O monotrilho que começa a operar na Linha 15-Prata do Metrô em São
Paulo, entre o final de 2013 e início de 2014, está sendo construído em
Hortolândia (SP) com tecnologia usada em aviões.
A composição terá
capacidade de percorrer os 24 quilômetros do trecho total entre a Vila
Prudente e a Cidade Tiradentes em 50 minutos, contra as atuais 2 horas.
Na primeira etapa, os carros vão circular entre a Vila Prudente e a
Oratório, em um percurso de dois quilômetros. O trecho completo só
estará operando em 2016.
De acordo com o diretor geral da empresa canadense Bombardier
Transportation, Manoel Gonçalves, para reduzir o peso do carro e
alcançar a capacidade similar do metrô de 48 mil passageiros por hora,
foi preciso usar a mesma estrutura de alumínio das aeronaves, para que
fiquem leves.
“Com isso, reduzimos o peso em até 30%. Foi otimização máxima de peso”,
explica Gonçalves, sobre a tecnologia canadense utilizada na produção
dos carros no Brasil.
Com a redução do peso, a composição atinge até 80 km/h. Rodando em pneus de borracha, a velocidade será praticamente mantida mesmo em dias de chuva, segundo os técnicos da empresa.
A expectativa é que uma composição passe por cada uma das 17 estações a
cada 75 segundos.Como na Linha 4 do Metrô, o monotrilho utiliza energia
elétrica, mas em caso de falta de abastecimento, uma bateria permitirá
que a composição chegue até a próxima estação.
Mesmo assim, se uma das composições parar por algum motivo, outro
monotrilho pode rebocá-lo.
Os passageiros podem ser retirados dos carros
por uma espécie de passarela que há nos trilhos. “São nulas as chances
de acidente com este tipo de transporte”, afirma o diretor de
comunicação da Bombardier, Luís Ramos.
O monotrilho é totalmente automatizado e funciona sem piloto. Tudo é controlado por uma central de monitoramento.
Imagem do monotrilho produzido pela Bombardier
em Hortolândia (Foto: Divulgação)
em Hortolândia (Foto: Divulgação)
Interno
A parte interna do monotrilho é semelhante ao do metrô. Cada carro terá capacidade para 147 passageiros, mas serão 15 bancos disponíveis. De acordo com a empresa canadense, o carro foi projetado para até oito pessoas por metrô quadrado, mas deve operar com seis.
As portas funcionarão como as do metrô, com abertura automática e largura de 1,60 metro.
Antes de rodar na capital, o monotrilho passará por testes em um trilho
no Canadá, com características semelhantes as da capital paulista.
O
valor da tarifa será igual ao do metrô, e será válido o Bilhete Único.
Na próxima semana a Bombardier vai demonstrar o carro completo com
pintura e parte interna pronta na Negócios nos Trilhos, uma feira do
setor entre os dias 6 e 8 de novembro no Pavilhão Vermelho do Expo
Center Norte, na Vila Guilherme, em São Paulo.
Produção
Produção
A Bombardier Transportation abriu a fábrica em Hortolândia (SP) em abril com 250 funcionários e investimento de US$ R$ 15 milhões.
A
expectativa é produzir 371 carros, sendo um por dia, quando a capacidade
total da fábrica for atingida. A multinacional canadense informou que
até o momento, apenas São Paulo utilizará os carros produzidos no
interior paulista, mas cidades como Belo Horizonte (MG) e Recife (PE)
estariam interessadas.
O monotrilho é até 60% mais barato para sem implantado do que o metrô convencional e tem a vantagem de não fazer barulho.
Todo o projeto foi orçado em US$ 1,4 bilhão.
Funcionários da Bombardier na montagem do montrilho (Foto: Luciano Calafiori/G1 Campinas)
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