Faltando apenas um ano para o início da Olimpíada de Londres, usuários do metrô e empresários da região leste da cidade se dizem preocupados com a superlotação do transporte público durante o evento.
A principal reclamação é que trens e avenidas da capital britânica já operam no limite e não devem suportar a demanda extra durante as seis semanas de eventos esportivos.
O governo de Londres quer servir de exemplo para o mundo e afirma que os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do ano que vem serão os mais limpos de todos os tempos.
E, para conseguir o ambicioso objetivo, uma medida drástica foi adotada.
Nenhum estacionamento público foi construído no Parque Olímpico, na região leste da cidade. A ideia é fazer com que todos os torcedores cheguem ao complexo utilizando somente o transporte público.
Investimentos de grande porte no setor foram realizados nos últimos anos. A estação de Stratford, a principal da área, foi totalmente remodelada. Até o início dos Jogos, em 27 de Julho de 2012, o terminal será atendido por dez linhas diferentes de metrô e trens metropolitanos.
O problema é que, apesar dos esforços, o movimento no sistema de transporte não para de crescer.
Somente em 2010, o metrô da capital britânica transportou mais de 1 bilhão de passageiros. Durante uma semana normal, são 3,5 milhões de usuários por dia, número que pode dobrar durante a Olimpíada, segundo especialistas do setor. "Não sei como isso vai ficar no ano que vem.
Hoje já é um inferno pegar o metrô durante o horário de pico. Mal se tem espaço para respirar aqui dentro", reclama a secretária Kelly Foxton, que utiliza o metrô diariamente no trajeto entre casa e trabalho.
"A minha empresa já começou a elaborar um esquema de rodízio para os meses de julho e agosto do ano que vem. Grande parte dos funcionários vai ser dispensada para trabalhar em casa porque será virtualmente impossível chegar à City (centro financeiro da cidade) durante a Olimpíada".
A própria TFL (Transport for London), empresa que administra o transporte público de Londres, reconhece que grandes atrasos e congestionamentos devem ocorrer durante as semanas de competições. Segundo a companhia, será necessário reduzir em ao menos 30% o número atual de passageiros do metrô e trens metropolitanos para abrir espaço para turistas e torcedores que chegarão à cidade.
"No momento, estamos reunidos com as autoridades locais, comerciantes e moradores para encontrar o equilíbrio ideal entre proteger os interesses olímpicos e manter o resto de Londres operando ao mesmo tempo", afirmou um porta-voz da TFL.
Para complicar ainda mais a situação, os metroviários londrinos ameaçam cruzar os braços durante a Olimpíada, caso um pagamento adicional não seja acertado para os funcionários que terão turnos adicionais durante o evento esportivo. O sindicato da categoria tem grande poder de mobilização e chegou a organizar quatro paralizações somente nos últimos oito meses.
As negociações com os trabalhadores ainda não foram finalizadas, mas as autoridades da cidade garantem que não há risco de greve durante os Jogos Olímpicos.
Metrô de Londres pode sofrer com superlotação durante os Jogos
http://esportes.terra.com.br/rumo-a-2012/noticias/0,,OI5262643-EI17322,00-Londres+tenta+evitar+caos+no+transporte+publico+durante+Jogos.html