Estudo avalia tempo do trajeto casa-trabalho e compara com metrópoles de mais de 2 milhões de habitantes
O tempo médio que os moradores das principais capitais
brasileiras demoram no trajeto casa-trabalho é relativamente maior, na
comparação com regiões metropolitanas com mais de 2 milhões de
habitantes de outros países.
Em São Paulo e no Rio de Janeiro, se leva
31% a mais de tempo no percurso.
Os dados constam de estudo do Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que analisou dados da Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), no período entre 1992 e 2009.
O estudo mostrou que, entre as principais capitais do
mundo, São Paulo (42,8 minutos) e Rio (42,6 minutos) só ficam atrás de
Xangai (50 minutos), na China.
No mesmo ranking, Recife (PE) e Distrito
Federal ficaram à frente de capitais como Nova Iorque, Tóquio e Paris,
com o demora de 35 minutos em média para chegar a população se deslocar
de casa para o trabalho. As análises também teriam exposta uma queda na
qualidade dos serviços de transporte público no País.
"Os dados apontam que tem havido piora nas condições de
transporte urbano das principais áreas metropolitanas do país desde
1992, com um aumento nos tempos de viagem casa-trabalho.
Esta piora nas
condições de transporte parece estar relacionada a uma combinação de
fatores, incluindo o crescimento populacional, a expansão da mancha
urbana e o aumento das taxas de motorização e dos níveis de
congestionamento", afirmou.
Um exemplo recente se deu no Distrito Federal.
O governo
local passou a administrar várias linhas de uma empresa privada por
conta de uma série de queixas da população.
O pesquisador Rafael
Pereira, responsável pelo estudo, acredita que a grande quantidade de
dados apresentados seja útil para que os governos possam pensar em
formas de diminuir o tempo gasto pelos cidadãos no trânsito.
Ele
acredita, porém, que tais informações sejam apenas um ponto de partida.
"Esperamos que esses dados sejam incorporados no debate
sobre o tema nesses núcleos mais específicos.
Eles seriam úteis para
saber, por exemplo, se a as obras para a Copa do Mundo e a Olimpíada
seriam eficazes na resolução do problema de mobilidade urbana. Porém,
não pode ser a única fonte de dados.
É necessário um estudo específico
em cada região", disse.
Na última terça-feira, o ministério das Cidades publicou
a Portaria nº114/2013, criando um grupo de trabalho voltado para a
criação de um Sistema de Informações em Mobilidade Urbana.
De acordo com
a portaria, o objetivo é "ser referência nacional para a formulação de
políticas públicas na área de mobilidade urbana".
http://noticias.terra.com.br/brasil/ipea-deslocamento-em-sp-e-rj-e-31-mais-demorado-que-outros-paises,e9d1bc95d467d310VgnCLD2000000ec6eb0aRCRD.html