O governo
federal irá ceder as áreas da União à CPTM (Companhia Paulista de Trens
Metropolitanos) para implementação do Expresso ABC até 2015. "O prazo
corre contra a gente. Temos dois anos para liberar. Esse é nosso
compromisso com São Paulo", disse o diretor-presidente da EPL (Empresa
de Planejamento e Logística), Bernardo Figueiredo, indicado pelo
ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, para tratar do assunto. Ambos participaram de evento na vila histórica de Paranapiacaba, ontem.
A declaração pode frustrar os planos
da companhia estatal, que previa iniciar a construção da linha, que
ligará Mauá à Capital em cerca de 24 minutos - hoje o itinerário é feito
em uma hora -, em 2014. O que emperra a realização do projeto
é a existência de áreas da União dentro do trajeto previsto. Estes
espaços são utilizados para transporte ferroviário de carga e devem ser
liberados para o Estado transportar passageiros.
A CPTM informou que, juntamente com a
Secretaria dos Transportes Metropolitanos, mantém entendimento com a
Secretaria do Patrimônio da União e a ANTT (Associação Nacional dos Transportes Terrestres) para equacionar as áreas da faixa de domínio ferroviário para implementação do Expresso ABC.
Hoje, às 15h, o secretário estadual de
Logística e Transportes de São Paulo, Saulo de Castro Abreu Filho, irá
se reunir com o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos. O tema
principal do encontro será o Ferroanel, mas também será discutida a
liberação de trilhos federais utilizados no carregamento de carga para o
transporte de passageiros.
O general Jorge Fraxe, diretor-geral do Dnit
(Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), também
participará da reunião.
"As questões do Ferroanel Norte e Sul, além
do trem regional São Paulo-Santos, estamos discutindo juntos. O nosso
trabalho está sendo feito estreitamente com o governo estadual", disse
Figueiredo, que também estará presente no encontro.
De acordo com a CPTM, em novembro, foi
apresentada uma MIP (Manifestação de Interesse da Iniciativa Privada) ao
governo estadual, por duas empresas, para construção de uma rede
integrada de linhas de trens de 416 quilômetros.
Esta proposta articula o
Expresso ABC com o trem regional para Santos, que terá o projeto
funcional concluído ainda neste semestre. No entanto, a estatal já garantiu que o Expresso ABC sai do papel mesmo se o MIP não avançar.