Metrô de São Paulo deixasse de funcionar durante um ano inteiro, a concentração de poluentes na capital aumentaria 75% e as mortes causadas por problemas cardiorrespiratórios cresceriam entre 9% e 14%. Isso representaria um custo de US$ 18 bilhões ao município.

A estimativa foi feita por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em artigo publicado este mês no Journal of Environmental Management.

Para fazer o cálculo, os cientistas compararam o nível de poluição no ar de São Paulo em dias normais e em dias de greve de metroviários. Depois verificaram as mortes adicionais nos dias de paralisação e calcularam a perda de produtividade que isso representa no contexto estatístico da população.

“Escolhemos dois eventos de greve que duraram 24 horas, um no ano de 2003 e outro em 2006.

Avaliamos então a concentração de poluentes nos dias antes, durante e depois da greve”, contou Simone Georges El Khouri Miraglia, coordenadora do estudo e membro do Instituto Nacional de Análise Integrada do Risco Ambiental (Inaira) – um dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) financiados pela FAPESP e pelo CNPq no Estado de São Paulo.

As duas situações de greve foram analisadas separadamente e comparadas com um “dia controle”. “Escolhemos uma data no mesmo mês, no mesmo ano, no mesmo dia da semana e com características meteorológicas para dispersão de poluentes similares”, explicou Miraglia.

Em 2003, a concentração de poluentes no dia controle foi de 41 microgramas por metro cúbico (µ/m3).

No dia da greve o número saltou para 101,49 µ/m3. Foi encontrado o equivalente a oito mortes adicionais associadas à poluição durante a paralisação, o que representa aumento de 14% e um custo de US$ 50 milhões.

“Para avaliar o impacto econômico dessas mortes adicionais, nos baseamos em uma revisão de estudos feita pela Agência Ambiental Americana, que estabeleceu o Valor de Vida Estatística. É um valor médio que leva em conta, entre outros fatores, os rendimentos que essa pessoa teria se estivesse viva”, disse Miraglia.

No ano de 2006, o impacto encontrado foi menor. A concentração de poluição saltou de 43.99 µ/m3 no dia controle para 78.02 µ/m3 durante a greve. As mortes adicionais foram seis, o que corresponde a um aumento de quase 9% e a uma perda de produtividade de US$ 36 milhões.

“Nossa hipótese para explicar o menor impacto em 2006 foi a renovação da frota de veículos na capital. Os carros novos são menos poluentes e, por esse motivo, o nível de poluição na base do cálculo diminuiu”, disse Miraglia.

Com base nesses resultados, os pesquisadores fizeram uma estimativa do custo para a saúde caso o metrô ficasse um ano inteiro sem funcionar. “Pegamos os dados e multiplicamos por 365 dias. O resultado foi de US$ 18 bilhões. Não acho que estamos longe do valor real. Fomos até conservadores”, opinou a pesquisadora.

Economia e mais saúde

Segundo dados do Inaira, 90% da poluição atmosférica em São Paulo é gerada por carros, motos e caminhões. O transporte individual é responsável por 45% dos deslocamentos na cidade, enquanto o transporte público corresponde a 55%.

“Nossa taxa de motorização é muito alta e, diariamente, são licenciados 1.200 novos carros na capital. O cenário é insustentável. Além de imobilidade, está causando muitos outros custos sociais”, apontou Miraglia.
Entre os meios de transporte de massa, os ônibus são responsáveis por levar 71% dos passageiros, o metrô fica com 24% e o trem, com 5%.

De acordo com os pesquisadores, enquanto três pistas de carro em uma avenida como a marginal do rio Tietê têm capacidade de transportar 5,45 mil passageiros por hora, uma pista de ônibus leva até 6,7 mil pessoas e um trilho de metrô, 60 mil.

“É urgente que se amplie a malha metroviária. A desculpa pela demora tem sido os altos custos de implantação e operação. Mas, quando se insere a variável socioambiental nas avaliações de custo-benefício, as vantagens para a saúde superam muito os gastos”, disse Miraglia.

Para o coordenador do Inaira e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Paulo Saldiva, todas as medidas para diminuir a poluição dão lucro. “Investimentos em transporte resultam em menos gastos no setor de saúde”, avaliou.

A pesquisa coordenada por Miraglia deu origem à tese de mestrado defendida por Cacilda Bastos Pereira da Silva no Senac/São Paulo.

O artigo Evaluation of the air quality benefits of the subway system in São Paulo, Brazil, de Cacilda Bastos Pereira da Silva e outros, pode ser lido em www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0301479712000606.

http://agencia.fapesp.br/15795#.T-sabz9XMQQ.email

24 junho 2012

Transporte de Curitiba tem maior índice de acessibilidade do país



Curitiba encerra o segundo semestre de 2012 com 95,6% de acessibilidade no transporte coletivo. Este é o maior índice de acessibilidade em transporte público do país.

A frota operante da Rede Integrada de Transporte (RIT) é formada por 1.915 ônibus, dos quais 1.830 são 100% acessíveis, ou seja, atendem todas as exigências da legislação brasileira.

Este número vem crescendo significativamente. Em 2010 o índice era de 83%, em 2011 era de 91% e em janeiro deste ano já atingia 92% de acessibilidade em toda a frota operante. A meta é chegar a 100% da frota operante até 2014.

Desde 2005 só entram na frota curitibana ônibus totalmente acessíveis, com assentos preferenciais em cor diferenciada o que significa que a cidade se antecipou à legislação, que é de 2009. A cidade também vai além do exigido por lei federal de acessibilidade no transporte ao reservar 20% dos assentos para idosos, gestantes e pessoas com deficiência (a lei exige 10%) e adotar placas de braile afixadas em frente aos bancos preferenciais, permitindo que deficientes visuais saibam do ônibus.

A frota de ônibus da capital conta com elevador, espaço para cadeirante, balaústres táteis (barras com relevo) na cor amarela, identificando para pessoas com deficiência visual que no local há banco preferencial. E para uma melhor circulação dentro do veículo, conta com cantoneiras e frizos, alertando para desnível no chão.

Estações-tubo - Os ônibus do sistema Expresso (biarticulados) e da Linha Direta (Ligeirinhos) têm embarque e desembarque em nível, em plataformas dos terminais e estações tubo. Os passageiros recebem mensagens sonoras informando a próxima parada e também sobre a prioridade a idosos, gestantes e pessoas com deficiência.

O índice de acessibilidade nos ônibus do transporte coletivo é o maior do país segundo o estudo Mobilize 2011, do portal Mobilize Brasil. O 2º maior índice, segundo o mesmo estudo, é de Belo Horizonte (MG), que tem 70% dos ônibus do transporte coletivo acessíveis a pessoas com deficiência, seguido de Rio de Janeiro (RJ) com 60%. O menor índice é de Natal (RN), de 20%.
 
O estudo, divulgado em novembro do ano passado, foi feito por jornalistas do portal a partir de informações de órgãos oficiais, institutos de pesquisa, universidades e entidades independentes.
 
 

Metrô de SP realiza nova sessão de testes do novo sistema de controle de trens na Linha 2- Verde



O Metrô dará continuidade, no próximo domingo, dia 24, aos testes para o funcionamento do sistema CBTC (em português, Controle de Trens Baseado em Comunicação) na Linha 2- Verde.
 
Nesse dia, para a execução dos testes, as estações Vila Prudente, Tamanduateí e Sacomã ficarão fechadas ao público das 4h40 até o meio-dia.

Durante o período de interrupção comercial da circulação de trens, os usuários serão atendidos gratuitamente por ônibus do sistema PAESE (Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência), que cobrirão o percurso do trecho interrompido.

O CTBC é considerado o sistema de controle de trens mais moderno do mundo e está em operação em linhas de metrôs nas cidades de Nova York, Londres e Paris, entre outras.
 
Quando esse sistema estiver funcionando plenamente, o intervalo entre um trem e outro será reduzido e a capacidade de transporte ampliada em cerca de 20%.

Os dias escolhidos para a realização dos testes são domingos e feriados, devido ao menor número de usuários que utilizam os trens e estações metroviárias.
 
Sempre com antecedência, o Metrô avisará aos usuários pelos sistemas de som das estações, dos trens e também por meio de cartazes nas estações, qual o trecho e horário da realização dos testes e da necessária interrupção da operação comercial.

http://meutransporte.blogspot.com.br/2012/06/metro-de-sp-realiza-nova-sessao-de.html

Operação do metrô curitibano vai custar R$ 170 milhões por ano


A operação dos primeiros 14,2 quilômetros do metrô de Curitiba deve custar R$ 170 milhões por ano, segundo projeções feitas pela prefeitura. O edital da licitação que definirá qual concessionária administrará o trecho, que vai da estação CIC-Sul até a Rua das Flores, no Centro da capital, está em fase de consulta pública. O documento prevê a construção do modal (em até quatro anos) e a concessão da operação por três décadas, bem como determina que a vencedora seja a que oferecer o menor valor de tarifa técnica por passageiro, cujo valor máximo é de R$ 1,81. O custo total do metrô curitibano será de R$ 2,33 bilhões.

Para aumentar a rentabilidade da concessão, o executivo municipal também aposta na agilidade da concessionária em executar a obra, já que, quanto mais cedo a construção for finalizada, maior a possibilidade de lucro da empresa, que poderá explorar por mais tempo o serviço. A secretária municipal de Administração, Dinorah Botto Portugal Nogara, explica que a concessão, baseada em um modelo de parceria público-privada (PPP) patrocinado, não poderá ser prorrogada. Após os 34 anos de concessão, o poder público pode assumir a administração do metrô ou lançar nova concorrência.

Ainda de acordo com Dinorah, a secretaria está recebendo muitas sugestões e dúvidas em relação ao edital e deve prorrogar, por mais trinta dias, o período de consulta pública ao documento. A expectativa do município é de que até o fim do ano já exista um vencedor da concorrência, para que as obras possam começar em 2013.


Custo
A tarifa técnica contempla, além do custo operacional do sistema, que é mais baixo por causa da verba de R$ 1 bilhão repassada a fundo perdido pelo governo federal, o lucro da concessionária, com uma taxa interna de retorno (TIR) de 6,5% ao ano. Segundo Wilson Justus, superinten­­dente de concessões da Secretaria Municipal de Administração Pública (Smad), a operação do sistema vai custar R$ 1,15 por­ ­­passageiro, somado a R$ 0,66 de retorno para a concessionária.

O advogado Rodrigo Pi­ronti, doutorando em Direito Econômico e professor de Direito Administrativo, lem­bra que o valor da tarifa técnica poderá ser inferior, dependendo dos lances ofertados pelas empresas. Na opinião do advogado, como o metrô será integrado ao sistema de ônibus, com o pagamento de uma única passagem pelo usuário, não há risco de não atratividade do sistema. “Além disso, a taxa interna de retorno do projeto é bastante atrativa ao mercado”, pondera.

Para o professor Garrone Reck, do Departamento de Transportes da Universidade Federal do Paraná (UFPR), é preciso ter clareza para definir como será feita a integração dos dois sistemas, considerando que enquanto a obra não estiver finalizada os ônibus vão continuar trafegando pelas canaletas exclusivas. O metrô passará embaixo das faixas que hoje são exclusivas para os biarticulados, e o local por onde passam os ônibus será destinado para o uso das pessoas. “O metrô é uma obra complexa e de impacto prolongado. Podemos saber quando vai começar, mas é difícil prever quando termina”, analisa.

Cidades optam por modelos distintos
O modelo de parceria público-privada (PPP) adotado por Curitiba é bem diferente do escolhido por outras capitais. Em São Paulo, por exemplo, a gestão de quatro linhas do metrô é pública, feita pela Companhia do Metropolitano de São Paulo. Apenas uma linha, a Amarela, inaugurada em 2010, é operada em regime de concessão.

Município contemplado pelo mesmo pacote de recursos federais que beneficiou Curitiba, Belo Horizonte também optou por um caminho diferente. Na capital mineira, que já possui rede metroviária administrada pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), a gestão é participativa, mas a administração é pública, embora a empresa seja de economia mista. O mesmo modelo será aplicado na ampliação da rede.

Consulta pública
Edital é alvo de questionamentos

O período de consulta pública ao edital do metrô tem movimentado setores da sociedade civil interessados na construção do modal. Um exemplo do interesse pelo projeto é o documento com sugestões e questionamentos protocolado nesta semana por sindicatos e entidades representativas. A principal dúvida refere-se à composição da tarifa técnica. “Não sabemos como foi criado esse item, quais os critérios e parâmetros que serviram de base para chegar a esse valor. Se você não sabe quais são os custos, é complicado para investir”, analisa Fabiano Camargo da Silva, economista do Dieese e assessor do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Paraná (Senge-PR), uma das entidades que assinam o documento.

A oportunidade de questionar e sugerir modificações ao edital foi avaliada positivamente por Ulisses Kaniak, presidente do Senge-PR. Para ele, o metrô é um meio de transporte muito importante e Curitiba já deveria contar com essa opção de modal. “Em nome da sociedade, temos de prezar para que tudo ocorra de forma clara e com menor custo para que a população usufrua sem que paire nenhuma dúvida sobre a transparência do processo”, diz.

Indicadores de qualidade

Assim como ocorreu com a licitação do sistema de ônibus da capital, indicadores de qualidade do serviço de metrô também podem influenciar a remuneração da concessionária responsável pela operação do modal. O poder público vai fiscalizar o serviço com base em seis indicadores, já definidos no edital de licitação: cumprimento de viagens, reclamação dos usuários, falhas em veículos e sistemas de controle e fiscalização, disponibilidade de veículos e de estações e terminais de integração, e autos de infração.

Cada descumprimento dos indicadores representará um desconto de 2% do valor mensal bruto na remuneração devida por meio da tarifa técnica. O valor máximo a ser descontado é 12%. 

Continuação
Não há previsão para obras da segunda etapa do metrô


A Linha Azul do metrô deverá ter ao todo 22 quilômetros de extensão, ligando o bairro CIC ao Santa Cândida. A construção e operacionalização dos 7,8 quilômetros restantes, entre o centro e a zona Norte da cidade, ainda não tem previsão de sair do papel. O Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) já conta com estudos sobre a implantação da segunda fase do sistema, mas não é possível estimar quando a linha será concluída, porque o município depende da arrecadação de recursos para a obra. Para a conclusão do traçado, um novo edital será lançado. 

Segundo o presidente do Ippuc, Cléver Ubiratan Teixeira de Almeida, o trecho do eixo Norte-Sul é o único que preenche os requisitos para receber o transporte metroviário. “Nenhuma outra linha tem demanda suficiente para a implantação de um metrô”, diz. (FT)

Impacto
O efeito das obras no cotidiano da cidade não pode ser previsto, apesar de vários cenários elaborados pelo poder público. Embora o projeto inicial pressuponha a construção do metrô em três sistemas – elevado, cut and cover (corta e cobre) e túnel –, o edital deixa a escolha da tecnologia de construção em aberto. A empresa vencedora pode optar por melhorias no projeto, desde que não representem custos adicionais. 

http://meutransporte.blogspot.com.br/2012/06/operacao-do-metro-curitibano-vai-custar.html



















Prefeitura de São Paulo lança sistema de bicicletas voltado a pequenos trajetos


 

São Paulo ganhou nesta quinta-feira (24) uma nova opção para o empréstimo de bicicletas, o Bike Sampa.

Para utilizar o sistema, é obrigatório o cadastramento prévio do usuário no site Bike Sampa com um número de um cartão de crédito. Os primeiros 30 minutos de uso da bicicleta são gratuitos, mas o sistema faz um bloqueio de R$ 10 no cartão de crédito fornecido, que funciona como caução.

Após os primeiros 30 minutos gratuitos, são cobrados R$ 5 a cada meia hora. Caso a pessoa não utilize o veículo por mais de 30 minutos, o valor não será descontado. Se o usuário decidir finalizar o cadastro no sistema, o valor não será debitado e o crédito, desbloqueado.

“Esse é um sistema de transporte que deve ser usado para curtas distâncias, e os 30 minutos são em geral suficientes para esse objetivo. O público-alvo da alternativa são aquelas pessoas que não usam bicicletas, mas que vão se encorajar a partir dessa iniciativa”, afirma Aragonez, diretor-geral do Instituto CicloBR.

O trajeto entre os postos Cinemateca (estação 02) e Instituto Biológico (estação 01), usando a bicicleta, durou cerca de dez minutos. Para retirar a bicicleta, depois do cadastro do usuário no site, basta chegar a um dos pontos disponíveis (há seis postos em funcionamento), entrar em contato com a central telefônica - (11) 4063-3111 - ou acessar ao aplicativo e selecionar a bicicleta que será usada. Imediatamente o sistema destrava o equipamento e o usuário tem 30 minutos para devolvê-lo em qualquer um dos pontos já disponíveis.


“O equipamento foi desenvolvido especialmente para o uso urbano, com protetores para que o ciclista não suje as roupas, proteção para evitar que roupas se prendam às rodas e outros acessórios, entre eles a cestinha e até mesmo a estrutura da bicicleta, pensada para que a pessoa não precise ficar inclinada”, explica o ciclista.

O horário de funcionamento dos postos é das 6h às 22h. Em cada estação há placas com as instruções sobre o uso em português, inglês e espanhol. Em caso de necessidade de manutenção, unidades móveis circulam pela região onde estão as estações e podem ser solicitadas pelo telefone (11) 4063-3111.

O sistema de emprestimo funciona no país em cidades como Rio de Janeiro e Sorocaba. Na Europa, Paris é uma das capitais que adotam o modelo. São Paulo tem iniciativas semelhantes, porém sem a habilitação eletrônica, como é o caso do programa Nossa Bike, do Instituto Parada Vital. Nesse caso, os bicicletários e estacionamentos de bicicletas estão localizados em estações do Metrô, com horários de funcionamento entre 6h e 22h.


Dicas para ciclistas de primeira viagemDe acordo com Aragonez, quem pretende começar a usar as ruas de São Paulo usando bicicletas deve ficar atento a alguns cuidados para maior segurança. “É importante que o ciclista ocupe a via de fato, sem vergonha de estar ali. As bicicletas estão previstas no Código de Trânsito e são consideradas veículos, porém o ciclista precisa se comunicar com o motorista, por meio de gestos, para sinalizar suas intenções. Para isso usa-se por exemplo, os braços”, afirma.

O ciclista sugere ainda a preferência por caminhos alternativos, com ruas menos movimentadas, e ressalta que é importante, sempre que possível, evitar as principais vias da cidade, como a Marginal Pinheiros e a Avenida 23 de Maio, por exemplo.
“A bicicleta traz a grande vantagem de você poder fazer os seus próprios caminhos, então procure sempre que possível atravessar o Parque do Ibirapuera ou outros parques e buscar vias mais arborizadas”, diz.

O sistema Bike Sampa possui seis estações já em operação (01 – Instituto Biológico; 02 – Cinemateca; 03 – Capitão Macedo; 04 – Belas Artes; 06 – Rua Rio Grande; e 07 – Rua Humberto I). A expectativa é que ainda neste mês sejam dez estações operando e, até o fim do ano, o número deve chegar a 100. O projeto prevê a criação de 300 pontos até 2014.


COMO FUNCIONA O BIKE SAMPA
CADASTRO
É preciso preencher o cadastro no site www.mobilicidade.com.br
EXIGÊNCIAS
Será necessário ter cartão de crédito. Sistema 'bloqueia' valor de R$ 10.
CUSTOS
Uso é gratuito por períodos de 30 miuntos, desde que haja intervalo de 15 entre eles
COBRANÇA EXTRA
Caso use por mais de 30 minutos consecutivos, será cobrado R$ 5 a cada 30 minutos.
'ESTORNO'
O crédito de R$ 10 não é cobrado e pode ser desbloqueado se o usuário quiser cancelar o cadastro
ONDE FICA
Tem seis estações na Vila Mariana. Prevê a criação de 300 pontos até 2014
 

Pernambuco terá R$ 2,4 bilhões do PAC da Mobilidade

 
Pernambuco terá um investimento de R$ 2.4 bilhões do PAC da Mobilidade, dos quais R$ 1,6 bilhão será repassado ao Governo do Estado e R$ 800 milhões ao município do Recife. O anúncio foi feito na manhã desta terça-feira (24), em Brasília. Ao todo serão R$ 32 bilhões para 18 estados brasileiros.

O programa é um incentivo do Governo Federal para melhorar a mobilidade urbana nas grandes cidades brasileiras e promete implantar, nos 51 municípios beneficiados, 600 quilômetros de corredores exclusivos para ônibus, mais de 380 Estações e Terminais, 200 km de linhas de metrô e a aquisição de mais de 1 mil veículos sobre trilhos.

Em Pernambuco, os recursos serão empregados para a construção de empreendimentos como os corredores exclusivos de ônibus na II Perimetral/Via Metropolitana Norte e IV Perimetral (BR-101), o programa de Navegabilidade do Rio Capibaribe - projeto pioneiro da Secretaria das Cidades onde o barco se transformará em um novo modal de transporte público da RMR, além da construção das obras de arte e estações dos corredores Norte Sul e Leste Oeste, que já estão em andamento pelo Governo do Estado.

De acordo com o secretário das Cidades, Danilo Cabral presente no anuncio oficial dos projetos contemplados no PAC da Mobilidade, os investimentos destinados ao Estado eram aguardados desde fevereiro do ano passado, após o anuncio da presidente Dilma Rousseff. Segundo ele, a decisão vai beneficiar mais de 2 milhões de pessoas que utilizam, diariamente, o transporte público, uma vez que os Corredores Exclusivos de Ônibus vão atender às cidades de Abreu e Lima, São Lourenço da Mata, Camaragibe, Igarassu, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Paulista e Recife.

Ainda de acordo com Danilo, o Governo do Estado vai aguardar ser chamado pelo Ministério das Cidades para discutir as regras de financiamento, uma vez que os recursos do PAC são parte da OGU e outra parte oriunda de empréstimo.

Conheça os projetos aprovados no PAC da Mobilidade
II Perimetral - A nova avenida se chamará Via Metropolitana Norte e funcionará como prolongamento da II Perimetral Metropolitana, que será triplicada no trecho entre a avenida Presidente Kennedy e a PE-15 (com 4 km). A Via Metropolitana Norte começará no entroncamento com a Rodovia PE-15, a partir do Terminal Integrado da PE-15, onde será construído um viaduto. Depois seguirá margeando o Rio Fragoso. A estrada prossegue até a PE-01, na altura da ponte sobre o Rio Paratibe, que separa as cidades de Olinda e Paulista.

IV Perimetral / BR 101 - Na IV Perimetral (BR-101), o estado também irá construir um corredor exclusivo de transporte nos moldes do Transporte Rápido por Ônibus (TRO). A rodovia terá o pavimento requalificado ao longo do seu contorno (30,7 km). O canteiro central será usado para implantação das estações de embarque no padrão TRO: pagamento antecipado e embarque no nível da porta de entrada, a exemplo do metrô. No percurso será implantado ainda um elevado nas proximidades da reitoria da UFPE até a altura da BR-232. Com a implantação de uma faixa exclusiva para ônibus, a via será alargada.
Além da faixa do ônibus haverá outras três faixas para os veículos. O projeto também prevê dois viadutos: um sobre o viaduto da Caxangá e outro próximo ao Posto da Polícia Rodoviária Federal nas imediações do Colégio Militar. O TRO da 4° Perimetral terá 39 estações de embarque e será interligado a cinco terminais de integração: Abreu e Lima, Macaxeira, Caxangá, Barro e Cajueiro Seco. A requalificação do contorno da BR-101 também trará benefícios no tráfego das avenidas Caxangá e 17 de Agosto. Para este projeto serão investidos R$ 723 milhões.

Corredores Fluviais: o projeto visa o aproveitamento da calha do rio Capibaribe para a implantação de um sistema integrado de transporte de passageiros, que utilize embarcações adequadas ao transporte de massa e que por meio de suas estações de embarque e desembarque de passageiros, se realize o transbordo e a integração com o sistema de transporte metropolitano existente.

A implantação do corredor possibilitará a integração entre o Corredor Fluvial e o Sistema Estrutural Integrado (SEI) por sentido. Ou seja: com uma só passagem de ônibus para ir e outra para voltar, os passageiros podem integrar com o barco sem precisar pagar nova tarifa. Cada embarcação poderá receber até 86 passageiros sentados, transportando em média 80 mil passageiros por mês. Os barcos serão climatizados e acessíveis para pessoas com deficiência. Outro diferencial será a regularidade das viagens, sem interferência de trânsito. Para este projeto serão investidos R$ 289 milhões.
Sistema de Transporte Rápido de Ônibus - Ainda dentro do PAC da Mobilidade, os corredores Norte Sul e Leste Oeste, cujas obras já estão em andamento (com recursos do próprio Tesouro Estadual - contrapartida), serão contemplados com a construção de estações e diversas obras de arte.

No Corredor Norte-Sul – uma obra de R$ 390 milhões e que vai atender 328 mil passageiros/dia dos municípios de Igarassu, Abreu e Lima, Paulista, Olinda e Recife – o PAC MOB vai financiar 9 das 42 estações, os viadutos que estão sendo construídos nos Bultrins e Ouro Preto e ainda os viadutos da Agamenon Magalhães. Todo o corredor tem uma extensão de 37,9 km, saindo de Igarassu e indo até o Terminal de Joana Bezerra, com bifurcação, no Tacaruna, para o centro do recife, via Cruz Cabugá.

No Leste-Oeste – uma obra de R$ de R$ 145 milhões e que vai beneficiar 126 mil passageiros/dia que circulam no trecho que vai da Praça do Derby (em Recife) até o Terminal Integrado de Camaragibe (12,5 km de extensão), serão implantadas além das 22 estações e dos dois Terminais de Integração (III Perimetral, IV Perimetral) – recursos do PAC Copa -, serão construídos com recursos do PAC da Mobilidade, um túnel na Praça João Alfredo, um viaduto.
 

Série de reportagens apresenta sistemas BRT na Cidade do México, Los Angeles e Rio de Janeiro




BRT Transoeste - O primeiro corredor expresso de ônibus vai transportar 120 mil passageiros por dia, com uma redução de 1h no trajeto entre Barra e Santa Cruz / Campo Grande. A partir de agosto, quando todo o sistema estiver em operação, o BRT terá 56 km de extensão e 63 estações. O intervalo entre os ônibus será de aproximadamente 1 minuto meio. A passagem custa R$ 2,75 e só pode ser comprada nas bilheterias das estações. O passageiro também pode usar o Bilhete Único carioca.

As nove estações são: Pingo d’Água, Pontal, Recreio Shopping, Nova Barra, Gelson Fonseca, Pedra de Itaúna, Riomar, Novo Leblon e Alvorada.

Os repórteres Marcelo Castilo e Sérgio Meirelles, da “TV Brasil”, prepararam uma série de reportagens para o programa “Repórter Rio” sobre o sistema Bus Rapid Transit (BRT). Eles apresentaram as características e pontos fortes de cada um. Além disso, a série de reportagem mostra como vai funcionar o BRT no Rio de Janeiro.
 
BRT na Cidade do México:
 
 
BRT em Los Angeles:
 
 
BRT Transoeste - Rio de Janeiro:
 
 
 
 
 
 

BRT Transoeste passa a funcionar das 6h às 18h a partir desta quarta



A Prefeitura do Rio de Janeiro ampliou, nesta quarta-feira (20), o horário de funcionamento do Bus Rapid Transit (BRT) da Transoeste. A partir desta quarta-feira, os ônibus circulam de 6h até 19h, como mostrou o Bom Dia Rio. No total, 21 estações estão funcionando entre Santa Cruz e Barra da Tijuca, na Zona Oeste da cidade.

Na semana passada, uma semana depois de entrar em operação, o BRT Transoeste teve o horário de operação ampliado das 9h às 16h na quarta-feira (13). O corredor expresso é o primeiro da cidade e segue em fase de testes até o dia 23 de junho.

No dia da inauguração, apenas nove estações estavam em funcionamento. Na quinta-feira (14), o número de estações aumentou para 14. As novas paradas inauguradas foram: Bosque da Barra, Américas Park, Santa Mônica, Golf Olímpico e Interlagos.

A partir de agosto, de acordo com a Secretaria municipal de Transportes, as 31 estações e o Terminal Alvorada estarão operando. O trajeto tem cerca de 40 quilômetros.
O primeiro corredor expresso de ônibus vai transportar 120 mil passageiros por dia, com uma redução de uma hora no trajeto entre Barra, Santa Cruz e Campo Grande. A partir de agosto, quando todo o sistema estiver em operação, o BRT terá 56 quilômetros de extensão e 63 estações. O intervalo entre os ônibus será de aproximadamente um minuto meio. A passagem custa R$ 2,75 e só pode ser comprada nas bilheterias das estações. O passageiro também pode usar o Bilhete Único carioca.

Passagem
Os passageiros poderão usar o BRT e um ônibus convencional pagando o preço de uma passagem, R$ 2,75, desde que façam a integração em até duas horas. Quem usar o BRT e um ônibus intermunicipal pagará R$ 4,95, utilizando o Bilhete Único.
Posteriormente, também haverá integração de passagens com as novas linhas alimentadoras que serão criadas e também com os trens.

Ligeirões
Os Ligeirões, como foram apelidados os ônibus articulados que vão trafegar nas vias exclusivas, farão a viagem sem congestionamentos, o que encurtará a viagem pela metade do tempo, levando cerca de uma hora para percorrer o trecho Santa Cruz Alvorada.
 
Segundo o prefeito, o trecho Santa Cruz-Campo Grande, que foi incorporado ao projeto original somente no ano passado, deve ficar pronto em agosto de 2013.
http://meutransporte.blogspot.com.br/2012/06/brt-transoeste-passa-funcionar-das-6h.html
 

Prefeitura de Porto Alegre fecha parceria com ATP para agilizar projetos do BRT



A prefeitura e a Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP) fecharam acordo de cooperação técnica, nesta quinta-feira (21), para viabilizar os projetos arquitetônicos para as 77 estações e cinco terminais de integração do Sistema BRT (Bus Rapid Transit). Conforme a parceria, a entidade doará ao município os estudos para a padronização dos mobiliários no novo sistema de transporte coletivo da Capital.

Conforme nota da prafeitura, as propostas serão elaboradas por profissionais contratados pela ATP, alinhados aos critérios técnicos trabalhados junto à equipe da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC).

Conforme o presidente da associação, Ênio dos Reis, a intenção é contribuir para agilizar a preparação do sistema BRT. "Os projetos visam ao futuro do transporte coletivo de Porto Alegre. Será uma colaboração para viabilizar ações da prefeitura que irão qualificar a mobilidade urbana", afirmou o dirigente.
"A entidade vai dar uma importante contribuição no desafio de pensar as novas estruturas de forma a atender as necessidades dos usuários, com acessibilidade, conforto e agilidade, compondo ainda de forma harmônica a paisagem urbana”, afirmou o prefeito José Fortunati.

As obras do sistema de transporte BRT já estão em desenvolvimento nos corredores de ônibus das avenidas Protásio Alves e Bento Gonçalves.
 
O projeto de qualificação do transporte coletivo prevê corredores exclusivos para ônibus; veículos de grande capacidade e baixas emissões de poluentes; estações fechadas e seguras, com a possibilidade de passagens pré-pagas; soluções para uma rápida entrada e saída de passageiros; informações aos passageiros e controle de tráfego em tempo real; sinal de trânsito prioritário nos cruzamentos; garantia de maior acessibilidade; passagem única e livre transferência de passageiros entre linhas de ônibus
 
http://meutransporte.blogspot.com.br/2012/06/prefeitura-de-porto-alegre-fecha.html

Novo secretário nacional de transporte e mobilidade urbana afirma que dará celeridade aos projetos da área

Há menos de um mês no cargo, o novo secretário nacional de transporte e da mobilidade urbana, Júlio Eduardo dos Santos, afirmou que o principal objetivo neste momento, em sua gestão, é dar agilidade aos processos de obras que tramitam em suas diretorias, para que os benefícios sejam usufruídos o mais rápido possível pela população.

À frente de importantes projetos para o desenvolvimento do país, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Mobilidade Grandes Cidades, PAC Pavimentação e das obras de mobilidade urbana para Copa do Mundo, Júlio Eduardo pretende destinar uma atenção especial a esses projetos. “Todos da Semob estão trabalhando intensamente em um novo relatório desses projetos. Serão informações importantíssimas que deveremos manter sempre atualizadas para que respaldem o ministério nas tomadas de decisão rápidas e manter a sociedade conhecedora de todos os seus desenvolvimentos”, disse.

Ele destacou que, após uma avaliação criteriosa das necessidades, pretende reestruturar toda a secretaria estabelecendo métodos mais efetivos para o atendimento das demandas. “A secretaria está recebendo novos projetos de grande impacto para sociedade.

Por isso, precisamos estar preparados. Como bem disse o ministro Agnaldo Ribeiro, em sua posse, “gestão” é a palavra chave e, com uma boa gestão, você consegue multiplicar o desempenho dos técnicos, para atender mais e colher melhores resultados.

O corpo técnico do Ministério das Cidades é de primeira qualidade e, para obter esses resultados, não basta somente o envolvimento deles, precisamos sim, valorizá-los e ter seus comprometimentos. Esta será minha grande tarefa junto a eles”, observou.

Júlio Eduardo ressaltou, ainda, que os planos estabelecidos pelo Governo Federal para melhorar o transporte e a mobilidade urbana no país são muito bons e que pretende dar maior apoio aos municípios e aos estados em sua gestão, através de investimentos, treinamentos e capacitação para o desenvolvimento de projetos da área. “A nossa obrigação é levar o que temos de melhor a todos os nossos parceiros, para que possam estar preparados para as demandas na área.

 Temos que informar aos municípios que, hoje, existe a Lei de Mobilidade Urbana, recentemente aprovada, que define novos padrões de atuação e suas responsabilidades. Além disso, mostrar que eles têm linhas de crédito, que podem investir com segurança e que terão nosso apoio em todas as etapas do processo”, destacou.

Para o novo secretário, o Ministério das Cidades precisa atuar, firmemente, antes da assinatura dos contratos de obras com os municípios. “A nossa função é dar suporte aos municípios para que tenham facilidade no preenchimento dos pré-requisitos e na apresentação da documentação necessária exigida pelo Governo, evitando a perda de prazos.

A sociedade não tem interesse nos problemas intermediários, ela quer a obra pronta. Evitar os gargalos que levam a perda de tempo é a nossa tarefa e obrigação”, acrescentou.

O secretário frisou que os projetos devem dar atenção especial à acessibilidade. “Todos os projetos somente são aprovados se estiverem enquadrados na legislação específica de acessibilidade em vigor, que contempla as facilidades para o atendimento desta situação.

O transporte e a mobilidade urbana devem estar preparados para que todos possam utilizá-los, independentemente de suas limitações”, enfatizou.

O novo secretário lembrou, também, do discurso do ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, em abril deste ano, na cerimônia de lançamento do PAC Mobilidade Grandes Cidades, na qual ele destacou o tempo perdido diariamente por um trabalhador em sua vida no percurso de casa ao trabalho.

“Nosso objetivo é reduzir esse tempo, por meio da implantação ou melhorias nos modais de transporte urbano. É difícil, mas não é impossível fazer com que as pessoas utilizem o transporte coletivo.

Isso só vai acontecer no dia em que elas se sentirem bem com a mudança, através de opções seguras e de qualidade. Este é o nosso desafio e daqueles que querem uma qualidade de vida melhor para toda sociedade, principalmente aquela parcela que mais precisa”, afirmou.

Por fim, Júlio Eduardo alertou para necessidade e obrigação da sociedade pensar em modais de transporte e de mobilidade urbana não poluentes, através de novas matrizes energéticas menos poluentes e o incentivo do transporte individual não motorizado como o caminhar e a utilização de bicicletas.

 Segundo ele, é fundamental a participação da sociedade civil organizada nas decisões dessa área: “A secretaria sempre estará aberta às sugestões vindas através do Conselho das Cidades e participará intensamente com os conselheiros naquilo que seja para o bem comum da sociedade”.

Júlio Eduardo foi empossado pelo ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, no último dia 23 de maio.

Empréstimo de bikes ganha força nas universidades

De segunda a quinta, o estudante de engenharia química Reginaldo da Silva, 20, corre para pegar uma das bicicletas amarelas que ficam embaixo de uma marquise da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).


Sem o equipamento, o trajeto de Reginaldo até outro edifício do campus, onde tem aulas no período da tarde, leva 15 minutos. Com a bicicleta, são menos de cinco.

O empréstimo de bicicletas começa a se disseminar por universidades brasileiras.

A maioria das iniciativas surgiu dos estudantes. Em Campinas (a 93 km de SP), são eles que assumirão a nova etapa do projeto, que funciona há um ano em fase experimental.


Lucas Lima/Folhapress
Tiago Sossai, 21, estudante da Unicamp é um dos responsáveis pelo projeto na universidade
Tiago Sossai, 23, estudante de engenharia da Unicamp é um dos responsáveis pelo projeto na universidade

Nove alunos vão desenvolver um sistema de engate dos equipamentos e um controle automático de identificação dos usuários por meio do reconhecimento do chip no cartão universitário.

Em seguida, devem projetar a própria bicicleta --a ideia é passar de dez para 150 até o fim do ano que vem.

"Queremos diminuir o peso e usar um material mais sustentável", diz Tiago Henrique Sossai, 23, aluno de engenharia mecânica. A universidade liberou R$ 50 mil para os protótipos, que contam como trabalho de iniciação científica.

"Queremos fazer também um aplicativo que permita saber, pelo celular, qual o número de bicicletas disponíveis em cada ponto e qual deles está mais perto", diz o estudante Sylvio Cardoso, 21.

Hoje, só há um ponto parar retirar e devolver as bikes, uma das principais queixas dos alunos --a outra é a necessidade de manutenção, o que reduz o número de bicicletas. "Parece legal.

Mas toda vez que eu cogitei usar, não tinha mais [bicicleta disponível]", diz a aluna Sarah Rossetti Machado, 21.

Editoria de Arte/Folhapress
EMPURRÃOZINHO

Em São Paulo, são 16 bicicletas disponíveis para empréstimo.

Na Furg, em Rio Grande (RS), alunos têm 50 bicicletas para usar por uma hora. Segundo a pró-reitora de assuntos estudantis, Darlene Pereira, a ideia é dobrar o número de bikes e aumentar os pontos no segundo semestre.

"Além de facilitar o acesso e a locomoção, incentiva o hábito saudável", diz.

As bicicletas também devem voltar a circular em breve na UnB, em Brasília. Lá, o equipamento, que era doado, ficava espalhado em vários pontos da universidade --era só passar e pegar.

Mas o projeto derrapou por causa do vandalismo.

Segundo o voluntário Douglas Paignez, várias peças das bikes foram furtadas.
Agora, alunos estudam reorganizar o empréstimo através de uma parceria com os centros acadêmicos. "Queremos fazer um contrato para que cada um deles seja responsável. Assim podemos ter mais controle", afirma.



Governos devem cobrar caro pelo uso do carro, diz consultor

São Paulo tem que encontrar um jeito de tirar carros das ruas, construir corredores exclusivos para ônibus nas vias mais congestionadas e dar mais espaço para pedestres e ciclovias.

Essa é a receita de Enrique Peñalosa, que foi prefeito de Bogotá entre 1998 e 2001 e que ajudou a recuperar várias áreas daquela cidade.

A capital da Colômbia criou mais de 300 quilômetros de ciclovias, transformou sua cracolândia num megaparque e adotou o Transmilênio, sistema de ônibus rápidos parecido com o de Curitiba.

Mas Peñalosa não acredita que Bogotá seja uma cidade modelo. "É uma cidade terrível, com problemas gravíssimos. Houve experimentos exitosos, mas ainda há muito a fazer", afirma.
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ENRIQUE PEÑALOSA
Idade: 56
Formação: Formado em economia e história pela Duke University (EUA) e com doutorado em administração pública pela Universidade Paris 2
Carreira política: Prefeito de Bogotá de 1998 a 2001; tentou se reeleger em 2007 e em 2011
Ocupação atual: consultor nas áreas de trânsito e de urbanismo
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Ele esteve no Brasil para participar do Fronteiras do Pensamento, série de palestras que acontece em Porto Alegre e São Paulo.
Abaixo, os principais trechos da entrevista que concedeu à Folha.
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Folha - Que medidas adotadas em Bogotá poderiam ser usadas em São Paulo?

Enrique Peñalosa - Bogotá não é um exemplo de urbanismo. É uma cidade terrível, que tem problemas gravíssimos. Mas fizemos uma cidade um pouco mais para as pessoas e um pouco menos para os carros. Ampliamos as calçadas, criamos ciclovias protegidas. Ainda são poucas as pessoas que circulam com bicicletas em Bogotá, mas passamos de 0% para 5% da população pedalando.
Leticia Moreira/Folhapress
O consultor e ex-prefeito de Bogotá Enrique Peñalosa durante visita à *Folha*
O consultor e ex-prefeito de Bogotá Enrique Peñalosa durante visita à Folha; ele defende restrições ao carro
O que mais precisa ser feito lá ou aqui?

Não pode ser normal que nossas crianças vivam ameaçadas de morte, que nós vivamos ameaçados de morte. Se dissermos a uma criança, cuidado com o carro, ela vai pular de horror, de medo. E com razão, porque milhares de crianças são mortas por carros todos os anos.

Em Bogotá, os atropelamentos são a principal causa de mortes de menores de 14 anos.

É preciso criar muitos parques lineares, com ciclovias que atravessem a cidade.

O problema é que cada vez que propomos alguma coisa, alguém diz: não é possível. Eu sei que é difícil criar parques numa cidade cheia de construções como São Paulo.

Mas digo que é possível. Apenas como um jogo, vamos imaginar que 50% de todas as vias da cidade sejam destinadas apenas a pedestres e bicicletas. Seria uma cidade muito linda.

Para onde iriam os carros?

O primeiro artigo de todas as constituições democráticas, inclusive a brasileira, diz que todos são iguais perante a lei. Se isso é verdade, um ônibus com cem passageiros tem direito a cem vezes mais espaço nas ruas que um carro com uma.

Na minha opinião, não existe justificativa, democrática ou técnica, para que em uma via onde haja engarrafamento não seja construído um corredor de ônibus.

A maneira mais racional de utilizar o espaço viário, que é raro, é com ônibus. Então, por que não fazemos esses corredores? Por temor de pressão, de descontentamento. Mas homens públicos não devem ir atrás do título de miss simpatia.

As pessoas usam carros porque é mais confortável, dá liberdade e segurança.

Os carros são maravilhosos para passear, para sair à noite. Mas se todos resolvem ir de carro ao trabalho, a cidade entra em colapso.

Quando falamos de cidade sem carros, ou com poucos carros, não estamos falando da ilusão de um hippie louco.

Estamos falando de cidades que já existem e que são as mais exitosas do mundo. Como Nova York, Londres, Zurique.

Em Paris, a maioria dos prédios no centro nem têm estacionamentos. Paris eliminou nos últimos seis anos mais de 10 mil vagas de estacionamento nas ruas, para dar mais espaço para as bicicletas, por exemplo.

O Brasil vai na contramão, com o governo federal incentivando a compra de carros com a redução de impostos e o municipal exigindo garagem dos novos empreendimentos.

Isso é um erro. Não defendo que as pessoas não tenham carro. Defendo que repensem como usá-los. Não devemos proibir o carro, mas dificultar sua utilização e facilitar a vida daqueles que queiram viver sem ele.

Há várias maneiras de fazer isso. A mais fácil é a elevação do preço da gasolina. Outra é eliminar vagas nas ruas e cobrar mais nos estacionamentos. Há ainda pedágios urbanos, quando o motorista precisa pagar se quiser circular por determinadas áreas em determinados horários.

O poder público deve cobrar bastante por esse uso e usar o dinheiro para subsidiar um sistema de transporte eficiente, rápido, confortável, com ar-condicionado.

Quem usa transporte coletivo presta um serviço a toda a sociedade, por isso tem de ser premiado.

A exigência de garagens é outro equívoco. Em São Paulo, e em outras cidades de países em desenvolvimento, isso encarece muito o preço do metro quadrado. Em cidades mais avançadas, há um limite máximo de garagem, não mínimo. Isso reduz o preço do metro quadrado para a moradia e funciona como desincentivo ao uso de carros.

Críticos dizem que antes de restringir o uso de carros a cidade precisa oferecer transporte público de qualidade, o que não temos. Os trens e o Metrô, por exemplo, estão superlotados.

Não defendo trens ou metrô, cuja construção é muito cara. Defendo um bom sistema de ônibus.

Geralmente, quem defende e pede metrô são as pessoas que andam de carro e tem alto poder aquisitivo.

Não querem mais metrô para usá-lo. Querem que os outros usem e que deixem mais espaço para eles e seus carros na superfície.

Como convencer as pessoas que tem alto poder aquisitivo a usar transporte público? Muitos acham que ônibus é coisa para pobre.

A cidade avançada não é aquela em que os pobres andam de carro, mas aquela em que os ricos usam transporte público.

Por que os ricos usam metrô ou ônibus em Manhattan, em Londres? Os metrôs não são sensacionais.

Em Nova York, no verão, são uma sauna, não há escadas rolantes, as estações são sujas e há ratos. Usam porque é a forma mais rápida e barata de ir de um lugar a outro.

Há poucos lugares para estacionar em Nova York, e é muito caro. É assim que se convence.

Tudo funciona como na metáfora da cenoura e do porrete. Você tem de melhorar cada vez mais o transporte público (cenoura), para atrair passageiros, e dificultar o uso do carro (porrete).

São Paulo terá um novo prefeito em 2013. Que conselhos daria a ele?

Devemos pensar em cidades para os mais vulneráveis. Para as crianças, os idosos, os que se movimentos em cadeiras de rodas, para os mais pobres. Se a cidade for boa para eles, será também para os demais.

Se o novo prefeito resolver acabar com áreas de estacionamento para ampliar calçadas e ciclovias, pode haver muita reclamação. Vão dizer: onde vamos estacionar? O prefeito, então, pode responder: isso não é responsabilidade minha, é um problema privado. Eu também não digo onde você guarda sua roupa.

O estacionamento não é um direito adquirido.

O recurso mais valioso que tem uma cidade é seu espaço viário. Nem que encontrássemos petróleo ou diamante no solo de São Paulo seria tão valioso.

A questão é como dividimos esse espaço entre pedestres, bicicletas, ônibus e carros. É uma decisão política, não técnica.

Bogotá conseguiu acabar com uma zona de intenso consumo de drogas no centro. São Paulo não resolve o problema da cracolândia. O que fazer?

Em Bogotá, acabamos com uma zona que era cem vezes pior que a Cracolândia, onde havia alto consumo de drogas e os piores índices de violência do planeta.

Ficava a dois quarteirões do Palácio do Governo. Desapropriamos uma área de 23 hectares, demolimos mais de 600 construções e fizemos um parque.

Junto, tivemos um amplo trabalho de reabilitação.

Chegamos a ter mais de mil pessoas que eram moradores de rua e que foram reabilitadas e contratadas para trabalhar na prefeitura.

Houve também mais punições para pequenos delitos, não?

Sim. Estou convencido de que isso é essencial.

Não digo punição para consumidores de drogas, mas para crimes.

E punição muito severa para crimes com o uso de armas, porque é preciso ter uma distinção clara entre aquele que arromba um carro para furtá-lo e o que aborda um motorista com uma pistola.

Um dos direitos fundamentais que temos é o de viver sem medo. Em São Paulo, como em Bogotá, vivemos com medo.

A insegurança é também uma das causas da destruição da integração social de uma cidade.

Quando há insegurança, os ricos têm muitos lugares para onde ir.

Vão aos clubes, aos shoppings, vivem em condomínios cercados, longe dos demais. Não há convívio entre ricos e pobres.

A insegurança urbana é uma característica de toda América Latina, com algumas exceções, como Santiago, no Chile, que é seguríssima. Isso impede que desfrutemos as cidades.

Mas temos um sentimento de culpa na questão do direito penal. Achamos que não devemos punir severamente porque ainda há muita desigualdade, há populações muito carentes.

Mas a violência é péssima para essa população também.

Até que ponto a infraestrutura urbana, como iluminação e conservação de praças e ruas, influencia na segurança dos cidadãos?

É preciso que haja ordem no espaço público. Isso já ajuda. Há muitas coisas que combatem a criminalidade.

Os prédios têm que ser desenhados para que de dentro deles se veja o espaço público e que do público se veja o que acontece no espaço privado.

A iluminação e a limpeza fazem com que as pessoas sintam que há autoridade. Pichação, sujeira, vendedores ilegais geram ambientes que são propícios para a insegurança e passam uma mensagem de um Estado debilitado, que estimula os delinquentes.

Há outra parte mais sofisticada desse pensamento que é a legitimidade. É a percepção das pessoas de que a sociedade é justa e não corrupta.

Eu acredito que quando melhoramos as calçadas, isso traz igualdade.

Quem anda pelas calçadas são as pessoas que usam transporte público.

No caso das ciclovias, quando elas são protegidas (separadas fisicamente das vias usadas por carros), funcionam como um símbolo de que uma pessoa que anda em uma bicicleta de US$ 30 é igual a alguém que está num carro de US$ 30 mil.

Por isso também o sistema de ônibus é muito mais simbólico que o metrô. Vemos isso quando os carros de US$ 100 mil estão num engarrafamento e não podem se mover enquanto passa um ônibus a toda velocidade. Isso também constrói igualdade.

Quando há uma organização social mais igualitária, os cidadãos cumprem mais a lei.

Eles denunciam mais quem viola as normas, pedem castigo para essas pessoas.

Quando não há essa legitimidade, os cidadãos não cumprem as normas nem denunciam quem as violam.

Arquivo INFOTRANSP