10 julho 2011

Proposta busca transformar trem do Subúrbio de Salvador em VLT

Funcionários e usuários reclamam da atual estrutura do sistema ferroviário.


Secretário diz que meta é um transporte mais rápido e modernizado.


Na série da TV Bahia sobre mobilidade urbana, a reportagem desta quinta-feira (7) aborda um projeto para recuperar o trem do Subúrbio, localizado na região do Subúrbio Ferroviário, em Salvador.

Esta semana, um dos vagões da Companhia de Trens de Salvador (CTS) desengatou e o ajuste foi improvisado através de uma empilhadeira, normalmente usada para deslocamento e arrumação de cargas em pequenos espaços.

 O que ocorreu com essa composição retrata algumas situações de precariedade que o transporte ferroviário da capital enfrenta no momento. “Acontecem paradas todos os dias praticamente. A situação não é boa tanto para os passageiros quanto para os funcionários. É um descaso total, situação feia”, avalia Jobens Ferreira, diretor do Sindicato dos Ferroviários.

O sistema é custeado pela prefeitura, com gastos de mais de R$ 1,2 milhão por mês. Mas há sempre locomotivas paradas ou porque estão quebradas ou por falha de peças.

O projeto de restauração em tramite na administração municipal prevê a manutenção de todos os vagões, mantendo o preço de R$ 0,50 na tarifa, como praticado atualmente.

A estação do bairro de Paripe é uma das dez existentes até a Calçada que se encontra em condição degradada. O vendedor Wellington Souza pede melhorias. “O trem atualmente só vai até Plataforma, como é que pode uma coisa dessa?”, diz. Já o estudante Érico Vasconcelos reclama da limpeza. “Não tem limpeza, todo mundo pincha. É muito bagunçado”, afirma. Além do lixo espalhado, a falta de manutenção no vagão compromete a segurança das pessoas.

“É um transporte ótimo, barato, acessível para a população, porém há um descaso muito grande, a sujeira é constante. A gente precisa de melhoras”, afirma uma moça. Cada composição com três locomotivas é capaz de transportar até 750 pessoas por viagem. Entre Paripe e Plataforma, a viagem dura em média 22 minutos.

É o meio do caminho, porque os trens não conseguem ultrapassar a ponte, ainda em reforma. Tempo considerado alto para um transporte sobre trilhos e o novo projeto da prefeitura não prevê aumento da velocidade dos trens em curto prazo. Primeiro, a prefeitura terá que concluir a reforma da ponte São João, que liga Plataforma ao Lobato por dentro do mar, um dos trechos mais bonitos da viagem de trem. Após seis meses de trabalhos iniciados, ainda são visíveis problemas na estrutura. A prefeitura garante que 70% das obras foram concluídas.

De acordo com o secretário de Transporte e Infraestrutura, José Mattos, a proposta é transformar o trem do subúrbio em um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). “É fazer com que ele seja mais veloz para que possa fazer o trecho em menos tempo e modernizado. Inclusive, fazendo que os trens passem por uma nova roupagem, para que tenham uma característica de trem de superfície”, relata. Segundo Mattos, a proposta já foi encaminhada para o Ministério das Cidades, através do PAC Mobilidade e, com uma possível aprovação, a fase seguinte é encaminhar os projetos para a Caixa Econômica, para avaliação da viabilidade. Após esse processo, ocorrerá a licitação para saber quem executará as obras.

http://g1.globo.com/bahia/noticia/2011/07/proposta-busca-transformar-trem-do-suburbio-de-salvador-em-vlt.html

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