20 julho 2011

Tecnologia de perfuração abre caminho para o novo metrô do Rio

Pela primeira vez, em 40 anos, o metrô do Rio usou um fio de aço revestido de diamante, chamado de fio diamantado.


A montanha não dá sinais do que anda acontecendo abaixo do solo que a sustenta. São galerias, túneis e uma escavação de 550 metros de comprimento. Trata-se de uma das linhas do metrô que vai ligar Ipanema, na Zona Sul do Rio, à Barra da Tijuca, na Zona Oeste da cidade. É um percurso de 4,5 quilômetros e que, quando ficar pronto, vai transportar mais 240 mil passageiros por dia.

Quase no meio do caminho existe uma pedra – uma pedreira, que não pode ser explodida por causa da vizinhança. É uma área cheia de prédios residenciais. Por isso, os técnicos lançaram mão de uma tecnologia avançada. Pela primeira vez, em 40 anos, o metrô do Rio usou um fio de aço revestido de diamante, chamado de fio diamantado. Ele corta e divide o rochedo em blocos de pedra. Assim eles podem ser removidos sem precisar de explosivos.

“Não poderíamos usar detonações, porque estaríamos projetando as pedras pela Barra afora. Com esse processo, que é processo muito delicado, é como se fosse um fio dental. Nós vamos tirando os blocos e depois retirando os blocos pelo lado de dentro sem nenhum risco. No momento em que o fio diamantado é acionado, água é a lubrificação da rocha para que o fio
não arrebente. É como se fosse um colar cheio de diamantes”, explica Bento Lima, diretor de engenharia da Secretaria de Transportes do Rio.

Toda a água que brota das perfurações é aproveitada na própria obra, o que representa uma economia de 40 mil litros por dia. Máquinas pesadas, concreto: ousadia em nome do progresso, mas que também requer certo cuidado com a vegetação que sempre foi a dona da montanha.

Assim que as obras começaram, os técnicos tiveram de retirar mais de duas mil bromélias que estavam bem na mira das escavadeiras e dos tratores. Logo, espécies raras e em extinção, mudaram de moradia. Agora dividem o espaço com outras bromélias no Jardim Botânico, onde as espécies estão sendo identificadas e bem tratadas, mas em breve devem mudar de endereço outra vez.

“Vamos tratá-las no Jardim Botânico dentro de coleção e no futuro usá-las. Queremos diminuir problemas impactados na mesma região e voltar as plantas para a natureza e melhorar natureza, não só salvando plantas e o ambiente também”, afirma o botânico do Jardim Botânico, Claudio Fraga.


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